sábado, 11 de maio de 2013

Afinal, havia outro líder... (2x1)


Ponto final, parágrafo. Ou quase. O FC Porto tem as portas do título nacional abertas, a não ser que não consiga passar em Paços de Ferreira e o Benfica ganhe, na Luz, com o Moreirense, na derradeira jornada. Os portistas, ao cair do pano, derrotaram o Benfica por 2x1, em encontro da 29.ª jornada da Liga portuguesa.
Muita emoção e um golo para cada lado na primeira parte
FC Porto e Benfica apresentaram-se no Dragão com a ideia fixa de escrever mais um pedaço de história neste campeonato. Os clássicos entre rivais - ninguém nega, todos o sabem - vivem-se, sentem-se e respiram-se de uma forma diferente dos restantes duelos.
O 225.º confronto oficial entre dragões e águias (em todas as competições) foi aparentemente - só aparentemente - igual a outros tantos: sorrisos de um lado, tristeza do outro e muita picardia. Foi igual em quase tudo. Quase, menos numa pequena (para muitos grande) coisa. Do lado azul e branco era impensável imaginar o Benfica a fazer a festa de campeão no seu palco sagrado. Os encarnados, porém, chegavam perseguidos ainda por um outro pensamento com toques de pesadelo: «O Benfica não pode perder este ano o campeonato, outra vez».
Dragão vestiu-se de gala para o clássico ©Catarina Morais
A noite portuense, algo fria neste mês de maio, contrastava com a rivalidade bem quente entre os adeptos. O Estádio do Dragão, esse, estava em "ponto de rebuçado" para a decisão do título de campeão nacional.
Chegado ao palco portista com a necessidade de vencer ou empatar, para não depender do resultado dos nortenhos na última jornada, o Benfica procurou segurar-se frente a um FC Porto forte e suportado emocionalmente pelo seu público. A casa azul e branca encheu. Emoção, crença, lealdade. Tudo ao rubro.
Ao Benfica dois resultados interessavam: vencer e arrumar a questão, ou empatar e permanecer com dois pontos de avanço antes da última jornada. Para os homens da casa, por seu lado, a matemática exigia uma vitória. No entanto, se os azuis e brancos sabiam que um triunfo os recolocava no topo da tabela, sabiam também que isto, ao contrário de gerar uma dinâmica de conquista, podia provocar alguma ansiedade no grupo, complicando, desse modo, o duelo frente ao Benfica.
Nesta reta final do campeonato, quando tudo se decide, os encarnados realizavam o seu 53.º jogo oficial da temporada. O FC Porto, há algum tempo a realizar apenas um encontro por semana, apresentava (teoricamente) um desgaste menor mas, por outro lado, uma necessidade maior de vitória; os portistas estão fora das provas europeias e da Taça de Portugal.
O recente empate das águias, em casa, com o Estoril (1x1) desbaratou o avanço de quatro pontos, que ia imperando na frente da classificação, e reacendeu a "chama" do dragão na luta pelo título. Ainda assim, o Benfica entrou líder em campo com dois pontos de vantagem.
Lima marcou o primeiro golo da noite ©Catarina Morais
Na distribuição das equipas, Vítor Pereira maquilhou o "seu Porto" com o onze de gala. Alex Sandro recuperou o seu espaço no lado esquerdo do eixo defensivo, enquanto que Varela foi aposta no corredor atacante. Do outro lado, sem surpresa, Jorge Jesus apostou em Enzo Pérez. André Almeida fez a vez de Melgarejo na lateral-esquerda e Lima foi a referência no ataque. O flanco esquerdo, esse, ficou para Ola John. Gaitán jogou como número «10» dos encarnados.
Um clássico, sobretudo com a carga decisiva como este, subtrai também racionalidade em razão da emoção aos jogadores. Não são máquinas, são homens de carne e osso e sentem o que se passa em redor deles.
A entrada em jogo dos portuenses foi pressionante e ao longo dos primeiros 45 minutos repetiram-se alguns lances de perigo junto à baliza de Artur. Ainda assim, Lima nunca deixou que os portistas se entusiasmassem e foram dele as poucas ações do Benfica.
Numa delas, o brasileiro abriu mesmo o marcador, aos 19 minutos. Maxi Pereira lançou longo, os jogadores de ambas as equipas lutaram dentro da grande área e a bola acabou por sobrar para Lima, que emendou ao segundo poste! Estava feito o primeiro, era a festa dos adeptos benfiquistas no Dragão.
O segundo golo da noite nasceu dos pés de Varela ©Catarina Morais
Não duraria muito, no entanto. É que aos 25 minutos o FC Porto empatou. Varela, na esquerda, cruzou, a bola bateu em Maxi Pereira e acabou por trair Artur Moraes, que não conseguiu evitar o golo. Euforia na plateia azul e branca. Estava feito o empate.
Até final da primeira parte, o Benfica foi gerindo o resultado e deu a iniciativa de jogo ao FC Porto. No entanto, o resultado manteve-se empatado a um golo. Os homens da casa venciam apenas na posse de bola; 61 por cento contra 39 do Benfica.
O golo de Kélvin incendiou o Dragão, adeptos invadiram o recinto de jogo
Assim como na primeira, foi a segunda parte. O Benfica andou às voltas com nova entrada vertiginosa do FC Porto. Aos 49 minutos, por exemplo, Varela quase fazia o segundo, depois de um remate no lado esquerdo do ataque portista. Valeu ao Benfica a "sapatada" de Artur Moraes na bola.
Depois da hora de jogo o FC Porto baixou o ritmo e o Benfica tentava sair em ataque rápido. Contudo, dava sempre mais FC Porto na partida. O Estádio do Dragão parecia agora mais adormecido. O animador do palco portista, durante uma pausa no jogo, chegou mesmo a pedir no sistema sonoro: «Acorda, Dragão».
Nos últimos cinco minutos do tempo regulamentar, James Rodríguez tinha tudo para fazer o segundo do clube azul e branco. El Bandido apareceu na cara de Artur mas atirou ao poste. Vítor Pereira, no banco, nem queria acreditar no que acabava de falhar o jogador colombiano.
Jesus, do outro lado, pedia à sua equipa para subir no terreno. O Dragão puxava pela sua equipa, os benfiquistas iam roendo as unhas. Já ninguém estava sentado. A adrenalina disparava. Um golo, nesta altura, decidia, por certo, o resultado final e o campeonato.
Já em tempo de descontos o Dragão deitou fogo. Kélvin, que já tinha resolvido o duelo com SC Braga, rematou forte e colocado para o fundo da baliza de Artur Moraes.
Loucura no Dragão. Os adeptos chegaram mesmo a invadir o campo depois do golo e deram trabalho à polícia e aos seguranças do estádio.
Chegaria, pouco depois, o apito final. Há troca de líder no topo da classificação e já cheira a campeão na Invicta.
in "zerozero.pt"
50 mil no Dragão
Os portistas não faltaram à chamada e o Estádio do Dragão registou casa cheia no clássico frente ao Benfica, com 50.177 adeptos nas bancadas
Muita polícia
O Estádio do Dragão contou com um fortíssimo contingente policial dentro e fora do estádio. Foram cerca de 1000 polícias a vigiar tudo e todos
Confusão ao intervalo
No caminho para o túnel, Raúl José, adjunto de Jorge Jesus, foi afastado por Helton, depois de uma troca de palavras com elementos do banco azul e branco
Cimeira europeia no Dragão
Foram muitos os clubes a marcar presença neste jogo. Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Chelsea, Tottenham, entre mais



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