quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

FC Porto-Shakhtar: ganhar um milhão e seis nomes


Os pontos de interesse de um jogo sem valor desportivo óbvio


Na última vez que o Shakhtar Donetsk pisou a relva do Dragão, a 13 de setembro de 2011, tudo estava em aberto. Aquele era apenas o primeiro jogo da fase de grupos daLiga dos Campeões

O FC Porto venceu por 2-1, golos de Hulk e Kléber. Luiz Adriano marcou para os ucranianos. 

Em três anos e alguns meses, a metamorfose nos dragões é total. Desses 18 jogadores que estiveram na ficha de jogo restam Helton (lesionado há vários meses) e Maicon. 

O Shakhtar, pese o poderio económico que lhe é reconhecido, mantém oito jogadores no plantel: Chygrynskiy, Srna, Rakitskyi, Luiz Adriano, Pyatov, Kucher, Douglas Costa e Alex Teixeira. 

E mantém o eterno Mircea Lucescu no comando técnico. 

Equipas diferentes, uma mais do que outra, e contexto distinto: FC Porto e Shakhtar já estão apurados para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Os dragões em primeiro, os ucranianos em segundo. 

Joga-se pelo dinheiro (uma vitória vale um milhão de euros), pelo prestígio, pelos pontos para o ranking UEFA. 

Chega para ser atraente? Se acrescentarmos a certeza de ver em campo muitos nomes do FC Porto com pouca utilização em 2014/15, talvez valha a pena olhar para o serão de quarta no Dragão. 

Mas aqui entre nós, o mais provável é que toda a gente já pense no Clássico. Aquele contra o Benfica, sim, no dia 14 de dezembro. Mas não digam nada a Lopetegui

De Andrés Fernandez a Kelvin: seis nomes para seguir 

Julen Lopetegui convocou 18 atletas e abdicou de quatro habituais titulares (Fabiano, Danilo, Casemiro e Brahimi) para a receção ao Shakhtar. 

Há muitas novidades ansiosas por minutos. Nome a nome, o Maisfutebol recorda a época dessas figuras até ao momento. Quase todas serão titulares na quarta-feira. 

A começar logo por Andrés Fernandez. Contratado ao Osasuna a troco de 1,6 milhões de euros e vinculado até 2018, o espanhol de 27 anos (faz 28 a 16 de dezembro) soma apenas 180 minutos de utilização no FC Porto. 90 minutos contra o Boavista para o campeonato, numa partida em que foi mero espetador, e mais 90 na derrota por 1-3 diante do Sporting, na Taça de Portugal. 

Vai estrear-se na Liga dos Campeões sem se saber ainda, de facto, o que pode valer. Julen Lopetegui conhece-o bem. Por ora, Andrés vai-se revelando mais nas redes sociais. 

Sem Danilo – e sem Daniel Opare, pois não está inscrito na Champions -, Ricardo Pereira volta a ser lateral direito. O internacional sub21 tem competido essencialmente na equipa B (cinco jogos, 450 minutos e um golo) e na Seleção Nacional de esperanças. Sempre a um nível médio/alto. 

No conjunto principal do FC Porto tem somente dois jogos oficiais: 90 minutos em Paços de Ferreira (campeonato) e mais seis na receção ao Lille (play-off da Champions). Ambas as partidas foram realizadas em agosto. 

O percurso de Evandro é mais estranho. Menos linear. Em agosto e setembro foi opção regular para Lopetegui. Esteve em sete jogos oficiais, quatro para o campeonato e três para a Liga dos Campeões, e foi titular em dois: 58 minutos na visita à Mata Real e 45 no dérbi contra o Boavista.   

De 21 de setembro até agora, só mais uma presença. 14 minutos na vitória sobre o Sp. Braga. Contra o Shakhtar, o médio de 28 anos deverá acompanhar Rúben Neves e Quintero. 

Evandro foi contratado ao Estoril por 2,350 milhões de euros, mais o empréstimo de Tozé. 

Para o ataque, Lopetegui tem Vincent Aboubakar, Adrián López e Kelvin. O espanhol tem sido, ainda assim, o mais utilizado. Dez jogos oficiais (cinco a titular) e um golo. Nos últimos dois compromissos (Rio Ave e Académica) não saiu do banco. 

O que se passa com Adrián? Já respondemos a essa questão AQUI

O problema de Aboubakar chama-se Jackson Martinez. O ponta-de-lança colombiano não dá hipóteses à concorrência e o camaronês, ex-Lorient, tem tentado potenciar com golos os poucos minutos de competição. 

View image on TwitterConseguiu-o diante do BATE (no Dragão) e em Arouca. Curiosamente, só por uma vez foi titular. Em Lviv, casa emprestada do Shakhtar. 

Finalmente, Kelvin. O menino do milagre 90+2 tem sido completamente esquecido por Lopetegui. A concorrência é forte, sim, mas nem uma chamada? Fez uma boa pré-temporada, tem brilhado na equipa B (sete jogos, dois golos, pormenores geniais) e até chegou à seleção olímpica do Brasil. 

No FC Porto, zero. Será desta? A boa disposição, pelo menos, o menino de Paraíba não perde.  
 

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Bem-vindo Úngaro e vê lá lá se colocas o link do Dragão até à morte que também coloquei o teu.

Abraço