quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O FIM DO PESADELO E A CONSAGRAÇÃO DE UM MITO


​Como jogador e treinador, é impossível dissociar Pedroto da história do FC Porto
​As maiores recordações que se guardam de José Maria Pedroto são no papel de treinador, mas o percurso que construiu enquanto jogador também é digno de registo e atinge um patamar de igual excelência. Pouco robusto em termos físicos, foi pela simplicidade de processos e pela inteligência e rapidez com que os executava que Pedroto se deu a conhecer ao planeta futebol, actuando preferencialmente como médio interior direito ou na posição “10”.

Nascido no FC Porto e crescido no Leixões, os desígnios da vida militar de então levaram-no para Vila Real de Santo António, onde jogou no Lusitano. Mais tarde, vestiria o tom de azul do Belenenses. Após dois anos em Belém, regressou ao clube do seu coração, o FC Porto, numa combinação que se revelaria perfeita para um sucesso que ainda encontra eco nos dias que correm. Foi campeão sob a orientação de Béla Guttmann e Dorival Yustrich. 

A 18 de Setembro de 1966, na Póvoa de Varzim, o “Mestre” estreou-se no banco portista com uma inspiradora vitória por 3-0. Depois de ter brilhado enquanto jogador, foi como treinador que José Maria Pedroto deixou as suas marcas mais profundas na história do FC Porto.

Na sua primeira passagem pelo banco portista, Pedroto devolveu-lhe a estabilidade e por lá ficou até 30 de Março de 1969, período durante o qual conquistou uma Taça de Portugal (1967/68). Entre jogador (178) e treinador (327), foram 505 os jogos de azul e branco. A “segunda vida” como treinador do FC Porto seria, em definitivo, a consagração do mito. Em 1976/77, José Maria Pedroto regressa ao banco para conquistar mais uma Taça de Portugal, reservando para a época seguinte (1977/78) a devolução do título de campeão nacional ao FC Porto, que fugia já quase há duas décadas. Na temporada seguinte, novo título, o bicampeonato mais celebrado de sempre.

José Maria Pedroto

Data de nascimento
21 de Outubro de 1928 – 07 de Janeiro de 1985 (56 anos)

Naturalidade
Lamego, Portugal

Como jogador:

Épocas no FC Porto (8)
1952/53 a 1959/60

Jogos oficiais pelo FC Porto
178

Títulos pelo FC Porto (4) 
2 Campeonatos Nacionais
2 Taças de Portugal

Outros clubes
Leixões
Lusitano de Vila Real de Santo António
Belenenses

Como treinador:

Épocas no FC Porto (9)
1966/67 a 1968/69, 1976/77 a 1979/80 e 1983/84

Jogos oficiais pelo FC Porto
327

Títulos pelo FC Porto (4)
2 Campeonatos Nacionais da I Divisão
2 Taças de Portugal


PINTO DA COSTA: “PEDROTO FOI UM HOMEM DE GRANDE CARÁCTER”

​Presidente do FC Porto recordou o “grande amigo” trinta anos após a sua morte

​Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto, recordou, esta quarta-feira, “o grande amigo e o grande homem” que era José Maria Pedroto, na data em que se homenageia o antigo jogador e treinador dos Dragões por ocasião dos 30 anos do seu falecimento. O presidente disse que Pedroto era “um homem de grande carácter e de grandes causas” e destacou a “identificação perfeita” que norteou a relação entre ambos, algo que colocou o FC Porto na rota dos sucessos.

Em declarações ao Porto Canal e www.fcporto.pt, Pinto da Costa disse que o ex-jogador e técnico era “um homem com uma força de vontade, um querer e uma determinação invulgares”: “Esta é uma data que não passa despercebida nunca a toda a gente que lidou com José Maria Pedroto porque, para além de ter sido um grande jogador - e foi nessa qualidade que o conheci - e depois um grande treinador, era sobretudo um grande homem. Apraz-me recordar que, ao fim de 30 anos, toda a gente ainda se lembre dele para além dos grandes êxitos desportivos que teve nessa altura. Foi campeão no FC Porto duas vezes seguidas, quando o FC Porto não o era há 19 anos, e foi uma pessoa muito importante na história do futebol. Mas, neste momento, a minha principal recordação vai para o grande amigo e o grande homem que ele era”.

O presidente do FC Porto recordou, com saudade, a relação frontal que tinha com Pedroto, uma “pessoa de grande carácter e de grandes causas, de grande dignidade, de ‘antes quebrar do que torcer’”: “Tínhamos uma identificação perfeita e aquilo que pensávamos era em conjunto; estávamos quase sempre de acordo e quando havia alguma diferença ajustávamos as coisas. Foi uma conjugação perfeita entre um treinador e um presidente. Conhecíamo-nos muito bem, tínhamos uma admiração recíproca e acreditávamos um no outro plenamente, e acho que esse foi o grande segredo do sucesso”.

in "fcp.pt"

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