sábado, 12 de novembro de 2011

Do melhor Varela de sempre a um extremo irreconhecível

Nem na época de estreia no Dragão, onde chegou envolto na desconfiança que sempre está associada à aposta em jogadores que não vingaram num outro grande, Varela começou de forma tão trôpega como agora. O extremo portista não vive o pior arranque de sempre, mas seguramente nunca teve tantas dificuldades para se impor desde que a idade de esperança passou. Por oposição com a época anterior, esta está num extremo irreconhecível.
Varela joga menos, marca e assiste menos e ainda não foi decisivo. Passou de indiscutível com Villas-Boas a opção soluçante com Vítor Pereira e a prova de que perdeu encanto está nos números de O JOGO: seis pontos de média nas primeiras 10 jornadas de 2010/11 contra 5,1 da actual.
Razões para uma quebra tão significativa em menos de um ano não há. Pelo menos de forma aparente, uma vez que a própria afirmação de James Rodríguez no onze é também consequência da incapacidade revelada pelo português nos primeiros três jogos da temporada. Perdeu o lugar contra o Barcelona e só o recuperou na recepção ao Benfica, para o perder novamente de imediato. Ao todo, dois golos a fecharem goleadas a Leiria e Pêro Pinheiro e uma assistência, precisamente contra o Benfica, contra um pecúlio bem mais largo ao serviço de Villas-Boas. Na mesma fase da época, Varela estava apenas a um golo de Falcao e com uma eficácia superior.
Em épocas anteriores, o extremo nunca foi tão pouco preponderante como agora. No último ano de Jesualdo Ferreira, marcou dois golos nas primeiras cinco jornadas e depois lesionou-se. Antes brilhou no Estrela da Amadora (três golos) - projectando-se para assinar, a custo zero, pelos dragões - e há quatro anos, mesmo sem marcar, foi quase sempre titular do Recreativo de Huelva, onde jogou emprestado, até à passagem da 10ª jornada.

Depois da lesão no Mundial, em perigo também o Europeu

Por ter sofrido uma lesão grave na recta final de 2009/10, Varela viu fugir a presença no Mundial da África do Sul, para o qual contava para Carlos Queiroz. O Euro'2012 passou a ser o sonho seguinte, mas também esse está em perigo se as boas exibições não forem mais regulares. O jogador vinha a ser chamado por Paulo Bento regularmente, mas já ficou de fora na lista de 23 para o play-off contra a Bósnia, na sequência da queda no FC Porto. Ultrapassado, de momento, por Danny, Quaresma e Vieirinha, resta a Varela recuperar os índices do passado para abrir novamente as portas de uma grande competição internacional, onde nunca esteve presente ao mais alto nível.

in "ojogo.pt"

Sem comentários: