segunda-feira, 19 de março de 2012

Conquistadores natos

Com a conquista da 13ª Taça de Portugal, ontem, frente à Académica de Coimbra, o FC Porto somou o sétimo troféu dos últimos dois anos e meio, ou seja, está a atravessar o seu período mais produtivo da história na modalidade. Um campeonato, no ano passado; duas Taças de Portugal, em 2009/10 e a de ontem; duas Taças da Liga (Hugo dos Santos), em 2009/10 e já este ano; uma Supertaça, também já este ano, e um Troféu António Pratas, no ano passado. Pode isto ter outra leitura: em 14 provas - são cinco por época e nesta ainda falta a Liga -, o FC Porto ganhou metade.
Há que recuar até meados/finais dos anos 90, na era de Jorge Araújo/Alberto Babo, para encontrar três campeonatos, duas Taças e duas Supertaças, mas isto em quatro anos e, já mais recentemente, em 2003/04, com Luís Magalhães, o FC Porto ganhou um campeonato, uma Taça, uma Taça Hugo dos Santos e uma Supertaça.
Os números não enganam e, com Moncho López, os portistas encetaram um caminho vitorioso, passando a deter a hegemonia no basquetebol, ontem sublinhada ao erguerem mais uma Taça de Portugal.
Depois de ter afastado o Barreirense, equipa sensação da época, e o Benfica, grande rival, na final foi a Académica de Coimbra a sentir a sede de conquistas dos azuis e brancos (58-47). O início forte, fundamentado numa defesa assertiva e muito difícil de ultrapassar, foi precioso, com o parcial inicial de 13-1 a revelar-se decisivo no que viria a seguir-se. Aos poucos, a Académica foi-se aproximando, melhorando, sobretudo, na finalização. Por outro lado, a inspiração ofensiva do FC Porto foi caindo, combinação que viria a resultar no que de melhor os homens de Orlando Simões viriam a conseguir: empatar a 33 pontos, a menos de três minutos do final do terceiro período. Os dragões sentiram a "ofensa" e voltaram a acelerar, terminando com à vontade e a carregar, justamente, mais uma Taça de Portugal para o Dragão Caixa.

Figura: Reggie Jackson 

Os seis pontos da fuga

Foi o base que carregou a equipa depois de a Académica ter empatado a 33. Os seus seis pontos resultaram no 35-33, no 36-33 da linha de lance livre e no 41-33 com um grande triplo. E assim o FC Porto fugiu de novo.

Declarações


Moncho López

"Sétimo troféu de um grupo de trabalho"

Moncho López desvalorizou o seu papel na conquista do sétimo troféu desde que chegou ao Dragão Caixa, colocando os holofotes nos jogadores.
"Há o David Gomes, o Carlos Andrade, o Stempin, o Marçal, eles também têm ganho estes troféus, portanto é o sétimo troféu de um grupo de trabalho e estou a pensar no José Costa ou no João Santos que ainda não tinham ganho a Taça de Portugal e no Miguel Miranda, cujo currículo é impressionante, em todos os clubes tem títulos."
Na continuação, seguiram-se palavras de reconhecimento. "Agradecemos muito a presença dos chefes do clube nesta final, mas sobretudo destas pessoas [ndr: aponta para os adeptos que gritavam o seu nome] que são o nosso grande orçamento, o nosso grande capital, são eles que nos alimentam e nos permitem ter uma equipa tão competitiva. Eles é que são importantes, nós estamos agora e podemos ir embora, mas eles estão sempre, eles são o FC Porto. Conheci muitos adeptos em cidades diferentes e posso dizer que estes sabem o que é defender e apoiar sempre um clube e é por isso que conseguimos o que conseguimos."
Em relação à final, Moncho disse que o FC Porto "teve de fazer boas leituras" e que ao intervalo, quando vencia por cinco, "disse aos jogadores que era como estar a ganhar por 15, atendendo a que era um jogo de poucos pontos". Na segunda parte, "mesmo quando a Académica igualou, conseguimos manter a concentração", referiu ainda. Sobre a Liga, que volta sábado e com um FC Porto-Benfica, disse: "Faltam três jornad

Gregory Stempin

"Não joguei bem..."

Gregory Stempin chegou ao FC Porto na mesma de altura de Moncho López, na época de 2009/10, e desde então tem sido uma peça fundamental no conjunto portista. Ontem, o extremo-poste somou o seu terceiro troféu de MVP, segundo na Taça de Portugal, e mostrou-se satisfeito por mais um triunfo, mas o coletivo: "Importante é ganhar a equipa. Acho que não joguei muito bem, nem na final nem com o Benfica. Mas ganhámos porque temos um conjunto de atletas que se sacrificam uns pelos outros", afirmou Stempin, considerado o mais valioso da final. "No dia anterior jogámos com o nosso rival Benfica e era difícil concentrarmo-nos para o jogo com a Académica. Mas concentrámo-nos bem, por isso estou muito feliz. Era um dos objetivos a que nos propusemos e pelo qual trabalhámos esta época", concluiu Gregory Stempin, 32 anos, após receber o troféu. as, dependemos de nós para ficar em primeiro lugar. A equipa está preparada para grandes esforços fisicos e mentais."

Pinto da Costa

"Vitória justa e fruto de muito trabalho"

Jorge Nuno Pinto da Costa chegou cedo e, acompanhado por Antero Henrique, director geral da SAD, assistiu à final frente à Académica de Coimbra. Ainda antes de saudar, um a um, todos os elementos da equipa, falou a O JOGO. "Foi uma vitória justa, num jogo bom, bem disputado. Isto é fruto de muito trabalho da secção, do nosso treinador Moncho López e da dedicação e valor dos atletas."
Questionado em relação ao momento alto da competição e da vitória, na meia-final, sobre o Benfica, o presidente do FC Porto lembrou que "para ganhar a Taça há que vencer todos os adversários". "Agora vamos festejar esta Taça e depois pensamos no jogo do campeonato", concluiu, referindo-se ao clássico de sábado, no Dragão Caixa.

Orlando Simões

"Estou muito orgulhoso"

Orlando Simões afirmou que ficou com "algumas dúvidas quanto aos critérios de arbitragem", mas mostrou-se satisfeito: "Preparámos muito bem o jogo, estou muito orgulhoso da minha equipa e quero realçar a grande atuação das duas equipas em termos defensivos". E acrescentou: "O FC Porto é um digno vencedor, mas só marcou 58 pontos, por isso estou feliz com o trabalho que fizemos."

in "ojogo.pt"

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