A última mensagem de Guarín no twitter foi escrita no Mónaco, antes ainda da Supertaça. Depois disso, e apesar de ter dado a cara no final do jogo, não voltou a partilhar coisa nenhuma com os quase 52 mil seguidores. Um silêncio de dois dias que não é nada de extraordinário, apesar de ser curioso, considerando o histórico de utilização quase diária que faz dessa ferramenta. Aliás, o twitter de Guarín só é para aqui chamado porque seria útil perceber de fonte directa as emoções de quem tem para digerir um jogo difícil com o Barcelona. "O que se passou com ele no golo de Messi foi um azar", diz Marcelo Ferreyra, o empresário, a O JOGO. E diz mais, em jeito de defesa improvisada do médio: "Esse lance acabou por transformar-se numa prova de carácter e de personalidade: continuou a jogar, pediu sempre a bola e até teve uma oportunidade para marcar. Animicamente, não se foi abaixo e demonstrou grande personalidade".
A assistência para Messi e o cartão vermelho foram apenas as pontas mais visíveis de uma exibição cinzenta, contrabalançada apenas por um pontapé fortíssimo que Valdés teve dificuldade em desviar. Guarín esteve uns furos abaixo da imagem cimentada na segunda metade da época passada, período em que passeou pelos relvados de forma autoritária, guiando o FC Porto em parte significativa das conquistas. Marcelo Ferreyra atenua esse contraste. "É evidente que ele não está feliz pelo que se passou e com o resultado", defende, embora com a preocupação, uma vez mais, de rematar a ideia com a garantia de profissionalismo do colombiano, estendendo-a ao resto da equipa: "Deram tudo em campo e jogaram de igual para igual com o Barcelona. Agora há que pensar nos novos desafios que começam e talvez possa haver uma vingança na Champions".
Esta 'revancha' que lhe sai no discurso, e necessariamente traduzida para vingança em português, não anula um sentido agradecimento de Marcelo Ferreyra a Guardiola, que defendeu Guarín no final do jogo, desvalorizando o erro que ditou o golo de Messi e apelidando o colombiano de jogador extraordinário. "As palavras de Guardiola foram um prémio. O que se passou não o vai afectar. Pelo contrário! É uma oportunidade para mostrar a sua personalidade, as suas qualidades e a importância que pode ter no FC Porto. Fredy sente-se importante na equipa e acredito que a temporada será excelente", sublinha Ferreyra.
Guarín aproveitará o regresso à selecção para lamber as feridas e, mais dia menos dia,o FGuarin13, assim se identifica ele no twitter, retomará a normalidade.
Reunião agendada para renovar... ou não
É Marcelo Ferreyra que o diz: está prevista uma conversa com o FC Porto para debater possíveis reajustes contratuais. "Há uma reunião prevista para esta semana para ver se prolongamos o contrato de Fredy. O FC Porto quer mantê-lo no plantel, ele e a família sentem-se cómodos na cidade". Esta história da possível renovação nem é nova, embora informações recolhidas antes desta última intervenção de Ferreyra fossem no sentido de não haver intenção de mexer no contrato do colombiano, renovado há poucos meses até 2014. No contexto de outros acertos contratuais no plantel, e de notícias sobre interessados (sobretudo o Roma, que ainda está no mercado...), Guarín terá alimentado a esperança de alguns reajustes salariais. A base para isso poderia passar pela subida da cláusula de rescisão, que já está nos 30 milhões. Para já, e a menos que a tal reunião anunciada mude alguma coisa, mantém-se tudo como está: contrato até 2014 e cláusula de 30 milhões.
in "ojogo.pt"
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