sábado, 16 de julho de 2011

Um mestre da organização

Dois treinos, três reuniões com os adjuntos, planificação do trabalho e ainda uma espreitadela aos jogos da Copa América. Os dias em Marienfeld são longos para Vítor Pereira, o treinador que Pinto da Costa escolheu para suceder a Villas-Boas no comando técnico do FC Porto, atribuindo-lhe uma cláusula de rescisão de 18 milhões de euros. Os responsáveis portistas foram convencidos pela competência demonstrada na época passada enquanto número 2 da hierarquia técnica e Vítor Pereira não só manteve os hábitos de trabalho como os reforçou, gerindo tudo ao pormenor.
Metódico, organizado, perfeccionista, mas também brincalhão, Vítor Pereira pediu mais jogos de preparação na pré-época, acrescentando o Verl e o Rio Ave aos encontros previstos inicialmente, e sugeriu que a empresa que trata dos relvados do Olival fosse mais cedo para Marienfeld para moldar os campos usados neste estágio. O hotel Klosterpforte parece indicado para retiros espirituais ou tratamentos anti-stress, dado o cenário bucólico, mas oferece todas as condições para o FC Porto preparar a nova época. Vítor Pereira aproveita-os todos.
Na mesinha de cabeceira, o despertador toca invariavelmente às 7h30. É a altura de levantar, ler os jornais desportivos e passar os olhos pelo noticiário geral. Uma hora depois, reúne-se pela primeira vez com Rui Quinta, Filipe Almeida, Semedo e Wil Coort, os adjuntos que compõem a sua equipa técnica. O objectivo é explicar-lhes em que vai consistir o treino matinal, detalhando todos os exercícios, cronometrados ao segundo e desenhados ao pormenor. Segue-se o pequeno-almoço e uma inspecção ao local do treino. Vítor Pereira faz questão de ir ao campo meia hora antes do início de cada sessão para verificar se está tudo como pretende: colocação das balizas, das barreiras, dos cones, das estacas ou de qualquer outro material que venha a ser usado.
O almoço tem sido servido às 13 horas, após o qual o técnico recolhe ao quarto para planificar o segundo treino do dia. Às 16 horas explica tudo aos adjuntos em nova reunião de trabalho, seguindo-se a inspecção aos relvados e o treino vespertino.
Se para os jogadores o dia de trabalho termina nesta altura, Vítor Pereira ainda tem muito para fazer. Depois do jantar, marcado para as 20 horas, o treinador voltar a recolher-se no quarto para organizar o primeiro treino do dia seguinte. Às 23 horas, volta a chamar os adjuntos para uma última reunião, que serve para discutirem em conjunto que aspectos a equipa - ou um jogador em particular - precisa de melhorar.
Antes de dormir, Vítor Pereira ainda dedica alguma tempo à Copa América, concentrando as atenções nos portistas presentes: Falcao, Guarín, Álvaro Pereira e Rodríguez.

Jogos filmados em ângulo aberto

Longe de ser uma novidade absoluta no clube, Vítor Pereira pediu também à estrutura ligada ao futebol para gravar os jogos de pré-temporada e também alguns treinos realizados no Olival, com o intuito de depois os analisar e criar edições particulares para fornecer aos jogadores. Na Alemanha, os três particulares agendados serão registados em vídeo pelo team-manager Rui Carvalho, usando sempre um ângulo aberto do campo para que o técnico possa, depois, ver o maior número de jogadores ao mesmo tempo em acção e respectivas movimentações. Por isso é que esta tarde, mesmo com o jogo a ser transmitido pela televisão, também haverá gravação interna.

Plantel de craques até nos tempos livres

"Que golos. Dois do Messi, dois do Ronaldo". Walter desafiou Hulk para um jogo de PlayStation - o FIFA - e cometeu a proeza de ganhar ao compatriota, fazendo questão de se vangloriar. Esta é uma das formas encontradas pelo plantel para combater os tempos mortos. Enquanto uns preferem ver filmes ou ler um livro, outros arregaçam as mangas e mostram outros dotes que não os futebolísticos. Christian não tem impressionado apenas pela velocidade porque também é o rei dos matraquilhos, goleando quem lhe aparece pela frente. Hulk e Souza também são craques. No ténis de mesa, Maicon e Fernando formam uma dupla brasileira que tenta rivalizar com João Moutinho e Rúben Micael, mas diz quem vê as partidas que Sapunaru está ao mesmo nível. Na PlayStation, são muitos os craques virtuais, com as duplas James-Moutinho e Castro-Belluschi a disputarem os jogos com superior recorte técnico. Beto é o ás das cartas. Pelos vistos, não é só entre os postes que tem "boas mãos".

in "ojogo.pt"

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