domingo, 17 de abril de 2011

Pinto da Costa: "Só não ganhamos quando há túneis"

Pinto da Costa aproveitou o clima de festa com que foi recebido na freguesia da Afurada, em Gaia, para criticar a postura de Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto, mas também lançou farpas ao Benfica e ao canal de televisão a que dá o nome. "O nosso destino é vencer e vencê-los. Continuamos unidos contra os ataques de um canal que faz o apelo público do uso de armas contra nós; também desprezamos quem vai a um canal desejar a morte de alguém. Mas esses já estão imortalizados, em "Os Miseráveis" de Victor Hugo. Eu, ao contrário, desejo-lhes uma vida muito longa, até para os ver sofrer com as nossas vitórias. Somos os campeões. Foi esse o grito que se ouviu a 3 de Abril, mesmo às escuras. 19 pontos é muita coisa... Aliás, leva-se um ou dois pontos no sobrolho e sangra-se imenso. Agora imaginem 19", referiu, já depois de ter discursado na penumbra por culpa de um apagão na sala que serviu para lançar farpas ao rival da Luz. "Apanhei um susto quando faltou a luz, mas porque julguei que ia começar a chover de baixo para cima. Espero que isso não aconteça, até porque aqui não há balizas para trepar".

O presidente do FC Porto recordou ainda a promessa ontem cumprida de festejar o título de campeão na Afurada, feito há dois anos. "Só não estive aqui no ano passado porque não somos especialistas em túneis e o FC Porto só não ganha quando há túneis. Esta época regressámos ao nosso lugar e, apesar dos muitos convites que recebi, fiz questão de vir aqui primeiro". Depois, o ataque à Câmara Municipal do FC Porto, com Rui Rio no centro das acusações. "Se as coisas fossem normais, a nossa primeira visita seria aos Paços do Concelho. Mas nem todos são normais... Recebemos os parabéns das mais variadas instituições nacionais, mas também de muitas câmaras de Norte ao Sul do país, e também das ilhas. Todas menos a do Porto, que primou pela ausência. Não é por isso que deixamos de ter orgulho de ter o nome da cidade inscrito no nosso nome". As críticas à postura de Rui Rio serviram para lançar o tema da internacionalização cada vez mais vincada da marca do clube, dando sequência à vontade do seu fundador, António Nicolau de Almeida.

Da Afurada para o mundo

Abraços, beijos, sorrisos, cachecóis, bandeiras, camisolas e festa. Muito festa. A freguesia da Afurada, terra de pescadores, preparou-se para receber Pinto da Costa num clima de grande euforia. A conquista do título, o 25º do FC Porto, o 18º de Pinto da Costa, foi apenas o pretexto para o povo sair à rua num final de tarde pintado por um sol perfeito. Sim, o povo da Afurada, aquele que o presidente dos portistas fez questão de apelidar de "gente simples" como ele. E foi neste ambiente, com gritos genuínos de uma simbiose perfeita, que Pinto da Costa ouviu os elogios do presidente da junta de Freguesia de São Pedro da Afurada, Eduardo Matos, que sublinhou a perspicácia do presidente portista para escolher as "pessoas certas", referindo-se concretamente a André Villas-Boas. Mas, no salão nobre da junta de freguesia, que esteve completamente cheio, foi o apelo de Mário Fontemanha, vereador do Desporto e do Turismo da Câmara Municipal de Gaia, que ganhou especial relevo. "O FC Porto é uma marca nacional muito forte que devia ser capitalizada para promover Portugal lá fora. Não percebo porque ninguém o faz". Pinto da Costa ouviu, agradeceu e concordou.

in "ojogo.pt"

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