sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um FC Porto com classe de quem vence em qualquer tipo de terreno

O FC Porto tem mostrado nestes últimos meses uma confiança extrema nas suas capacidades. É o resultado de êxitos que começam a ser contínuos. Seja em terrenos que mais parecem piscinas (como aconteceu em Coimbra), seja num recinto coberto de neve, que caiu de forma incessante durante esta quinta-feira. É uma máquina em que tudo parece funcionar na perfeição. Para azar do Rapid, que encaixou a terceira derrota em casa (1-3) e viu os “dragões” confirmarem o primeiro lugar no Grupo L.

O treinador dos austríacos chegou a avançar com o rótulo de mini-Barcelona para catalogar o FC Porto. Salvaguardada a comparação, a verdade é que a formação portuguesa voltou a mostrar que sabe ser eficaz em qualquer palco, em qualquer terreno. Em Viena, pouco havia para ganhar (excepção feita à confirmação antecipada do primeiro lugar do grupo) e o 
manto de neve que cobriu o 
relvado do Ernst-Happel podia fazer perder muita coisa.

A Beto chegou-lhe o aquecimento para sofrer uma rotura e sair ao colo, Fernando também resistiu menos de um quarto de hora (entrou Guarín). Mas o técnico do FC Porto acredita na capacidade de adaptação dos jogadores às circunstâncias do jogo e não abdicou da maioria dos habituais titulares.

O Rapid Viena conseguiu, no início, aproveitar as condições pouco favoráveis para um adversário pouco habituado a um clima tão agreste. E teve o apoio incondicional de um público que encheu o estádio e que viu a equipa explorar os cerca de 20 minutos de aprendizagem do FC Porto.

Mas o tempo foi passando e os portistas começaram a encontrar o seu futebol, feito de posse de bola e dotado de passes precisos para criar oportunidades de remate. As diferenças entre os austríacos e os portugueses foram ficando evidentes. Restava a este Rapid, que não é uma boa equipa, a solidez e a tentativa de explorar os lances longos. Corria muito, mas sem se expor a demasiados riscos, atitude própria de uma equipa que sabe reconhecer a sua inferioridade perante o adversário. O que, de resto, se notava em toda a linha.

Nos primeiros minutos, porém, o Rapid teve uma boa oportunidade: aos 18’, Saurer tirou um bom cruzamento e Gartler meteu a cabeça onde muitos não metem os pés e Helton salvou com uma boa defesa. O golo surgiu, aos 38’, quando já era claramente o FC Porto que mandava na partida. Graças também a um tremendo erro defensivo com principais responsabilidades para Helton e Fucile. Trimmel aproveitou para fazer o 1-0.

Mas um a um, os jogadores portistas foram-se impondo aos adversários. Quase sempre de forma clamorosa. João Moutinho foi um senhor no meio-campo e, na frente de ataque, Hulk e Falcao começaram a causar demasiados estragos. Varela não soube aproveitar um punhado de oportunidades na cara de Hedl, mas a diferença era demasiado evidente para aquele resultado e o empate surgiu com toda a naturalidade. Otamendi, aos 42’, faz um passe longo, Soma falha o corte e isola o colombiano, que não falhou.

No segundo tempo, Villas-Boas trocou Varela por Ukra e fez entrar Belluschi, como que a dar um sinal à equipa que o jogo era para ganhar. O árbitro deixou passar em claro uma grande penalidade sobre Guarín, mas depois a sociedade Hulk-Falcao (um predador de área)resolveu tudo. O brasileiro, aos 86’, fugiu pela esquerda, cruzou para uma intervenção desastrada de Hedl e Falcao aproveitou. O golpe final chegou aos 88’, num lance em que Moutinho recuperou uma bola, entregou a Hulk para um primeiro remate. Hedl não segurou e Falcao voltou a facturar. O primeiro lugar no grupo L estava garantido.



Ficha de jogo

Rapid Viena, 1

FC Porto, 3

Jogo no Estádio Ernst-Happel, em Viena.

Assistência cerca de 50 mil espectadores.

Rapid Viena Hedl, Sonnleitner, Soma, Patocka, Kayhan, Kulovits, Heikkinen, Saurer, Drazan (Salihi, 63’), Trimmel (Dober, 83’) e Gartler (Nuhiu, 77’).

FC Porto Helton, Sapunaru, Otamendi, Rolando, Fucile, Fernando (Guarin, 16’), João Moutinho, Ruben Micael (Belluschi, 71’), Varela (Ukra, 46’), Hulk e Falcao.

Árbitro Aleksandar Stavrev, da Macedónia.

Amarelos Drazan (8’) e Patocka (80’).

Golos 1-0, por Trimmel, aos 38’; 1-1, por Falcao, aos 42’; 1-2, por Falcao, aos 85’ e 1-3, por Falcao, aos 88’.

in "publico.pt"

1 comentário:

Adamir Torres disse...

Já agora podiam fazer um jogo no deserto, (relva no campeonato, piscina na taça, nave na liga Europa)