terça-feira, 12 de julho de 2011

Vítor Pereira quer Kelvin colectivo

A qualidade de Kelvin é inquestionável. Os segundos 45 minutos contra o Gutersloh deixaram água na boca e mostraram um talento enorme, ainda que precoce. A (falta de) capacidade do adversário coloca água na fervura e obriga a esperar por testes mais a sério para confirmar os atributos do miúdo ex-Paraná, mas há coisas que até a jogar sozinho se fazem notar. A recepção orientada de bola, a coragem e especialmente a capacidade técnica e de improviso ficaram na retina. Vítor Pereira já saberia disso tudo - os treinos são um excelente barómetro - mas quer muito mais. Acima de tudo, que não ligue o complicador e seja mais colectivo nas suas acções. O individualismo de Kelvin foi o que mais o irritou e o treinador fez questão de o anotar e debater com Rui Quinta. Não sabemos se Kelvin já ouviu a mensagem mas, é ponto assente, a moldagem passa por fazer dele um jogador de equipa. O treinador assim se obriga.

Vítor Pereira acredita que só um Kelvin mais colectivo se pode impor no FC Porto. E não só porque o futebol dos dragões assenta no conceito de equipa, mas essencialmente porque só jogando com os colegas pode merecer o respeito destes. A mensagem ao jogador é clara: só colectivamente pode ganhar a confiança do resto do plantel. É sobre esses parâmetros que recairá o trabalho específico.

Os números de Kelvin são claros quanto à sua forma de jogar. Nenhum outro reforço teve tantas iniciativas atacantes como o jovem brasileiro, que preferiu sempre partir para cima do adversário do que entrar na área em futebol apoiado. Foi precisamente por isso que sofreu duas faltas e escapou a outras duas, levantando-se mesmo antes de cair. Cruzou três vezes e nas várias iniciativas foi desarmado duas vezes, a que juntou dois cruzamentos mal medidos. Valeram as intenções...

Académica e Gil Vicente no encalço

O futuro de Kelvin está mais ou menos definido. O jovem não terá grandes hipóteses de jogar no FC Porto e entende a SAD e a equipa técnica que é importante que o jogador se adapte ao futebol português para poder, na próxima época, voltar com rodagem e já formatado para jogar. Académica e Gil Vicente são os dois clubes melhor posicionados para o receber. Quando é que não se sabe. O FC Porto quer melhorar o jogador e nesta fase vai mantê-lo integrado no plantel, para que jogue e perca os vícios que trouxe do Brasil. Como o individualismo, por exemplo.

in "ojogo.pt"

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