sábado, 28 de maio de 2011

Carlos Alberto. "Vou ser titular? Iupi. E susto!"

Em tempos, Carlos Alberto era o único jogador campeão europeu a jogar na 2.a divisão brasileira, quando, em 2008, representava o Vasco da Gama. Agora, Carlos Alberto é o único jogador campeão europeu e sem clube, uma vez que foi dispensado do Grémio a 28 de Abril e o Vasco, com quem tem contrato, não o quer de volta, simplesmente pelo facto de ele não aceitar ser suplente da equipa treinada por Ricardo Gomes. Esse mesmo, o central brasileiro que foi o primeiro capitão estrangeiro no Benfica. Mas concentremo-nos em Carlos Alberto, também conhecido como Feijão. Foi dele o primeiro golo do FC Porto na célebre final de Gelsenkirchen com o Monaco, em 2004.

26 de Maio de 2004?

Há dias que não se esquecem. Esse é um dia deles. Ou aquele em que ganhámos a última Taça Intercontinental, nos penáltis, com o Once Caldas. Nessa noite, ganhámos a Liga dos Campeões. Mas prefiro recordar os dias anteriores.

Porquê?

Quando o Mourinho me disse que ia jogar a final, nem sei o que se passou comigo. Acho que foi iuuuuuuuuupiiiiiiiii e depois um susto enorme. Só tinha 19 anos de idade. Só o Mourinho mesmo.

Para quê?

Ele fez-me tudo. Escolheu-me o número 19, apoiou-me sempre e disse-me que ia ser titular nessa final, com dez dias de antecedência. Lembro-me de ter entrado no prolongamento da final da Taça de Portugal, com o Benfica, e de ele me dizer, enquanto o Costinha se apercebia que era ele quem ia ser substituído por mim, para ir com calma, porque tínhamos a final da Champions pela frente

...

Na véspera da final com o Monaco, dividi o quarto com o Deco e eu estava muito acelerado. Imagina um miúdo de 19 anos na primeira aventura na Europa a jogar uma final daquela importância! Estava em pulgas e disse-lhe que ia marcar o primeiro golo.

Acertou, então?

Éeee, essa sensação não me largava. Por isso agarrei no telefonei e falei com o meu pai, que estava no hospital, com um problema na anca. Prometi-lhe o primeiro golo e assim foi. Daí os meus festejos terem sido com a mão na anca. Também tirei a camisola e vi um cartão amarelo mas isso não era para o meu pai, né?"



in "ionline.pt"

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