segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Brilho no meio depois de ter pecado na linha

O regresso de James às grandes exibições trouxe de volta duas discussões sobre o colombiano: afinal, em que posição rende mais? Na ala ou no meio? E porque não tinha sido titular nos últimos jogos? Por muito paradoxal que possa parecer, a resposta a estas duas questões cruza-se. Para começar, James perdeu a titularidade porque Vítor Pereira lhe vinha apontando dois defeitos que o colombiano teimava em não corrigir: o primeiro, a pouca disponibilidade para defender e a reduzida agressividade que colocava em campo quando a equipa deixava de ter a bola; o segundo, a insistência para deixar sistematicamente uma ala e jogar pelo meio, quando lhe era pedido que actuasse mais colado à linha, de forma a não afunilar tanto o jogo da equipa. Ou seja, James perdeu a titularidade por, segundo Vítor Pereira, não cumprir tacticamente. Este é, de resto, um processo natural no crescimento de um jovem de apenas 20 anos e que está a cumprir apenas a segunda temporada no futebol europeu.
Curiosamente, no regresso à titularidade, James assinou uma exibição brilhante, tendo-se assumido como a principal referência da equipa depois da saída precoce de Hulk. O colombiano voltou a começar a partida colado a uma linha, mas, sobretudo depois da saída forçada do internacional brasileiro, teve ordens para procurar mais a zona central, numa alteração táctica que até levou Belluschi para o lado direito do ataque. Na segunda parte, e com o recuo assumido de Defour para o lado de Fernando, Vítor Pereira ofereceu finalmente o meio a James e o internacional colombiano justificou a presença numa zona central com um futebol de grande qualidade.
No final da partida, o treinador deu razão aos anúncios constantes de James, que diz preferir jogar no meio, onde, de resto, brilhou com grande intensidade no último campeonato do mundo de sub-20. A dúvida que se coloca agora é se esta será uma opção para manter nos próximos tempos, depois da experiência bem sucedida na partida com o Rio Ave. Aqui há também problemas para resolver: à enorme concorrência para o meio-campo (Fernando, Moutinho, Defour, Belluschi...), junta-se a ausência, neste momento, de grandes alternativas para as alas - Djalma na CAN, Hulk no centro, Varela intermitente, Iturbe ainda muito verde...
Para já, sobra a convicção de que depois da grande exibição de sábado, James terá a titularidade garantida frente ao Guimarães. Só falta saber em que posição...

Mais golos em menos jogos

Os números apresentados esta temporada por James são bastante interessantes: nos 18 jogos realizados em todas as competições - 14 como titular -, o colombiano apontou oito golos, sete no campeonato e mais um na Liga dos Campeões. Este registo de golos supera, desde já, a marca alcançada na última temporada, durante a qual James tinha apontado seis golos nas 32 partidas realizadas. Ou seja, o colombiano está agora mais concretizador, mesmo com menos jogos disputados. Estes dois golos apontados ao Rio Ave surgiram também na partida número 50 que realizou pelo FC Porto, um número igualmente interessante para quem está no clube há apenas um ano e meio. Sendo assim, e no total, James já participou em 26 jogos do campeonato, sete da Taça de Portugal, dois na Taça da Liga, nove na Liga Europa e mais seis na Liga dos Campeões.
Estes números vão continuar a aumentar, até porque dificilmente James sairá do Dragão nos próximos tempos. À cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, junta-se ainda a vontade dos dirigentes portistas em contar com o contributo do colombiano por mais alguns anos. Esta é, de resto, uma opinião partilhada pelo próprio jogador, que pretende continuar a evoluir no campeão nacional.

in "ojogo.pt"

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