sábado, 16 de outubro de 2010

Benfica pediu 2500 bilhetes para o jogo no Dragão


Para o Benfica, a ida ao Dragão é uma excepção. O boicote não é para seguir. "Porque o F. C. Porto não se bate pela verdade desportiva e porque Villas-Boas está sempre a falar do Benfica", o clube da Luz já pediu 2500 bilhetes para o clássico de 7 de Novembro.

Na Madeira e em Portimão, sim, depois no Dragão, não. Esta é a política do Benfica relativamente aos seus adeptos, nos jogos fora de casa. O desafio no Funchal já se realizou e contou com benfiquistas nas bancadas, o encontro no Algarve só terá lugar no dia 24, mas segue o mesmo caminho.

Ou seja, o superior apelo da direcção, feito no dia 13 de Setembro, não está a ser correspondido pelas bases. Nessa data, depois do Guimarães-Benfica (2-1), foi emitido um comunicado não só para criticar o trabalho do árbitro Olegário Benquerença, mas também para apelar a que os adeptos "se abstenham" de acompanhar a equipa fora da Luz. Essa "ausência será o melhor indicador da nossa indignação", dava conta o duro documento, num protesto contra a alegada falta de isenção e no qual nem o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, escapou, ao ser declarado "persona non grata", por "ter abandonado o combate pela credibilização do futebol português". Há dias, o apelo, no sentido do boicote, foi reiterado, numa carta enviada pelo líder benfiquista, Filipe Vieira, à massa associativa.

"Não cumpre os pressupostos"

Mas, de um dia para o outro, o regime deixou de ser tão rígido. Abriu-se uma excepção para a viagem até à Invicta. O F. C. Porto-Benfica (20.15 horas, SportTV1) , relativo à 10.ª jornada e agendado para 7 de Novembro, vai ter público encarnado nas bancadas e com o aval da direcção das águias.

Uma fonte do clube avançou com dois motivos para justificar a quebra do enunciado a 13 de Setembro. "O jogo do Porto é o único que não cumpre os pressupostos em que assentou o pedido dos órgãos oficiais. O F. C. Porto, com esta direcção, nunca se baterá pela verdade desportiva", argumenta o Benfica, por um lado. Por outro, serve-se das declarações do técnico portista, André Villas-Boas, para sustentar o volte-face, embora pontual. "Depois de assistirmos, na última conferência, a mais uma manifestação de benfiquismo do senhor Villas-Boas - aliás, não há uma conferência em que não fale do Benfica - decidimos pedir os bilhetes e retribuir-lhe tamanho entusiasmo".

Devoluções até 24 horas antes

O pedido já chegou ao Dragão. Na devida altura, os bilhetes seguirão pelas vias normais até à Luz. O Benfica tem direito a 5% da lotação e foi esse montante máximo que reservou (2500 ingressos). Cem bilhetes para a bancada-central completam a encomenda. Pelos regulamentos da Liga, o clube visitante dispõe, ainda, de 50 convites para a bancada-central e oito para o camarote presidencial. Nas deslocações ao Dragão, Filipe Vieira tem usado desta prerrogativa para assistir ao clássico.

Resta dizer que o Benfica pode devolver os bilhetes até 24 horas antes do desafio e que, na Luz, há quem advogue a tese de, mesmo ficando com os ingressos, não comparecer e deixar o sector visitante despido de público.

in "jn.pt"

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