quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ibson lidera a armada brasileira do Spartak

Chegou pela primeira vez a Portugal a 31 Janeiro de 2005 sem saber qual era o clube onde ia jogar e confessou mais tarde que assinar pelo FC Porto foi "um dos dias mais felizes" da sua vida. Nos primeiros meses impressionou e chegou a ser elogiado por Pinto da Costa, mas, com a chegada de Paulo Assunção e Lucho González, na época seguinte perdeu espaço na equipa. Depois de alguns problemas com Jesualdo Ferreira, regressou ao Flamengo no Verão de 2007 e mais tarde acabou por ser vendido ao Spartak de Moscovo. Hoje, Ibson Barreto da Silva voltar a pisar o relvado do Estádio do Dragão na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa (20h05, SP-TV1).

"Toco bem a bola, acho que tenho bastante raça e muita vontade de jogar." Este foi o primeiro auto-retrato de Ibson à imprensa portuguesa, depois de trocar por 2,2 milhões de euros o Flamengo pelo FC Porto, no mercado de Inverno da época 2004-05. Numa temporada conturbada dos portistas, após vencerem a Liga dos Campeões e perderem José Mourinho, Ibson revelou-se um reforço importante para José Couceiro, que chegou ao clube "azul e branco" na mesma altura, após a saída do espanhol Víctor Fernández. O médio brasileiro, na segunda metade da temporada, foi titular nas últimas 14 jornadas e recebeu elogios de Pinto da Costa. "A questão do aumento deixo nas mãos do presidente", brincou Ibson antes de partir de férias para o Brasil, no final da época. 

Com a saída de Couceiro, a entrada de Jesualdo Ferreira e o reforço do meio-campo da equipa, a sorte de Ibson no Dragão mudou. Com novas ideias tácticas e concorrência de luxo (Lucho, Raul Meireles, Diego e Paulo Assunção), o médio perdeu protagonismo e os problemas começaram a surgir: em 2005-06 foi titular em 13 jogos e na época seguinte em apenas 10 partidas da Liga. A pouca utilização do brasileiro levou Laís Silva, pai do jogador que desempenhou sempre um papel decisivo na carreira de Ibson, a fazer duras críticas a Jesualdo e a saída tornou-se inevitável.

Com o regresso, por empréstimo dos portistas, ao clube do seu coração (Flamengo), a carreira de Ibson ganhou novo ânimo e o brasileiro despertou rapidamente a cobiça de clubes europeus. Acabou por ser o Spartak de Moscovo a ganhar a corrida - o FC Porto recebeu perto de 5 milhões de euros pela transferência - e, mais de três anos depois, Ibson regressa ao Dragão, agora no papel de adversário.

Ontem, na conferência de imprensa de antevisão da partida, o médio reconheceu que "o FC Porto é favorito", mas avisou que os jogadores do Spartak estão "preparados e confiantes" na possibilidade de conseguir "um bom resultado". "A ansiedade é grande. Estive cá dois anos e meio e é um clube que tenho guardado no meu coração. Mas agora estou no Spartak e tenho de defender esta camisola", lembrou o brasileiro, que apostou com Helton um jantar. Paga quem perder a eliminatória.


in "publico.pt"

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