quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O trio dourado do FC Porto

O FC Porto continua a sua caminhada quase perfeita em 2010/11. A equipa de André Villas-Boas lidera a Liga portuguesa com dez pontos de vantagem sobre os mais directos rivais, tem uma das defesas menos batida dos campeonatos europeus, já está apurada para os 16 avos-de-final da UEFA Europa League e não parece dar sinais de abrandar.

Afinal, em 19 jogos oficiais disputados esta época, os Dragões somam 17 vitórias, dois empates e ainda não conhecem o amargo sabor da derrota. Um desempenho invejável de um clube que tem um treinador bastante jovem, mas, aos 33 anos, André Villas-Boas devolveu a alegria e a confiança aos adeptos portistas, que já imaginam ser possível repetir os feitos conseguidos em 2002/03 e 2003/04, quando, com José Mourinho como treinador, ganharam a Taça UEFA e a Liga dos Campeões, além de dois títulos nacionais.

O novo técnico tem conseguido extrair o melhor dos jogadores que tem à sua disposição. Helton tem brilhado na baliza, a defesa mostra uma regularidade impressionante, o meio-campo respira classe com João Moutinho e Fernando Belluschi em grande, mas é no ataque que estão as grandes estrelas.

Hulk, Falcao e Varela estão entre os cinco melhores marcadores da Liga ZON Sagres e, juntos, somam qualquer coisa como 23 golos marcados em 11 jogos, um registo melhor do que qualquer uma das outras 15 equipas do campeonato apresenta. A Académica tem o segundo melhor ataque da competição e só marcou 18 golos, enquanto o campeão em título, o Benfica, só fez abanar as redes adversárias em 17 ocasiões.

O poder do super-herói

No topo dos goleadores da Liga portuguesa está um super-herói. O nome Givanildo Vieira de Sousa pode não dizer muito à grande maioria dos adeptos, mas quando se fala de Hulk, o seu nome de “guerra”, a história é outra. Pode não ser verde como a personagem da banda desenha, mas parece ter uma força sobre-humana que lhe permite ultrapassar os adversários com a mesma facilidade com que o alter-ego do dr. Bruce Banner despachava os rivais nas histórias aos quadradinhos.

Mas não é só o poder físico e a velocidade que fazem de Hulk um dos avançados com mais potencial do futebol moderno. O brasileiro tem um remate fortíssimo de pé esquerdo e, sob o comando de André Villas-Boas, parece ter encontrado a objectividade que muitos apontavam como o seu principal defeito nas duas épocas anteriores ao serviço do FC Porto. Com 11 golos marcados no campeonato português e cinco na Liga Europa, este Hulk também esmaga... no relvado.

É comum dizer-se que um ponta-de-lança só tem olhos para a baliza. E se é verdade que Radamel Falcao tem um instinto matador quase único, o internacional colombiano tem mostrado bem mais do que isso em 2010/11. É verdade que já leva um total de 12 golos marcados esta época, mas a forma como combina com os companheiros de ataque é, talvez, ainda mais impressionante. Sempre à procura de abrir espaços e a lutar por cada posse de bola, Falcao consegue coisas maravilhosas, como o golo de calcanhar marcado ao grande rival Benfica na goleada, por 5 a 0, conseguida pelos Dragões.

O sonho é ser o melhor marcador do campeonato depois de no ano passado ter falhado esse objectivo por apenas um golo (marcou 25 contra os 26 do benfiquista Cardozo), mas já deu para perceber que neste FC Porto as metas pessoais estão sempre em segundo plano em relação ao colectivo. E Falcao já afirmou diversas vezes que troca o estatuto de goleador máximo pelas faixas de campeão português.

Varela contra as contrariedades

Silvestre Varela é o exemplo perfeito que, às vezes, compensa dar um passo atrás para dar dois à frente. Formado no Sporting, o extremo não teve grandes oportunidades na equipa principal, já que o então treinador, Paulo Bento, não privilegiava um sistema que utilizasse jogadores bem abertos na alas.

Deixou Alvalade e, após ter sido emprestado, rumou ao Estrela da Amadora onde, em 2008/09, deu nas vistas e despertou o interesse do FC Porto. Não demorou a brilhar no Dragão e os oito golos, e as excelentes exibições, marcados em 2009/10 pareciam suficientes para lhe abrir a porta da Copa do Mundo da FIFA.

Porém, uma lesão impediu-o de marcar presença na África do Sul, mas nem o azar nem o tempo de paragem lhe tiraram o ritmo. Entrou em grande em 2010/11, já leva seis golos no campeonato e foi chamado pelo novo seleccionador português, Paulo Bento, para o amigável desta quarta-feira contra a campeã do Mundo, Espanha.

Mas, mais uma vez, a sorte não esteve do lado de Varela. Uma lesão sofrida no último jogo do campeonato, contra o Portimonense, impediu-o de alinhar contra a selecção espanhola e, agora, os adeptos portistas suspiram pelo seu regresso. Para que o trio dourado do ataque azul e branco possa ficar completo.

in "fifa.com"

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