quarta-feira, 20 de outubro de 2010

FC Porto: jogar como um todo com um plantel aos pedaços

Dragões tentam somar, com Besiktas, 13.º jogo sem derrotas. Tantos quantos os atletas que não detêm a 100%. Ou seja, metade do plantel

O todo até pode ser mais do que a mera soma das partes mas, no FC Porto, foi a soma de várias partes (de passes de jogadores) que conduziu a um todo capaz de ganhar 11 dos primeiros 12 encontros da temporada - menos do que o número de atletas que os dragões dividem com outros clubes ou fundos de investimento. Com uma variante: nos últimos anos, grande parte dos activos eram contratados por percentagens e, confirmando o real valor, adquiridos depois na totalidade (Falcao é exemplo paradigmático); agora, fruto das necessidades económico-financeiras, foram alienadas partes dos passes de activos que os portistas nem detêm na totalidade (James e Walter). A crise do mercado - descrita pela SAD como uma operação de sustentabilidade financeira" - também dita leis no Dragão.

Os meus Do meio-campo para a frente, são poucos os elementos que pertencem na totalidade ao conjunto de Villas-Boas. Falcao, que tinha sido adquirido por 60%, faz parte dos quadros azuis a 100% desde Junho (com o objectivo de renovar, aumentar o salário e a cláusula de rescisão, algo que está a emperrar o acordo), tal como outro colombiano, Freddy Guarín, que também vai prolongar contrato até 2014. Depois, há os elementos da formação (Castro e Ukra), alguns dos portugueses contratados (Varela, Rolando, Sereno, Beto ou Emídio Rafael), Helton, Maicon (o FC Porto garantiu a metade do passe que faltava quando vendeu Farías ao Cruzeiro), Fucile e Mariano González, por quem os dragões deram três milhões - a cláusula prevista com o Palermo - após um ano de empréstimo.

Os teus O argentino Mariano González foi mesmo uma excepção que confirmou a regra: os dragões são avessos a empréstimos. E, nos últimos anos, houve só outro exemplo: Andrés Madrid, cedido pelo Sp. Braga em Janeiro de 2009 mas que acabou por regressar ao Minho no final dessa temporada. Já no sentido inverso, existem dezenas de emprestados a variados clubes, nacionais ou estrangeiros, sempre com regras bem definidas como, por exemplo, o pagamento de parte do salário consoante a utilização que tenha nessa época. Até aqui, nos vencimentos dos atletas cedidos, aparecem percentagens.

Os nossos Chegamos ao plano dos jogadores partilhados, com clubes ou fundos de investimento como Mamers B.V. (que comprou 37,5% de João Moutinho), Pearl Design Holding Ltd. (que assegurou 25% de Walter) ou Gol Football Luxembourg (que adquiriu 35% de James Rodríguez e que já surgia no relatório e contas do último trimestre de 2009-10 como uma das entidades envolvidas no serviço de intermediação e aquisição de jogadores).

Contas feitas, meio plantel portista está garantido por parcelas. Até dá para fazer uma equipa: Kieszek; Sapunaru, Otamendi, Fernando, Alvaro Pereira; Moutinho, Belluschi, Rúben Micael; Hulk, Cristián Rodríguez e Walter. E ainda sobram Souza e James Rodríguez [ver caixa ao lado]. A partir de agora, só as participações na liga, nas taças e na Europa poderão conduzir a novas compras de parcelas mas, se o todo continuar assim, a ganhar, haverá mais partes para serem somadas.

in "ionline.pt"

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