Hara-kiri de Fucile precipita primeira derrota na Rússia e sentencia um aniversário amargo
Nem sempre um bom começo é suficiente para garantir um final feliz. E muito menos para uma equipa intranquilizada por dois empates seguidos e por exibições intermitentes. No lançamento do jogo, os russos foram quase unânimes em atribuir a Hulk o papel de homem-chave no lado portista. Logo aos 11 minutos, o Incrível deu-lhes razão: da primeira vez que dispôs de espaço, partiu para cima de Lombaerts e, de ângulo apertado, ofereceu a James (no limite do fora-de-jogo, ou talvez para lá dele) o seu primeiro golo na Champions.
Mas o começo de sonho ia sendo desproveitado no relvado, onde Alvaro Pereira, perante Faizulin, e Fucile, frente a um enérgico Danny, sofriam imenso para estancar os flancos do Zenit. Ia valendo a atenção de Otamendí, a fazer horas extraordinárias, para manter a diferença. Foi ao quinto cruzamento perigoso de Faizulin que o Zenit chegou ao golo: Helton sacudiu para a frente e Shirokov apareceu para uma recarga vitoriosa, que ainda embateu no corpo de Fucile antes de transpor a linha.
Em noite desastrada, o uruguaio via o cartão amarelo pouco depois, mas continuava a dar sinais de intranquilidade que não auguravam nada de bom. Pouco depois, uma contrariedade séria para a equipa de Vítor Pereira, com a saída forçada de Kléber, por lesão no ombro. Varela entrou para o seu lugar, mas uma grande defesa de Malafeev, a remate de Álvaro Pereira, foi o canto do cisne do dragão, em termos ofensivos.
Mesmo em cima do intervalo Fucile precipitou o desastre com um corte com a mão. A sua expulsão atirou a equipa para uma segunda parte infernal. Vítor Pereira fez entrar Souza, recuando Fernando para lateral-direito, mas a saída de James, conjugada com a condição física precária de Hulk, tornou a equipa inofensiva. O massacre russo começou com uma bola no poste de Kerzhakov (49 minutos), prosseguiu com uma boa defesa de Helton no lance seguinte, e passou ainda por um golo mal invalidado a Kerzhakov, por fora-de-jogo inexistente.
Sentia-se que a reviravolta no marcador seria uma questão de tempo, e ela aconteceu aos 63 minutos, com Shirokov a aproveitar a passividade defensiva do Dragão num livre para fazer o seu sétimo golo em outros tantos jogos. A partir daí, o F.C. Porto, que mais uma vez deu sinais de uma condição física precária, entregou-se aos contra-ataques dos russos, com Danny, coroando uma belíssima exibição, a fazer o 3-1 e com mais algumas ocasiões a ficarem por concretizar.
Mesmo com a primeira derrota em solo russo, a luta pelo apuramento na Liga dos Campeões continua em aberto, obviamente, mas agora com o Zenit de volta à concorrência directa. Mas o mais significativo deste jogo é que há muito não se via um F.C. Porto tão dominado e tão impotente para dar a volta a contrariedades. Em parte por circunstâncias particulares do jogo, com realce para a expulsão infantil de Fucile. Mas também por uma nítida falta de chama, que deu os primeiros sinais quando o dragão ainda comandava o marcador.´
in "maisfutebol.iol.pt"
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