segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FCP-SLB. E ao sétimo dia, Jesus inventou

Hulk incrível e imparável perante David Luiz (ou Coentrão). FC Porto encomenda faixas à décima jornada

Uma, duas, três, quatro vitórias seguidas no campeonato, depois um discurso de confiança. De seguida, neste sábado, a decisão de lançar David Luiz como defesa-esquerdo. Por fim, domingo, falhanço total. Já se sabe que o domingo é dia de descanso, imagina-se qualquer coisa para fugir à rotina e o que Jorge Jesus inventou foi uma nova equipa para bater o FC Porto e reduzir a desvantagem na classificação, dos sete para quatro pontos. Os domingos também estão cheios de planos furados.

Aos 28 minutos do clássico com o FC Porto, o Benfica estava a perder 3-0. A história foi sempre a mesma. Lance na esquerda, David Luiz batido (por Hulk ou Belluschi), assistência para a área, golo. Varela, Falcao e de novo Falcao. Que rima com humilhação. Que rima com campeão. Porque o que aconteceu, de forma demasiado grave, evidente e impotente para o Benfica, foi a transferência das faixas de campeão para o FC Porto. Depois da manifestação da superioridade azul-e-branca, alguém pode acreditar que a equipa de Villas Boas se deixa apanhar na frente da Liga?

Enquanto o treinador do FC Porto não inventou, Jesus foi mais longe. Ao lançar David Luiz na lateral-esquerda, não só perdeu velocidade na defesa de Hulk como também adiantou Fábio Coentrão para um lugar onde é menos influente. O rapaz das Caxinas não pescou nada. O efeito-dominó ainda levou a que Sidnei fosse chamado a central, ele que não era titular na Liga desde a primeira jornada. Por fim, Jorge Jesus ainda decidiu deixar Saviola no banco (o que é ainda mais raro - aconteceu em Abril contra o Olhanense - do que David Luiz ser lateral).

Pouco falamos do FC Porto porque a equipa portista foi mais do que competente. Só isso, simples. À eficácia ofensiva somou -se a segurança na defesa, aquela que fez Helton descansar praticamente até aos 60 minutos, quando David Luiz fez o primeiro remate perigoso dos encarnados. Nada capaz de incomodar. Ao mesmo tempo, os adeptos azuis-e-brancos começaram a cantar "olééés". Os clássicos também se jogam na bancada e a humilhação consumou-se até com episódios cómicos, como aquele de lançarem um galináceo junto à baliza de Roberto (é verdade, o Benfica estava a perder por três golos e nenhum deles tinha sido um frango).

Restava saber de que forma o campeão entregaria o trono. Luisão, que rima com capitão, esqueceu-se do estatuto, deu mau exemplo, agrediu Guarín e foi expulso. A partir dali já não interessava nada, nem o facto de Jorge Jesus ter assumido os erros e devolvido a lateral-esquerda a Fábio Coentrão. Já com o jogo perdido, o próprio Coentrão fez um penálti sobre Hulk e mostrou que já nem ele acertava. O Incrível fez o 4-0 (primeiro golo ao Benfica) e consumou a noite imparável com um 5-0 extraordinário. Mais humilhante só se o Benfica tivesse voltado para Lisboa à primeira pedrada

in "ionline.pt"

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