sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

VITOR PEREIRA:; “TENHO UMA EQUIPA QUE ADORA COMPETIR”


Vítor Pereira fez esta sexta-feira, em conferência de imprensa, a antevisão da recepção ao Olhanense (18.ª jornada da Liga, domingo, 20h15). O técnico ocupou boa parte do tempo a explicar o modelo de jogo que tem permitido bons resultados e exibições: os Dragões tomaram “o gosto de ter a bola” e de pressionar o adversário de uma forma muito forte. Frente aos algarvios, a receita será a mesma.

Espera que a equipa evidencie no domingo o que tem feito nos últimos quatro jogos, em que tem 14 golos marcados e nenhum sofrido?
Na primeira volta, o Olhanense criou-nos bastantes dificuldades. O ano passado, no Dragão, também. Tive oportunidade de os observar no passado fim-de-semana e têm jogadores rápidos na frente. Certamente tentarão aproveitar a sua velocidade e as transições ofensivas. Vão apresentar-se com um bloco bem fechado e vão criar-nos dificuldades que exigem que estejamos ao nosso melhor nível. Em relação ao último jogo, queremos dar continuidade à evolução e, se possível, conseguir uma prestação ainda mais conseguida. É para esses comportamentos de qualidade que trabalhamos desde o início.

Em que bases assenta este registo exibicional e de golos?
Fundamentalmente, sinto que a equipa tomou o gosto de ter a bola e dominar. Para isso, há que ter comportamentos agressivos no momento de perda de bola, para ter iniciativa e retirá-la ao adversário. Temos um jogo de posse e de pressão, queremos a bola com o objectivo de fazer mais golos e retirar essa hipótese ao adversário. É tão simples como isso.

Ano e meio depois de chegar ao comando técnico, este é o melhor momento da equipa desde que a orienta? Está a jogar como queria?
No início, falei exactamente nestes princípios: ser mais agressivo, fazer uma pressão mais alta, ser mais forte nos momentos de transição defensiva. Esse é um jogo de que sempre gostei e que trabalhamos. Neste momento estamos fortes, mas acreditamos que, com trabalho, vamos evoluir ainda mais.

Precisava deste hiato de tempo para pôr a equipa a jogar assim?
Os factos dizem-me que sim. Não se consegue este tipo de posse de um momento para o outro. Primeiro foi preciso moldar a equipa, conseguir jogadores que permitam este tipo de jogo. Depois tivemos de o estimular e acreditar nele. Isso demora o seu tempo. Fundamentalmente, a equipa desfruta do jogo, gosta de ter bola, ser pressionante e retirar iniciativa ao adversário. Agora, atingiu uma maturidade táctica que lhe permite garantir este tipo de jogo. Mas, quando isso não for possível, é fundamental que possamos garantir os três pontos. Nunca podemos deixar de ter isso em mente.

A chegada de Liedson e Izmaylov, para além de um aumento de qualidade, dá-lhe mais opções tácticas?
A melhoria de qualidade é geral, no seu todo. Já disse muitas vezes que quem joga são os jogadores, através do seu talento e da qualidade do seu trabalho. Um talento individual sustentado num todo de qualidade tem, naturalmente, oportunidade de se exprimir ao mais alto nível. Quando fomos à procura de equilibrar o plantel procurámos jogadores que entrassem e encaixassem dentro deste perfil de jogo de posse e de toque. Eles enquadram-se facilmente no nosso jogo porque já tinham essas características.

Jackson só vai fazer um treino. Vai contar com ele para domingo?
Vão ter de esperar para ver. Vamos avaliar e tomar as decisões.

O presidente da Federação colombiana disse “Obrigado Porto”, pela evolução do Jackson. Que comentário lhe merece?
Ficamos contentes, é sempre positivo ouvir isso. Treinar é potenciar a qualidade dos jogadores, dentro de um modelo em que se sintam confortáveis e tenham prazer. O que vejo na evolução do Jackson e mesmo do James, já que falamos de colombianos, é que se sentem completamente à vontade com o jogo que fazem. E, com o evoluir da equipa, é natural que também haja uma evolução individual. A evolução tem muito a ver com a qualidade do trabalho deles, porque são perfeccionistas, nunca se acomodam e gostam sempre de estar num processo evolutivo. 

A qualidade de jogo do FC Porto é um forte apelo à renovação do seu contrato?
Foco-me em ganhar títulos, porque não faltará trabalho nem opções de valorização para quem os ganha. Quero apresentar trabalho e qualidade de jogo e estou focado nos objectivos do clube. É isso que me faz andar e sonhar.

Que comentário lhe merece o facto de Alex, do Vitória de Guimarães, dizer que o FC Porto está para o campeonato português como o Barcelona para o espanhol?
O Barcelona passou anos e anos a acreditar numa ideia de jogo de excelência, que demorou muito tempo a consolidar, e por isso é, para muitos, a melhor do mundo. Num processo evolutivo, estamos a tomar o gosto pela posse, pela pressão alta, pela iniciativa, pelo domínio. Continuamos a trabalhar para manter ou aumentar a qualidade dos nossos comportamentos.

Este aumento do número de golos marcados terá a ver com a consciência de que isso pode definir o campeão?
Acho que sim, a competição faz-nos mais fortes e por aí já respondo: quanto mais elevado for o nível competitivo, mais isso nos vai obrigar a estarmos focados e a um nível alto, com maiores possibilidades de evolução. Esta é uma grande oportunidade para evoluir e competir e a mentalidade é que faz a diferença. Tenho uma equipa que adora competir e isso também faz parte da minha personalidade. Gosto de competir e de ser melhor do que o que fui ontem.

O facto de João Moutinho ter alinhado 90 minutos no particular da selecção com o Equador desagrada-lhe ou agrada-lhe ver que ele é um jogador imprescindível também para Portugal?
Tenho é de gerir jogadores quando eles cá chegam. Não tenho intenção de interferir nas opções dos outros treinadores. Preferia que, depois dos encontros das selecções, eles chegassem mais frescos, não jogassem tanto tempo e não tivessem viagens tão longas. Porém, são estas as circunstâncias de trabalhar com internacionais. A mim cabe-me arrumar a casa e gerir em função das opções dos seleccionadores.

James poderá estar disponível para jogar com o Málaga?
Para dizer isso precisava de ser adivinho. Ele está a evoluir bem e já está numa fase de campo, mas ainda não está integrado. Vamos ver se será possível, mas não posso com sinceridade responder.


in "fcp.pt"

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