quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Álvaro Pereira não pára... mas se calhar até devia


Álvaro Pereira gosta de correr. Sempre foi assim. Quando era mais pequeno, numa altura em que o futebol era ainda um part-time no Uruguai, Álvaro chegou mesmo a participar em maratonas na companhia do pai, sobretudo porque a resistência é um dos atributos que recebeu como herança hereditária. Serve isto para explicar que a morfologia do lateral lhe permite fazer muitos jogos consecutivos - tal como comprova a última temporada - e merece uma comparação com os fundistas quenianos. Quem trabalha de perto com o jogador, sabe que Álvaro não gosta de ficar a "descansar"; para ele não há jogos menos importantes ou folgas para assistir a uma determinada partida na tribuna do estádio. Álvaro Pereira gosta de jogar sempre, diz que se sente melhor se o fizer e faz questão de comunicar esta preferência aos treinadores. Foi assim com Jesualdo Ferreira, é assim com André Villas-Boas.

Apesar disso, não parece haver grande dúvidas de que Álvaro anda cansado, demora a recuperar das subidas no terreno e tem provocado algumas problemas defensivos ao FC Porto. É normal. O lateral não pára há mais de um ano. Na época passada foi o mais utilizado do plantel (4070 minutos em todas as competições); pelo meio, jogou jogos de qualificação para o Mundial e o próprio Mundial (mais 949 minutos), com todas as deslocações que isso implica; esta temporada, com pouco mais de três semanas de férias e uma pré-época realizada praticamente a competir, é um dos poucos totalistas da equipa (e já vão mais 810 minutos de jogo). Na Madeira, frente ao Nacional, mas também em Vila do Conde, por exemplo, foram notórias as dificuldades físicas do lateral em alguns momentos do jogo.

Tendo por base as declarações recentes de André Villas-Boas, assim como a sobrecarga de jogos que se adivinha, Álvaro Pereira deverá ser um dos próximos a descansar. O jogo com o Olhanense é uma das possibilidades para fazer descansar Palito, embora a visita que se segue a Sófia também esteja a ser ponderada pela equipa técnica. Mais do que isso, Villas-Boas confia nas alternativas. Fucile pode ser temporariamente adaptado à esquerda, tendo em conta o excelente arranque de Sapunaru na direita e os minutos acumulados pelo uruguaio naquele lugar - ainda no Mundial foi por lá que jogou -, e há ainda Emídio Rafael, uma contratação de André Villas-Boas, que o foi contratar à Académica para fazer sombra a Álvaro Pereira. Certo, para já, é que Álvaro Pereira está perto do descanso.


4070
Na última temporada, a primeira em Portugal, Álvaro Pereira foi o jogador mais utilizado do plantel portista. Somou 4070 minutos, repartidos por Campeonato (2465), Champions (720), Taça de Portugal (480), Taça da Liga (315) e Supertaça (90).


949
Desde que chegou ao FC Porto, Álvaro Pereira realizou 11 jogos oficiais pela selecção, num total de 949 minutos. Começou por participar nos últimos quatro jogos de qualificação (360), mais duas partidas do play-off (180) e cinco encontros no Campeonato do Mundo (409).


810
Esta época, Álvaro Pereira vai bem lançado. Para já, é um dos poucos totalistas do plantel, uma vez que participou a tempo inteiro nos nove jogos já realizados. Começou por ser titular na Supertaça, tendo-se depois seguidos três jogos da Liga Europa (270) e mais cinco do campeonato (450).

in "ojogo.pt"

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