domingo, 12 de dezembro de 2010

FC Porto um a um


A figura: João Moutinho

Primeiro golo num hino colectivo

Fim da pressão, se é que ela existia: o primeiro golo pelo FC Porto está feito. E bem feito, porque a jogada, que envolveu James, Guarín e Falcao foi um hino ao futebol colectivo, o que assenta bem à definição de Moutinho. Aliás, como se viu depois: aberturas brilhantes, uma delas a desbravar caminho ao que haveria de ser o golo de Walter, inúmeros roubos de bola e, na segunda parte, quando poderia ter descansado numa posição mais recuada, como trinco, passou ao lado dessa ideia, mantendo-se firme num ritmo acelerado.

Kieszek | Baptismo tranquilo, sem grandes sobressaltos. Aliás, terá jogado mais vezes com os pés, em resposta a atrasos dos companheiros, do que com as mãos, como lhe compete.

Sapunaru | Com boas arrancadas, sobretudo na primeira parte, ajudou a dinamizar o lado direito, ainda que o regresso de Álvaro Pereira o tenha convidado a ficar mais vezes pela defesa.

Sereno | Segundo jogo, outra vez completo e novamente na Taça. Dois ou três cortes em antecipação permitiram-lhe marcar presença num território sobrelotado de alternativas para Villas-Boas.

Maicon | Regressou após castigo, beneficiando do atrevimento limitado do ataque alentejano para passar ao lado de problemas comprometedores.

Álvaro Pereira | Passeou pela esquerda a todo o vapor. Quatro jogos depois, e já ninguém tinha dúvidas disso, voltou para provar que faz toda a diferença. Fez também um golo e uma assistência de bandeja para Walter marcar. Queixou-se de um penálti aos 89'.

Guarín | Despediu-se do jogo com um sprint de fazer inveja a Usain Bolt. Um detalhe que ajuda a ilustrar uma entrega sem reservas, primeiro a trinco e, na segunda parte, numa zona mais avançada do meio-campo. Tentou várias vezes o golo, mesmo de distâncias impensáveis, mas falhou.

Rúben Micael | Muleta perfeita para garantir fluidez de jogo, feita à base de toques curtos e sem perda de tempo no raciocínio. Entendeu-se bem com Guarín e Moutinho, sem tirar o pé do acelerador.

Hulk | Acelerações promissoras a começar, sem que daí resultassem problemas relevantes. As fintas nem sempre lhe saíram bem, apesar da insistência.

Falcao | Assinou o ponto, aproveitando a assistência bem medida de James. Um ponta-de-lança perfeito há-de ser isto: alguém que não desperdiça golos óbvios. Mais discreto na segunda parte, acabando substituído.

James | Muito prazer em conhecê-lo, terão exclamado os adeptos. El Bandido não demorou muito a brilhar, cruzando para o golo de Falcao. Fez mais numa primeira parte recheada de toques de qualidade. Da esquerda à direita e muitas vezes pelo meio, onde estacionou depois do intervalo. Talvez não seja um extremo clássico, mas é, pelo que se viu, a alternativa mais consistente a Varela. Procurou o golo e esteve quase a marcar num cabeceamento no último minuto. Enfim, foi de chorar por mais...

Walter | Continua sem desmentir a ideia de ser um jogador lento, mas, verdade seja dita, também não desperdiçou a oportunidade óbvia que surgiu pela frente, a passe de Álvaro Pereira. Aliás, apesar da utilização residual já leva cinco golos, quatro deles na Taça. Mais: parece ter sofrido falta na área aos 82'.

Castro | A atitude positiva do costume, injectando energia pelo meio. Dois remates e um amarelo, eis o saldo que fica.

Ukra | Menos tempo para mostrar serviço, já numa altura em que o FC Porto atacava de forma menos consistente.

in "ojogo.pt"

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