sexta-feira, 8 de julho de 2011

Guarin: "É tudo fruto do FC Porto"

Guarín parece apreciar ser um género de desmancha-prazeres. Aliás, parece haver ainda poucas dúvidas que uma das especialidades do colombiano, além do seu forte remate, é o gosto por fazer gorar expectativas. E na madrugada de ontem, o médio do FC Porto, ao serviço da Colômbia na Copa América, foi capaz de frustrar quase um continente inteiro que esperava, do jogo entre a Argentina e os cafeteros, um duelo entre Messi e Falcao. E nada disso sucedeu, muito por culpa do craque argentino - mais uma vez demasiado apagado para quem disputa o título de melhor do mundo - e da exibição do médio portista. Aliás, Guarín foi, quase de forma unânime, considerado o melhor do empate sem golos, deixando espiões e olheiros sem saber o que fazer às folhas que tinham destinadas aos apontamentos sobre o argentino do Barcelona e, principalmente, do avançado do FC Porto, de novo nas bocas do mundo e com o seu nome associado a vários clubes europeus, casos de Chelsea, Arsenal e Real Madrid.

O ano de 2011 está a ser perfeito para o médio do FC Porto, que parece finalmente ter sido capaz de apagar da memória colectiva as suas duas primeiras épocas no Dragão. Participação directa nos quatro títulos da era André Villas-Boas, um golo de sonho ao Marítimo, nome associado a um eventual interesse do Inter e, agora, duas exibições fantásticas na competição de clubes da América do Sul; num ápice, o FC Porto terá ganho uma nova dor de cabeça, já que o interesse em Guarín é hoje ainda maior do que depois da jogada e passe para o golo de Falcao na final da Liga Europa.

A tudo isto Guarín responde com as mesmas palavras com que deixou Portugal no final da época passada: "Vou continuar no FC Porto."

Depois de uma excelente temporada no FC Porto e de mais uma boa exibição com a Colômbia, como é que vai ser o seu futuro?
Vou continuar no FC Porto porque temos todas as condições para continuarmos o trabalho que vínhamos fazendo. Os jogadores são os mesmos, a equipa técnica mudou, mas a mentalidade vai ser igual.

Pode dizer-se que, no FC Porto, encontrou o seu lugar no mundo?
Sim, é verdade, sinto-me muito bem depois de duas temporadas difíceis. Agora encontrei a estabilidade que procurei durante três anos e quero desfrutar disso, aliás como quero desfrutar do momento e dos títulos que vencemos. Naquele clube, não nos sentimos conformados, queremos continuar a ganhar, e o FC Porto é um clube que proporciona o melhor aos jogadores para ganhar.

Ficou surpreendido com a saída de André Villas-Boas para o Chelsea?
Num primeiro momento, sim, porque todos estávamos convencidos de que ele ia continuar, porque temos um objectivo importante na Liga dos Campeões, além do campeonato. Mas depois, numa segunda análise, acabamos por compreender. Agora temos de trabalhar com o nosso novo treinador, que será praticamente o mesmo, já o conhecemos. Por isso não vai mudar nada, porque o pensamento é o mesmo, os jogadores também e, depois, o FC Porto é o FC Porto.

Quer dizer que, com Vítor Pereira, a filosofia de jogo se vai manter?
Sim, porque são dois treinadores muito parecidos, conhecem-se muito bem e pensam o futebol da mesma forma. Não vai mudar nada.

Pode dizer-se que vão apostar forte na Liga dos Campeões?
O nosso objectivo principal passa por reconquistar o campeonato, mas a participação na Champions será de grande responsabilidade.

Acabou por fazer mais uma boa exibição na selecção. Como é que se sente?
Muito bem, aliás cada vez melhor. Só espero continuar a render ao meu melhor nível, porque esta selecção merece-o.
Tem sido uma temporada muito especial para si e parece que se está a prolongar com a Colômbia...
A titularidade na Colômbia é muito bonita. Para mim, é o máximo poder representar o meu país, e isso é fruto do que pude fazer com o FC Porto, das minhas actuações e dos títulos que temos conseguido colectivamente. Foi um ano extraordinário para nós, no clube, com muitos títulos e recordes. Oxalá possamos viver algo semelhante com a selecção nesta Copa América.

Por falar em Copa América, como viu a exibição da Colômbia frente à Argentina?
Tivemos várias oportunidades para resolver o jogo e somar os três pontos, mas falhámos. Mas acho que também foi importante termos tido uma boa atitude em campo. Estivemos à altura da Argentina e jogámos de igual para igual. De qualquer modo, o ponto conquistado permite-nos continuar a liderar o nosso grupo.

Podem chegar à final?
Temos feito um bom trabalho e vamos continuar jogo a jogo até à final, se possível, mas o objectivo é estar no Mundial.

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