quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FC Porto-Académica, 4-1 (crónica)


Um momento de génio e o nascer de uma estrela de apelido conhecido. FC Porto naturalmente apurado

Madjer, Falcao, Jackson Martínez. O FC Porto tem mais um especialista no calcanhar. Um momento que se separa dos demais de um jogo demasiado fácil para o FC Porto e que serviu para cumprir calendário em competição. Meias-finais da Taça da Liga garantidas, com nota artística, desenhada no calcanhar de Jackson. 4-1 foi o resultado. Poderiam ser mais, tamanha a diferença entre as equipas.  
  
O segundo golo do FC Porto esta noite é uma obra à parte de um jogo que só agitou na última meia hora mas sempre com a mesma toada: tão fácil para os da casa. Um golaço de calcanhar a meia altura, a fazer lembrar Ibrahimovic. 
  
Não tem o peso de uma final da Champions, como Madjer; nem sequer de jogos com Atlético Madrid ou Benfica, como Falcao. Nem mesmo, aliás, como outro famoso calcanhar do mesmo Jackson, há dois anos, frente ao Sporting, neste mesmo Dragão. 

Mas é um momento que separa os bons dos notáveis. Jackson merece que a crónica do jogo comece por si porque foi o principal atrativo até sair de campo. Em boa hora, para os cerca de 14 mil adeptos que foram ao Dragão, Julen Lopetegui decidiu estreá-lo na Taça da Liga. Jackson fez o que sabe: respondeu com golos. 

Antes do momento mágico do minuto 59 (bem antes, aliás), já tinha colocado o FC Porto na frente. Foi aos cinco minutos, aproveitando um erro infantil de Aníbal Capela, que tentou fintar Ricardo, esta noite extremo, em zona proibida. Jackson recolheu, encarou a baliza e disparou. 
  
Se o FC Porto já era favorito, com um golo tão madrugador ficou como quis no jogo. Até porque, para a Académica pouco mudou. Paulo Sérgio montou o tradicional bloco baixo da grande maioria dos rivais no Dragão e nem a perder mudou uma linha. 
  
A primeira parte acabou por roçar o tédio porque o FC Porto controlou como quis mas, a vencer, nem precisou forçar muito. Ainda assim, para além do golo de Jackson, Tello, em duas fugidas pela esquerda poderia ter dado outro volume ao marcador. 
  
Gonçalo, em nome do pai 
  
O segundo tempo teve o tal golo de antologia de Jackson e foi bem mais interessante. Desde logo porque também Gonçalo Paciência, em mais um belo momento, entrou para a história do jogo. E do FC Porto. 
  
Como se de uma passagem de testemunho se tratasse, Jackson saiu, entrou o míudo da «cantera». E a resposta foi de craque. O filho de Domingos já marca de Dragão ao peito, escassos minutos depois de Mbala, outro miúdo, este da Académica, ter tentado dar a ideia que a Académica poderia tirar algo do jogo. Pura ilusão. 
  
Quanto ao golo de Gonçalo, o movimento é, de facto, delicioso. Recebe de Quintero, que mexeu muito com o jogo quando rendeu Campaña, veio da direita para o centro, dançou sobre João Real e disparou ao primeiro poste. Depois foi correr junto à linha lateral, puxar o braço atrás e erguer, triunfante, o indicador. Um festejo igual ao que o pai repetiu, dezenas de vezes, num estádio ali ao lado mas com o mesmo símbolo ao peito. Para os nostálgicos, claro.
  
O 3-1 decidiu o que já estava decidido, mas Gonçalo, de novo a passe de Quintero, ainda ganhou um penalti que Evandro transformou no quarto golo. 
  
O FC Porto apura-se para as meias finais da Taça da Liga e só não se pode dizer que o resultado faz esquecer o Marítimo porque é, precisamente, o rival da Madeira que aí vem. O último obstáculo antes da final de uma competição que, não sendo prioritária, ninguém enjeita, pois claro. E se continuar a dar golos como o de Jackson ou momentos para jovens como Gonçalo Paciência sonharem, para quê ganhar de cara feia?

in "maisfutebol.iol.pt"

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