sábado, 18 de maio de 2013

O CAMPEÃO VOLTOU



O FC Porto é o novo campeão nacional de hóquei em patins, a duas jornadas do fim, após bater o Benfica por 7-3, no Dragão Caixa. Os portistas somam o seu 21.º título de campeão nacional e o 11.º em 12 épocas consecutivas, num encontro em que os lisboetas se tornaram meros figurantes da festa do título, chegando aos 15 minutos a perder por 4-0.


O capitão Reinaldo Ventura e Caio "bisaram", sendo os restantes golos da autoria de Hélder Nunes, Jorge Silva e Ricardo Barreiros, mas há ainda que destacar o papel do guarda-redes Edo Bosch nesta vitória. O espanhol esteve verdadeiramente intransponível.



O FC Porto entrou em campo com uma clara preocupação em não se desequilibrar defensivamente, jogando pelo seguro e tentando aproveitar o contra-ataque. Foi uma estratégia que se revelou mais do que adequada, até porque cabia ao visitante – três pontos atrás dos Dragões na classificação – ir atrás do prejuízo. Os lances de perigo repartiram-se nos primeiros 10 minutos, com o Benfica a atirar ainda uma bola ao poste, na melhor oportunidade até então.



O que se seguiu foi um vendaval ofensivo que durou cinco minutos e que deixou o adversário completamente desorientado. Reinaldo, aos 12 minutos, numa jogada individual finalizada com um remate cruzado, abriu o marcador. No minuto seguinte, o capitão converteu uma grande penalidade a castigar falta de Valter Neves sobre Caio. Em pouco mais de um minuto, Caio “bisou”, primeiro num contra-ataque em que foi assistido por Ricardo Barreiros e depois numa jogada individual pela esquerda. No marcador lia-se 4-0 que a reconquista do título estava perto. 



O ataque portista era autêntica faca quente em manteiga e, do outro lado, Edo Bosch até defendeu um penálti e a respectiva recarga. Esteban Ábalos reduziu, num remate de meia distancia, aos 23 minutos, mas, logo depois, Hélder Nunes, num lance cheio de classe, recolocou a vantagem portista em quatro golos.



O campeão estava encontrado, mas a festa continuou logo no primeiro minuto da segunda parte, graças a um tento de Jorge Silva. O número de golos portista chegou ao mítico sete aos 31 minutos, por intermédio de Ricardo Barreiros. Com naturalidade, os Dragões foram optando por ataques mais longos e por conservar a posse de bola. Ainda assim, só o habitual guarda-redes suplente, Pedro Henriques, evitou uma goleada ainda mais histórica.



FICHA DE JOGO



FC Porto Império Bonança-Benfica, 7-3
Campeonato nacional, 28.º jornada
18 de Maio de 2013
Dragão Caixa, no Porto



Árbitros: Joaquim Pinto (Porto), Luís Peixoto (Lisboa) e Ricardo Leão (Lisboa)



FC PORTO: Edo Bosch (g.r.), Pedro Moreira, Ricardo Barreiros, Reinaldo Ventura (cap.) e Jorge Silva
Jogaram ainda: Caio, Hélder Nunes, Vítor Hugo, Tiago Losna e Nelson Filipe (g.r.)
Treinador: Tó Neves



BENFICA: Ricardo Silva (g.r.), Valter Neves (cap.), Esteban Ábalos, Carlos López e Cacau
Jogaram ainda: Diogo Rafael, João Rodrigues, Luís Viana, Pedro Henriques (g.r.) e Marc Coy
Treinador: Luís Sénica



Ao intervalo: 5-1
Marcadores: Reinaldo Ventura (12m e 13m), Caio (13m e 14), Esteban Ábalos (23m), Hélder Nunes (24m), Jorge Silva (26m), Ricardo Barreiros (31m), Valter Neves (40m) e Luís Viana (47)
Disciplina: cartão azul para Jorge Silva, Valter Neves e Luís Viana



“ESTE ERA O PRINCIPAL OBJECTIVO DA ÉPOCA”


Após a vitória sobre o Benfica, que garantiu a conquista do 21.º título nacional de hóquei em patins, Tó Neves surgiu na sala de imprensa visivelmente emocionado. Foi o primeiro campeonato do treinador, que elogiou o pragmatismo e a concentração dos jogadores azuis e brancos no encontro decisivo.

“É o primeiro título como treinador e isso marca sempre. Não me esqueço do primeiro como jogador e com certeza não me vou esquecer deste como treinador. As primeiras conquistas marcam mais”, admitiu o técnico, que descreveu depois a exibição da equipa. “Não sentimos que estava ganho aos 15 minutos. O jogo tem 50 minutos, o que sei é que os jogadores do FC Porto entraram mais determinados do que os do Benfica e dominámos até ao 7-1. Fomos rigorosos, pragmáticos e prolongámos muito os nossos níveis concentração. A partir do 7-1 sentimos que o título dificilmente nos fugia e apenas jogámos com o cronómetro e deixámos que o jogo chegasse ao fim”, afirmou.

Tó Neves sublinhou que as dificuldades foram praticamente “as mesmas” face à época passada – “se quisermos houve uma diferença, que foi este jogo ter 50 minutos e da época passada, na Luz, não teve” – e recusou falar num “novo ciclo”. “O que há é novas épocas e novos objectivos, quem está no FC Porto luta sempre pela vitória. Este era o principal objectivo estabelecido no início da temporada. Neste momento temos outro objectivo, que é estar na final da Liga Europeia. O jogo em Oliveira de Azeméis deixou de ter prioridade e vamos começar a pensar no Valdagno, a quem ainda não ganhámos no Dragão, a partir de segunda-feira”, declarou.

Para o capitão Reinaldo Ventura, este título foi “uma alegria” com a mesma proporção das conquistas anteriores: “É o culminar de um ano de trabalho. Foi um campeonato difícil, em que tivemos de lutar contra muitas coisas. Foi duro, mas foi justo. Amanhã há que pensar que há mais campeonatos para vencer e uma Liga Europeia que queremos tentar ganhar. Vamos pensar para a frente e tentar ganhar tudo”.

Caio, que “bisou” na partida, esteve também na sala de imprensa: “Qualquer título tem um sabor especial. Este não tanto por ser em casa, mas por ser a reconquista do campeonato, que era o nosso principal objectivo. O facto de ter sido obtido contra o Benfica e em casa foi um ingrediente adicional e trouxe mais motivação para nós e para os sócios, que gostam é destes jogos. Para nós importava chegar aos três pontos e ao campeonato e penso que não houve dúvida nenhuma na entrega do título”.


in "fcp.pt"

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