quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Hulk mão-cheia para ser rei do Dragão


O bi-Dragão de Ouro está perto de se tornar no melhor marcador de sempre no Estádio do Dragão. Falta um póquer para que Hulk atinja os 40 golos em jogos caseiros, o que lhe permitirá igualar o registo de Falcao, por esta altura ainda o rei dos goleadores no recinto dos portistas. Com uma mão cheia de golos, Hulk ultrapassará mesmo o colombiano. O golaço apontado pelo Incrível, nos descontos da partida com o Nacional, permitiu-lhe chegar ao segundo lugar deste ranking, com os mesmos 36 golos que Lisandro apontou nas quatro temporadas em que vestiu de azul e branco.
Na sexta-feira, o FC Porto volta a jogar na condição de visitante, com o Paços de Ferreira, e não sendo simples marcar cinco golos numa só partida - o que até seria inédito na carreira do avançado portista - as perspectivas são animadoras para, pelo menos, aproximar-se de El Tigre. Isto porque Hulk marcou aos pacenses em todas as épocas, ainda que três dos cinco golos que apontou tenham sido obtidos na Capital do Móvel.
De qualquer forma, com mais de meia época pela frente, não será muito difícil admitir que o brasileiro vai mesmo assinar mais um recorde na sua carreira e cravar o nome na história do Estádio do Dragão e do próprio FC Porto. Além disso, tem todas as condições para colocar a fasquia demasiado alta para a concorrência que se seguirá. A menos que Falcao, Lisandro ou Lucho voltem a jogar pelo FC Porto, vai ser tarefa hercúlea alguém do actual plantel conseguir morder os calcanhares de Hulk. Basta olhar aos números dos que se seguem na tabela de marcadores. Curiosamente, é outro jogador que actua pelas alas, Varela, que surge em melhor posição, com 15 golos, ou seja, ainda bem distante dos 36 do internacional brasileiro. Nesta lista de actuais jogadores do FC Porto, segue-se Guarín, com oito, e Belluschi e Rolando, com cinco golos cada. Kléber, que se assume como o ponta-de-lança de futuro no FC Porto, leva três apontados no Dragão em ano de estreia.
Se igualar os números da época passada, Hulk passará mesmo a barreira dos 50 golos no Dragão. As contas são simples de se fazer: o brasileiro fez as redes do estádio balançarem 21 vezes com Villas-Boas no banco; esta época já vai em cinco golos, faltam-lhe, portanto, 16 para repetir a estatística, o que lhe permitiria atingir os 52 golos. Seria, apenas, mais um recorde do único jogador, até à data, distinguido duas vezes com o Dragão de Ouro de futebolista do ano, ainda por cima em épocas consecutivas.

Incrível também na UEFA

O percurso de Hulk no FC Porto ainda não acabou, mas mesmo assim o internacional brasileiro já terá garantido um lugar na história do clube. O avançado também é um dos maiores goleadores europeus dos campeões nacionais, repartindo a sexta posição com Lisandro. Os 13 golos que Hulk marcou na Champions/Liga Europa só conseguem ser batidos por cinco jogadores, todos eles marcantes no passado do FC clube. Falcao lidera destacado com 22 golos, seguindo-se dois pontas-de-lança míticos do Dragão: Jardel (19) e Fernando Gomes (17). À frente de Hulk, surgem ainda Derlei e Madjer, com 14 golos cada um, ou seja, com apenas mais um do que o Incrível. Sendo assim, Hulk tem todas as condições para, ainda esta época, aproximar-se ou até atingir o top 3. Bastam dois golos nos jogos que ainda faltam disputar na Champions para chegar ao quarto lugar e quatro para chegar ao pódio. Curiosamente, segue-se na próxima semana, novo jogo com o APOEL, a principal vítima europeia do avançado (três golos).

Os principais goleadores do Dragão

40 GOLOS
Falcao ainda está no trono

O rei do Dragão só podia ser o colombiano que tantas saudades deixou. A apetência para o golo de El Tigre notou-se em vários campos da Europa, mas não há dúvida de que em casa é que ele se sentia melhor. Foi diante do público portista que marcou 40 dos 72 golos com que abandonou o FC Porto. E, ao contrário dos parceiros desta página, só precisou de dois anos para isso.

36 GOLOS
Lisandro como se fosse ponta-de-lança

Tal como Falcao, Lisandro preferia jogar em casa. Em sentido contrário, pode dizer-se que teve quatro anos, metade do período gozado pelo colombiano, para conseguir 36 golos, mas nas duas primeiras jogou como extremo, posição em que se sentia mais à vontade quando chegou da Argentina. Quem sabe este número não seria bem maior se tivesse sempre no centro?

23 GOLOS
Lucho era o comandante

Alguns foram de penálti, é certo, mas isso não apaga o mérito de quatro épocas brilhantes de El Comandante, este sim, esmagadoramente melhor no Estádio do Dragão do que fora dele. Os 23 golos marcados representam 72% do pecúlio total (32) e significam uma marca muito difícil de igualar por outro jogador da sua posição: médio

Ataque bem lançado para bater recordes


É preciso recuar 60 anos, à época de 1951/52, sob o comando de Eládio Vaschetto, para encontrar um FC Porto tão sintonizado com as balizas em jogos do campeonato.
Nessa época, os dragões contavam 26 golos em oito rondas, contra os 22 actuais. Aliás, se não fosse o nulo em casa do Feirense, o registo estaria mais próximo dessa bitola. Ainda assim, o registo actual chega para igualar as épocas de 1976/77, 1986/87 e 2003/04, em que as equipas foram comandadas por técnicos marcantes da história do clube: José Maria Pedroto, Artur Jorge e José Mourinho, respectivamente. Os dois últimos até foram campeões europeus nessas épocas, mas dos três, a nível interno, só Mourinho conquistou o título.
Vítor Pereira desde cedo apontou o foco a um ataque demolidor - no estágio já insistia nisso - e treina as situações de finalização de forma recorrente, ao ponto de nem depois da maior goleada da época querer abrandar o ritmo.
Ontem, no regresso ao trabalho, o aquecimento foi substituído por um exercício de movimentação ofensiva, seguida de finalização. Golos foram poucos, mas a mensagem do treinador clara: apesar dos números óptimos no que toca ao ataque, a ordem é para não perder fôlego e continuar a facturar a um ritmo impressionante: 2,75 golos por jogo, considerando apenas a média no campeonato.
Esta veia goleadora permite também aspirar a ser a equipa mais concretizadora desde que os campeonatos são disputados a 16 equipas. Para tal desiderato basta manter a média actual, pois o Benfica de 2009/10 (78 golos) marcava uma média de 2,6 golos por jogo.
Mesmo sem Falcao, que teve sempre arranques demolidores nas duas épocas de dragão ao peito, Vítor Pereira não se pode queixar da eficácia das alternativas testadas, ainda que os golos apareçam mais distribuídos.

4
Trio afinado. Hulk, Kléber e James Rodríguez, com quatro golos cada, são quem mais contribui para os 22 golos, repartidos por 11 jogadores.

26
Recorde por bater. Em 1951/52, foram estes os golos marcados pelos portistas nas primeiras oito jornadas. Eládio vaschetto era o treinador

2,75
A média de golos que, a manter-se, chegaria para o FC Porto ser a equipa mais concretizadora de sempre numa Liga disputada por 16 equipas

in "ojogo.pt"

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