Quando o leitor folhear este jornal, Vítor Pereira ainda não saberá que equipa vai apresentar no grande jogo de amanhã à noite. Ontem, quando este texto foi escrito, restavam três dúvidas, transversais a todos os sectores e que atravessam o campo na sua diagonal mais longa: da lateral-direita à ponta esquerda, passando pelo miolo do terreno e arrastando um verdadeiro turbilhão de nomes. A recuperação de Álvaro Pereira - treinou ontem pela primeira vez a 100% - só adensa o cenário. Com a esquerda da defesa atribuída, a direita fica como a maior interrogação. É que Sapunaru e Fucile são candidatos muito iguais.
O treino de hoje será o último para que as dúvidas possam ser desfeitas, mas seguramente não é pelo que qualquer dos protagonistas possa fazer na sessão que o treinador decidirá em seu favor. Nesta fase, é na soma dos prós e contras das competências de cada um que Vítor Pereira irá decidir. A composição do adversário também pode ajudar a moldar a equipa.
Além de Sapunaru ou Fucile para a direita; Guarín, Belluschi ou Defour num meio-campo com os cativos Fernando e João Moutinho; e Cristian Rodríguez ou Varela na esquerda do ataque, são as interrogações. Apontar favoritos é difícil, atendendo à alta rotação que o treinador vem a impor desde que a época começou e que se traduz nos 23 jogadores já utilizados em cinco jogos de campeonato, 20 deles com pelo menos um jogo como titular.
Teoricamente, Sapunaru devia manter-se na direita, mas Fucile é indiscutível e totalista esta época. Varela foi herói em 2010/11, mas recentemente tem sido preterido em favor do Cebola e chegou até a ficar de fora de uma convocatória. Djalma, não fará ainda parte destas contas. E que dizer do meio-campo? Belluschi passa por um bom momento, mas Guarín e Defour encorparam melhor o fato de combate.
Djalma e Souza longe das contas
A julgar pelos minutos de utilização, Souza e Djalma também poderiam fazer parte da lista de candidatos a jogar. Mas não. A não ser que haja uma enorme surpresa, os lugares no onze estão reservados a outros nomes. O médio está aos poucos a voltar à condição de suplente de Fernando. Quanto ao extremo, parece ter ficado com o papel de arma secreta.
Só faltam mesmo as unhas do Tigre
Se Vítor Pereira quiser, pode repetir 10 dos 11 titulares da equipa que há sensivelmente um ano goleou o Benfica por 5-0, na segunda vitória da época e maior estaca cravada no coração da águia.
A persistência de Pinto da Costa, que resistiu ao mercado e manteve quase todo o plantel campeão, permitiria não fazer grandes alterações. A única obrigatória é, porventura, a que os adeptos menos desejariam: Falcao já não mora no Porto e é em Madrid que tem revelado as unhas goleadoras - voltou a marcar ontem - que ao Benfica fizeram quatro golos o ano passado, dois deles no Dragão.
A possibilidade de se repetirem 10 dos 11 titulares de então é de todo improvável. Mesmo que, entre as dúvidas, Vítor Pereira opte por Sapunaru, Guarín ou Belluschi e Varela, a titularidade certa de Otamendi e Fernando terminam com a ilusão. Há um ano atrás, o argentino foi suplente de Maicon e Fernando estava lesionado pelo que nem se sentou no banco de suplentes. Lá, estavam também mais cinco jogadores que ainda figuram no plantel portista. Só Beto e Rúben Micael já partiram.
Do lado encarnado, o panorama é bem diferente: sete dos titulares já saíram do clube e a esse devem juntar-se mais quatro suplentes.
Fernando e Otamendi apontados à equipa titular
A folha de utilização de Fernando e Otamendi não mostra esta época números condizentes com a importância da dupla no passado, mas é quase certo que depois de mais um jogo de folga (contra o Feirense, em Aveiro), os dois voltarão à titularidade, para ajudar a tornar mais consistente o esqueleto defensivo da equipa, que tem em Rolando o outro (e quiçá mais importante) pilar.
Afastados do último jogo em proveito de Defour/Guarín e Mangala, Fernando e Otamendi são demasiado importantes para que possam ser preteridos num jogo desta natureza. O Benfica impõe respeito e para os dois estão reservados papéis importantíssimos na vigilância a Aimar e Cardozo, dois dos mais perigosos atacantes encarnados.
Otamendi conta com 360 minutos de utilização em oito jogos, actuou em metade dos desafios, mas não falhou, por exemplo, a Liga dos Campeões, verdadeira prova de competência. Fernando também foi titular com o Shakhtar e mesmo apesar de ter apenas 155 minutos no total de 720 possíveis, Vítor Pereira já destacou que o verdadeiro Fernando está de volta e pronto para os jogos de destaque. Esta é uma boa oportunidade de o provar.
in "ojogo.pt"
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