sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Excesso de Cebola em ensaio clássico


O FC Porto conseguiu garantir o apuramento para a próxima fase da Liga Europa, apesar do empate cedido, ontem, frente ao Besiktas, num jogo com todos os condimentos necessários para servir como uma espécie de ensaio geral para o clássico.

Houve lances polémicos, grandes penalidades, bolas na barra, golos que, para uns, entraram meio metro dentro da baliza e que, para outros, ficaram de fora, discussões, empurrões e expulsões e até houve um árbitro com nome de pára-vento mesmo no meio do furacão. Mas porque era de condimentos que falávamos no início, houve excesso de Cebola antes de mais nada.

Acontece que o tal ensaio para o clássico só começou depois de Rodríguez ter perdido a cabeça, forçando o FC Porto a abdicar do controlo que exerceu sobre o jogo durante a primeira hora da partida. Só depois de Cebola ter caído na armadilha que lhe estendeu o experiente Uzulmez, envolvendo-se numa discussão estéril por causa de um lance irrelevante - e vendo ingenuamente o segundo amarelo e o correspondente vermelho - é que o jogo mudou de cara. Antes dessa disparatada perda de controlo do uruguaio, o FC Porto mandou na partida como quis, até porque o Besiktas, mesmo com Guti, foi pouco mais do que inofensivo. Ora, com o clássico com o Benfica a 72 horas de distância e uma vantagem confortável na liderança do Grupo L, os portistas também não calcaram muito no acelerador e a primeira parte ficou longe da intensidade que o jogo conheceria na última meia hora. De tal forma que, durante muito tempo, o golo que Falcao marcou, na conversão de uma grande penalidade mais discutida pelos turcos do que discutível, parecia suficiente para garantir a vitória e permitir a gestão de recursos para o clássico planeada por André Villas-Boas. Mas, isso foi antes de Rodríguez perder a cabeça.

Depois, imediatamente a seguir à expulsão do uruguaio, o Besiktas aproveitou a desorientação dos portistas para chegar ao empate com estrondo, na sequência de um remate do meio da rua de Nihat. Em dois minutos, o FC Porto ficava em desvantagem numérica e perdia a vantagem no marcador, permitindo ao Besiktas crescer e aparecer. André Villas-Boas mexeu na equipa, subtraindo-lhe Hulk e acrescentando-lhe João Moutinho e passando a jogar em 4x4x1, com Falcao sozinho na frente. Seria o colombiano a reequilibrar o jogo quando se escapou a Toraman, forçando o central a derrubá-lo e a ver o segundo amarelo. Dez contra dez significa mais espaços e as duas equipas fizeram por explorá-los. O FC Porto, no seu estilo, com muita posse e troca de bola, o Besiktas explorando a velocidade de Bobo nos contra-ataques. E se os turcos ficaram perto de marcar duas vezes, com os postes a substituírem Helton, os portistas juram a pés juntos que marcaram pelo menos uma, por intermédio de Rúben Micael. Álvaro Pereira isolou o madeirense na cara de Arikan, Rúben rematou e até viu a bola entrar, mas Gulum fez o alívio e o árbitro mandou o jogo continuar. Continuaria empatado até ao fim.

FC Porto, 1 - Besiktas, 1

Estádio do Dragão
Relvado em bom estado
Espectadores 34139
Árbitro: Paolo Tagliavento (Itália)
Golos 1-0 Falcao 36´; 1-1 Nihat Kahveci 62

in "ojogo.pt"

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