domingo, 13 de janeiro de 2013

Benfica e F.C. Porto com atalhos diferentes para golo


Idênticos no rendimento (só quatro pontos perdidos para cada), próximos na eficácia goleadora (média de 2,7-0,6 para o Benfica, 2,3-0,5 para o F.C. Porto) os protagonistas do Clássico são muito diferente na forma como chegam ao golo. Um olhar para os números chega para prová-lo. E para lançar o jogo desta noite num marcado confronto de estilos, com um Benfica desequilibrador a partir dos flancos e com mais presença na área, frente a um F.C. Porto habituado a romper defesas pelo centro, e muitas vezes com recursos a atiradores de longa distância.

No Benfica, realce para o peso relativo dos esquerdinos: mais de metade dos golos do Benfica, 18 em 35 foram, marcados de pé esquerdo, com Cardozo a somar oito e Rodrigo, quatro. Em proporção, o F.C. Porto, que deixou de ter o fator Hulk, reparte os seus golos de forma mais equilibrada e usa mais a cabeça para chegar ao golo: as duas equipas somam sete tentos nas alturas, mas os portistas têm menos um jogo e um total menor. Jackson, com quatro cabeçadas certeiras, é o maior especialista neste particular.

Dragão vê melhor ao longe, águia tem mais largura

Diferença substancial entre as duas equipas é o recurso a atiradores de precisão. Só por uma vez o Benfica marcou em remates de fora da área (Lima, com a Académica) enquanto o F.C. Porto já soma oito golos dessa forma. Uma explicação óbvia: jogando habitualmente com dois homens na área, o Benfica aposta mais na aproximação, enquanto o F.C. Porto, com Jackson como referência solitária, no eixo, depende mais dos movimentos de chegada de Lucho e João Moutinho, e também das diagonais de James. Todos eles rematam com mais frequência de fora da área do que Salvio, Enzo Pérez, Matic ou Ola John.

E isto leva-nos a outra diferença fundamental, que passa pela origem dos golos: descontando os seis penaltis de Cardozo, o Benfica tem 21 golos conseguidos a partir dos flancos (onze à esquerda, dez à direita) e apenas oito nasceram pelo corredor central. No F.C. Porto, o fenómeno é inverso: descontando os dois penaltis, há 16 golos a partir do corredor central e só dez nasceram dos flancos (quatro à esquerda, seis à direira).

Efeito desse dado, o peso dos defesas laterais nos golos da equipa: Maxi, Melgarejo e Luisinho entram em dez dos golos do Benfica, enquanto Danilo, Miguel Lopes e Alex Sandro só estiveram envolvidos em quatro golos do F.C. Porto.

Última referência para o peso relativo das bolas paradas: como habitualmente, esse é um aspeto mais forte na equipa de Jorge Jesus, que marcou 14 golos dessa forma, contra apenas oito do F.C. Porto. Os penaltis explicam parte da diferença (seis para a águia, dois para o dragão), mas é de sublinhar a capacidade de adaptação dos encarnados. Sem Aimar para bater livres laterais, sem Javi García, e ainda sem Luisão na maior parte dos jogos, o Benfica aproveitou menos os livres indiretos e os cantos, mas é a melhor equipa da Liga a tirar partido de lançamentos laterais, como quatro golos em consequência desse tipo de lances.

Como marca o Benfica:

Bola Corrida:
21 (60%)

Bola parada:
14 (40%)

Pé: 27 (77%)
Pé esquerdo: 18
Pé direito: 9

Cabeça: 7 (20%)
Autogolo: 1 (3%)

Fora da área: 1

Zona de construção:
Esquerda: 11
Direita: 10
Meio: 8

Como marca o F.C. Porto

Bola Corrida:
20 (72%)

Bola parada:
8 (28%)

Pé: 21 (75%)
Pé esquerdo: 11 (39%)
Pé direito: 10 (36%)

Cabeça: 7 (25%)

Fora da área: 8 (28%)

Zona de construção
Esquerda: 4
Direira: 6
Meio: 16


in "maisfutebol.iol.pt"

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