sábado, 31 de março de 2012

F.C. Porto-Olhanense, 2-0 (crónica)

Dragão ganhou direito a tornar-se sobranceiro: e para a semana joga em Braga.


FC Porto vs OlhanenseO F.C. Porto venceu o Olhanense e conquistou mais do que três pontos: conquistou o direito a ser sobranceiro. Pode colocar um ar de desdém e murmurar que não quer saber do Benfica-Braga. Não quer, de facto. Vai ganhar pontos a um rival, seguramente, e continua a depender só dele próprio.

Ora ter o controlo sobre o calendário é uma aspiração legítima, sim, mas que sobretudo legitima outras aspirações. Legitima por exemplo a ambição de na pior das hipóteses recuperar a liderança em Braga, no sábado. Legitima também a ambição de entrar na reta final com mais auto-estima.

O que nos devolve ao início da crónica e ao tal ar sobranceiro que o F.C. Porto pode atirar aos adversários. A vitória sobre o Olhanense não chegou sozinha, veio escoltada por momentos de puro deleite numa das melhores exibições da equipa esta época. Sobretudo no início da segunda parte.

Curiosmente já não é a primeira vez que acontece: na semana passada, recorde-se, em Paços de Ferreira, o F.C. Porto fez uma das melhores exibições dos últimos tempos numa mão cheia de ocasiões claras de golo. Não ganhou, é certo, mas jogou melhor e por isso surgiu esta noite mais Porto.

Demorou quinze minutos a entrar no jogo mas a partir não voltou a sair dele. Marcou por Lucho e James, em momentos importantes do encontro, e deixou por acabar uma goleada das antigas. As ocasiões sucederam-se e construíram um herói com direito a estátua de bronze: Fabiano Freitas.

O empresário do guarda-redes brasileiro deve até estar de sorriso rasgado: o jogo no Dragão deu-lhe material para fazer, só ele, uma daquelas compilações que se apresenta a clubes maiores. O que diz muito da noite portista. Mas não diz tudo: como é possível continuar a desperdiçar tantos golos?

Assim por alto, por exemplo, contam-se oito oportunidades de golo, todas elas paradas por Fabiano, mais uma bola ao poste num livre de James. Onze ocasiões para marcar, portanto, mais dois golos, numa exurrada de futebol ofensivo que não viveu de Hulk, mas apoiou-se muito em Moutinho.

Tal como tinha acontecido na segunda parte da Mata Real, após a entrada de Fernando, João Moutinho cresceu com a liberdade ofensiva e pôde enfim inventar rotas por onde o futebol caminhava. Surge nesta altura em excelente forma e o F.C. Porto cresce com ele. Até Lucho volta a ser mais Lucho.

Ora tudo isto perante um adversário musculado mas muito pouco criativo, que fez o primeiro remate à baliza de Helton já depois da hora de jogo. A semana passada, em casa, deu para travar o Benfica: no Dragão teve sorte em não ser goleado. O F.C. Porto, esse, agradeceu a gentileza e sorriu.

Resta da falar da primeira novidade: Rolando ficou no banco: não acontecia há muito tempo. Maicon respondeu bem e tornou difícil imaginar que Rolando possa regressar à equipa. Mas enfim, não é inocente o facto deste reparo ter ficado para o fim. Não afetou nada a dinâmica coletiva.

O F.C. Porto esteve bem e recomenda-se.

in "maisfutebol.iol.pt"

3 comentários:

dragao vila pouca disse...

Boa exibição, vitória justíssima, mas escassa.

Houve atitude, competência, qualidade que durou quase os 90 minutos, mas atenção, não podemos, sobe risco de voltarmos a pagar por isso, ser tão perdulários.

Somos líderes, temos de nos agarrar à liderança com unhas e dentes, com a alma e o espírito do Dragão.

Abraço

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem efectuamos um bom jogo, tivemos atitude, o nosso meio campo foi dinâmico, e foi com naturalidade que vencemos.
A Olhanense não sai goleada por mérito do seu guarda-redes e por ineficácia nossa na finalização.

Agora que conquistamos o primeiro lugar, há que lutar por mantê-lo e ir a Braga com a mesma atitude de ontem, pois assim as vitórias surgem naturalmente.

Abraço e bom domingo

Paulo

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Vitória importante e saborosa num jogo de domínio absoluto mas com um desperdício exagerado de oportunidades de golo, que poderiam levar o resultado para números pouco habituais.

Vamos ver se a liderança, agora conquistada, nos catapulta para um final condizente com a história do Clube. Queremos ser campeões? Então vamos lá fazer um último esforço, com classe e convicção.

Um abraço