quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dragão para arruinar fortaleza de Spalletti


Confortável seria um adjectivo que casaria bem com o FC Porto nesta deslocação a São Petersburgo. Um desaire não teria contornos dramáticos para as contas do apuramento, mas revelar-se-ia muito indesejado na actual conjuntura da equipa, que empatou os seus dois últimos desafios; e os dragões não estão três jogos sem vencer desde Janeiro de 2010. Ora, o campeão português não tem fome, mas vontade de comer. O Zenit, sim, precisa destes pontos como de pão para a boca depois da derrota em Chipre. Novo desaire seria quase definitivo para a ambição dos russos, e é por isso que Spalletti puxa dos galões do seu registo pessoal à frente da equipa. É uma história que começa há dois anos e que se cruza, ainda que em direcções opostas, com a de Rafael Bracali. Nem mais...
O guarda-redes brasileiro ajudou o Nacional a passar no Petrovsky (1-1, com golo de Rúben Micael), negando ao Zenit o apuramento para a fase de grupos da Liga Europa e precipitando a contratação do treinador italiano. Desde então, são 12 os jogos caseiros para as provas continentais, e a taxa de sucesso é de cem por cento: só vitórias!
Spalletti é um líder experimentado, sendo preciso recuar até 2008 para vê-lo perder em casa numa prova europeia. E também aqui há uma história a confirmar as teses de que o mundo é mesmo pequeno: é que Álvaro Pereira alinhou pelo Cluj na vitória por 2-1 no Olímpico de Roma, há pouco mais de três anos, ainda Spalletti orientava a formação italiana.
O currículo do Zenit e do seu treinador impõe respeito, mas o FC Porto já venceu na Rússia duas vezes este ano. Aliás, a tradição também diz algo aos dragões, que têm um currículo igualmente vitorioso neste país: três triunfos sobre o CSKA, um sobre o Spartak. Enfim, são demasiadas rotas cruzadas e incompatíveis. Resta saber que caminhos vão os técnicos traçar para levarem as suas conquistas avante. E se Spalletti escondeu pouco o jogo, Vítor Pereira faz questão de preservar as suas ideias. Ainda assim, Belluschi parece ganhar espaço sobre Defour para ocupar a vaga de Guarín, ao mesmo tempo que James se candidata a ficar com o lugar que foi de Varela no clássico. Indícios que o treinador não clarifica, escondendo as armas que vai utilizar para o assalto à fortaleza do Zenit.

in "ojogo.pt"

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