Dragões foram buscar o novo treinador ao Paços de
Ferreira e já somaram contratações em três das equipas-revelação. Teórico
enfraquecimento na segunda linha da Liga Portuguesa encarna o espírito do
Bayern na Alemanha e pode vir a beneficiar outros riva

O Bayern Munique é um caso paradigmático
mas numa perspectiva diferente. Em vez de contratar sobretudo no estrangeiro, a
equipa bávara costuma encontrar os melhores negócios a nível interno, como
mostram os 37 milhões de euros pagos ao Borussia Dortmund por Mario Götze.
Ainda assim, nenhum ano foi tão sintomático como o de 2007. Apesar de ser uma
das equipas alemãs de maior prestígio, terminou a época no quarto lugar, a dez
pontos do campeão Estugarda, a oito do Schalke 04 e a seis do Werder Bremen. O
trunfo para atacar o título na época seguinte tinha duas caras: fortalecer a
equipa e enfraquecer os rivais.
A perspectiva utilizada por Florentino
Pérez foi utilizada pelo Bayern a nível interno nessa temporada. Não contratou
ninguém ao Estugarda, mas foi buscar Miroslav Klose ao Werder Bremen e Hamit
Altintop ao Schalke 04. A filosofia encaixou na perfeição e os resultados
práticos apareceram logo no final da primeira temporada, com a reconquista do
título. E os principais rivais? O Werder Bremen foi segundo a dez pontos e o
Schalke 04 completou o pódio com menos doze.

Paços de Ferreira, por lutar pela Liga dos
Campeões, Estoril, por atingir a Liga Europa, e Vitória de Guimarães, por
conquistar a Taça de Portugal, foram as três grandes revelações da temporada
mas têm somado "derrotas" desde que a época acabou, muito por culpa
do FC Porto. O clube de Pinto da Costa contratou Licá e Carlos Eduardo ao
Estoril, Ricardo e Tiago Rodrigues ao V. Guimarães e Paulo Fonseca (treinador)
e Josué ao Paços de Ferreira. E pode não ficar por aqui, já que a eventual
saída de Fernando - vai cumprir o último ano de contrato e já manifestou
vontade de abandonar o Dragão - pode abrir caminho para a entrada de André
Leão, outra das figuras dos castores em 2012/2013.
A lógica de saídas dá um novo fôlego
financeiro para atacar a próxima época mas aumenta o grau de incerteza nas
apostas de mercado. O risco é maior e numa primeira fase dá a entender que
provocará um enfraquecimento teórico das equipas que se poderiam consolidar no
pelotão que persegue FC Porto e Benfica no campeonato português. Neste aspecto,
Sporting e Sp. Braga, podem sair como os principais beneficiados. Demasiado
longe para lutar pelo título mas teoricamente acima das restantes para lutar
apenas por um lugar na Liga Europa, podem ter muito a ganhar com a política de
contratações que está a ser levada a cabo pelos dirigentes portistas.
O benefício directo do FC Porto é provável
mas não está fora de hipótese que esteja a servir também de braço-direito de
outros rivais. Mesmo com aqueles que agora lhe viraram as costas.
in "ionline.pt"
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