domingo, 18 de março de 2012

"Quatro golos ainda é pouco"

Quatro golos nos primeiros sete jogos pelo FC Porto não chegam para bater Falcao ou Jardel, mas são suficientes para animar os portistas mais exigentes, que, por exemplo, só viram Kléber faturar pela quarta vez à nona partida. O austríaco está também a provocar impacto no seu país, ao ponto de ainda na semana passada ter tido no Porto uma equipa de reportagem a trabalhar numa matéria sobre si. Mas há quem não alinhe no aplauso coletivo. "Quatro golos em sete jogos? Ainda é pouco. Dele espero mais", diz-nos ao telefone Herman Stessl, o austríaco que mais marcou o futebol português. "O número é bom, mas tem capacidade para mais. Foi assim na Áustria e na Holanda. No FC Porto também tem de ser, até porque é melhor servido do que nunca", explicou a O JOGO.
Stessl treinou o FC Porto em 1980/81 e no princípio de 1981/82. Lembra Mike Walsh, como o melhor avançado que teve, mas acha que Janko conseguirá melhor do que o irlandês (42 golos em 84 jogos). Difícil é superar Jardel, afinal aquele que Janko o faz lembrar. "Talvez ele tivesse um pouco mais de técnica, mas a forma de jogar é quase igual. São ambos jogadores de um toque. Não se envolvem com a equipa e vivem 90 minutos a pensar no golo. Cabeceiam bem, mas a sua principal característica é o posicionamento", descreve.
Curiosamente, Stessl conhece Janko pessoalmente. O seu filho jogou com o goleador portista nos juniores do Admira Wacker. Foi nessa fase que conheceu o pai, de quem agora é amigo. "Falámos há poucos dias. Ele contou-me que o Janko gosta muito da cidade e está muito feliz no clube", resumiu em português quase perfeito. Stessl ainda vem ao nosso país com frequência. É cá que compra a bebida "Guaraná", da qual é atualmente distribuidor na Áustria. A próxima será para ver um jogo do FC Porto. E promete trazer o pai de Janko.


Curiosidades


> Red Bull travou-o

A carreira de Janko podia ter explodido mais rapidamente. A explicação para ter ficado na Áustria até aos 26 anos é o patrocínio da Red Bull, que via em si uma figura muito forte e inflacionava o seu ordenado. Janko ainda agora é uma imagem da marca.

> Família atlética

Janko não podia ter tido uma vida longe do desporto. Em casa foi educado com esses princípios, uma vez que toda a família tinha praticado desportos de alta competição. A mãe ganhou uma medalha olímpica no lançamento do dardo. O pai saltava em altura e a irmã foi internacional de voleibol.


> Vedeta tripartida

Herman Stessl garante que Janko é "muito querido" na Áustria: "Reparte estatuto com Arnautovic, do Werder Bremen, e Fuchs, do Schalke 04."


> Capitão

Constantini não gostava muito dele e Janko raramente ia à seleção austríaca. Marcel Koller, o novo selecionador, já lhe elogiou a personalidade. Consigo vai sempre. E até foi eleito capitão.


> Talismã

Seis vitórias e um empate em sete jogos é o pecúlio de Janko desde que chegou ao FC Porto. O austráco não jogou na Liga Europa e, por isso, não sabe o que é a derrota.


> Um toque

Stessl tem razão: Janko é goleador de um toque. Dos 24 golos marcados esta época (18 pelo Twente, 4 pelo FC Porto e dois na seleção), 21 foram sem ter de progredir com a bola ou ajeitá-la. Desses, só quatro foram de cabeça.

in "ojogo.pt"

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