domingo, 13 de janeiro de 2013

Benfica-FC Porto, 2-2 (crónica)


Os dragões mostraram-se mais sólidos mas foi de Helton a defesa da noite, a valer um ponto.


Estes dois gigantes querem continuar juntos. E, no primeiro exame, foi o campeão a mostrar-se um pouco mais sólido. O suficiente para levar um ponto e não perder o contacto. Claro que Helton fez um milagre perto do fim, mas somando todos os minutos, a entrar, o remate de Cardozo seria algo injusto.


Aos 17 minutos, quatro golos, dois para cada lado. Que mais se poderia desejar? Erros individuais ¿ incrível o de Artur no 1-2 (e Helton já tinha tentado algo semelhante minutos antes) -, uma finalização magistral (monumental o golo de Matic), uma jogada de laboratório (Moutinho, Jackson e o desvio de Mangala) e um ato de coragem, protagonizado por Gaitán, no remate para a segunda igualdade. 



Depois do frenesim e tanta emoção deitada sobre o tapete. Nesses 20 minutos, com golpe e contra-golpe, gancho de direita contra direto de esquerda, estava a prova de que estavam em campo, de longe, as melhores equipas do futebol português.



A luta desigual de Matic



Quando não estava a deixar-se empatar, o FC Porto mostrou-se superior. Melhor com a bola nos pés, melhor a ocupar os espaços. Bem Defour, o substituto de James, a garantir superioridade a meio-campo, bem Jackson a receber e a entregar a bola, bem Lucho, também, a chamar a si a bola e a construção de jogo, obrigando Matic a querer estar em vários sítios ao mesmo tempo, face ao menor acerto de Pérez e Gaitán. 



Os primeiros 20 minutos colocaram as fragilidades de ambos os conjuntos mas também os seus méritos. O talento de Jackson, a objetividade de Salvio, o jogo aéreo de Mangala, a presença de Matic. A liderança de Lucho. Esteve tudo na Luz, não faltou quase nada. 



A equipa de Vítor Pereira entrou melhor na partida. Um fora de jogo a Defour (mal assinalado) dava o tom para uma primeira parte equilibrada, em que o visitante sempre mostrou mais controlo, emocional e tático, da partida. O primeiro golo, aos oito minutos, confirmava a tendência. Mal a defesa do Benfica, ao não conseguir perceber o engodo de Jackson e a deixar Mangala na cara de Artur. 



Mas se há coisa que o Benfica tem mostrado saber fazer esta temporada é reagir. Dois minutos depois de o francês ter enganado Artur, Melgarejo, Cardozo e Jardel, prepararam o golo da noite, assinado pelo pé esquerdo de Matic.



Que foi isso, Artur?



O ritmo era vertiginoso. Cinco minutos depois da explosão nas bancadas, Artur atrapalha-se com Jackson e perde a bola para o colombiano, fazendo a Luz voltar a deitar as mãos à cabeça com um guarda-redes. 



Só que, mais uma vez, o Benfica respondeu. A ala direita fez uma das suas combinações, com Salvio a ganhar a linha e a cruzar. Cardozo atrapalhou Helton, e a bola chegou a Gaitán, que colocou toda a sua fome de golos naquele remate. Novamente dois minutos depois, os encarnados igualavam.



Com o 2-2, a partida acalmou. Ataque aqui, ataque lá, mas a um ritmo mais controlado. O FC Porto sempre a dar a sensação de estar mais perto de qualquer coisa, como durante grande parte da segunda parte. Um parêntesis para aquela entrada de Mangala sobre Cardozo, que merecia o amarelo.



O milagre de Helton



A primeira alteração de Jesus para mudar o estado de coisas foi tirar Pérez de campo. Apagado e já com um amarelo, Martins parecia solução óbvia para garantir mais bola. O FC Porto mostrava-se mais rápido e mais inteligente a sair, mas faltava-lhe uma unidade rápida na frente para finalizar. Lucho ainda tentou com Jackson, mas sem grande sucesso.



O tempo também começava a pesar. Com o aproximar do minuto 90, o Benfica inclinou-se para a frente. E Cardozo teve a sua oportunidade, aos 77 minutos, isolado perante Helton. Daquelas que não se podem falhar. Helton foi demasiado grande.



Até ao fim, João Ferreira ainda perdoou o segundo amarelo a Matic (79) e o Benfica tentou prolongar o mais que pôde um último fôlego. Não chegou.

in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Uma primeira-parte intensa, de grande espectáculo, com golos, entusiasmo, momentos de bom futebol, emoção, competitividade, correcção e um Porto - com a já esperada entrada de Defour no lugar de James ...- que jogou muito bem, muito equilibrado, muito personalizado, melhor, sempre na frente, mas a nunca ter possibilidades de aguentar a vantagem mais de 2 minutos, mérito do Benfica que reagiu de imediato às desvantagens. Se o resultado de 2 a 2 ao intervalo, com todos os golos até ao minuto 16 - aos 8 Mangala adiantou o F.C.Porto; empatou Matic aos 10; Jackson colocou novamente o bi-campeão na frente aos 14; e Gaitan empatou aos 16 -, até se pode aceitar, a haver um vencedor teria de ser o conjunto de Vítor Pereira que foi mais equipa, teve mais bola e trocou-a melhor, foi mais perigoso no futebol corrido, enquanto a equipa da Luz apenas criou perigo em lances de bola parada, normalmente pelo lado direito, em jogadas criadas por Salvio. A destoar, nos belíssimos 45 minutos iniciais, o auxiliar do lado dos bancos, António Godinho, que cortou duas jogadas a Varela, uma em que o Drogba da Caparica ficava na cara de Artur. Também os dois guarda-redes e alguma falta de concentração das defesas, nos cantos e livres.

Na segunda-parte foi diferente.
Não houve golos, não houve a mesma intensidade, mas continuou a haver um bom Porto, sempre mais equipa, mais organizado, mais bola, melhor bola. OK, Cardozo podia ter marcado - Helton muito bem -, mas seria uma grande injustiça que a melhor equipa saísse derrotada. Faltou ao F.C.Porto ter mais alguém no banco que desse mais andamento na parte final, alguém refrescasse sem perda de qualidade - Marat Izmailov só fez 3 treinos com a equipa...-, faltou um avançado que mantivesse em respeito a defesa e a profundidade.

Resumindo e concluindo:
Empatamos em casa do principal rival, numa altura difícil, sem jogadores importantes e com um banco à base de jovens talentosos, mas ainda sem grande tarimba para jogos desta importância. Saímos por cima, mostramos a nossa qualidade, o nosso carácter, a nossa força colectiva, frente a uma equipa que estava, diziam eles, em super-forma. Como disse, gosto deles assim, antes, ninguém os segura, a fanfarronice e a bazófia, dos mais ou menos catedráticos, é a marca, depois, no jogo jogado... mostramos que somos melhores.

Parabéns aos adeptos portistas pela mobilização, pelo apoio, pelo entusiasmo.
Parabéns ao Vítor Pereira, quem não se sente não é filho de boa gente e já chega de diminuir o mérito de um e colocar o outro no pedestal.
Parabéns João...pode vir o João, parabéns ao António Godinho... o Benfica com este árbitro, até pode partir pernas, a impunidade é a marca deste artista, que, felizmente, vai deixar o apito.

Abraço