terça-feira, 29 de novembro de 2011

É para lembrar

Os mais optimistas dirão que se não faltassem apenas cinco minutos o FC Porto não teria relaxado tão cedo. O discurso pessimista aponta para a iminência do empate do Braga se o jogo demorasse mais um bocadinho. De uma forma ou outra, Vítor Pereira não quer que esse período se esqueça. Só assim não se repetirá.
As palavras do treinador no final do jogo vão no sentido das que já teve em Coimbra, naquela que foi a última derrota dos dragões, e fogem ao estereótipo do seu discurso tranquilo e pacificador. O técnico não admite mais erros primários e voltou a vincá-lo. No fundo, a estratégia da estrutura portista mudou e passa agora pela responsabilização do plantel. Pagos a peso de ouro, os jogadores devem estar sempre concentrados e as gafes individuais não merecem tolerância. Longe vão os tempos dos elogios aos jogadores mesmo quando os resultados não apareciam. Em Chipre, o treinador chegou a falar de uma "equipa à Porto" quando o golo da derrota aos pés do APOEL nasce precisamente de uma situação idêntica à do segundo tento arsenalista, com Álvaro Pereira a não acompanhar a subida de Charalambides.
Anteontem, contra o Braga, foram Hulk e Cristian Rodríguez a precipitarem o susto que os minhotos provocaram sobre o fim do jogo. Primeiro foi o brasileiro que cometeu um penálti desnecessário na ânsia de ganhar a bola e lançar novo ataque. Depois, o uruguaio ficou a dormir na subida de Paulo Vinícius. E este foi o momento que mais irritou Vítor Pereira, que imediatamente se manifestou e fez sentir ao uruguaio que a sua apatia e desleixo foram responsáveis pelo encurtar do marcador. Hulk errou, mas não foi por falta de esforço e, por isso, não houve manifestações na ordem das que se notaram depois do "sono" do Cebola. Este não gostou do reparo em voz alta e também o fez notar.
Além dos 5' a que Vítor Pereira se refere, o período de inépcia portista pode alargar-se aos últimos 10'. Nesse período, só foi à baliza do Braga no último instante do jogo e até então esteve sempre no seu meio-campo.

Pinto da Costa dá força ao treinador

As palavras de Vítor Pereira não são inócuas aos olhos do grupo. E muito por causa de Pinto da Costa, que já deu força ao treinador mais do que uma vez. Em Coimbra, depois dos 3-0 que eliminaram o FC Porto da Taça de Portugal, o presidente foi ao balneário culpar os jogadores por tal situação e dizer-se envergonhado por tais comportamentos, ficando sempre ao lado de Vítor Pereira. No passado sábado, numa homenagem em Melres, disse que a confiança no técnico era agora ainda maior do que quando o contratou, noutro sinal claro da carta branca que Vítor Pereira tem para encostar os jogadores à parede e puxar-lhes as orelhas pelos comportamentos de desleixo que comprometam os resultados da equipa.

Vítor Pereira aponta o dedo

ACADÉMICA

"Preocupa-me a equipa apresentar estes níveis. O jogo foi horrível. Não foi culpa do jogador A, B ou C, mas sim da equipa toda. Fizemos um jogo muito mau, com pouca agressividade ofensiva e defensiva. Inexplicavelmente, pura e simplesmente essa equipa não existiu.

BRAGA

"Só não gostei da parte final. Depois dos 3-0 deslumbrámo-nos e pensámos apenas em aumentar a vantagem, o que levou a algum desequilíbrio. São cinco minutos que devemos recordar, para que não voltem a acontecer.

in "ojogo.pt"

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