terça-feira, 7 de agosto de 2012

Titular há quatro anos do Porto, Fernando sonha com a Seleção Brasileira

Volante acumula diversos títulos no clube português e não vê a hora de ser conhecido pelo povo brasileiro


Ele tem 24 anos, é volante e parece ter múltiplas pernas em campo. Daí o apelido recebido em Portugal: Polvo. Fernando Reges é mais um brasileiro campeão português com o FC do Porto. Dono da camisa 25 e titular da posição há quatro anos, o brasileiro sagrou-se tricampeão nesta temporada.
Reges, que começou a carreira no Vila Nova, de Goiás, saiu do país com 19 anos e foi para terras lusitanas, onde vive desde 2007. Ele, que em seu primeiro ano em Portugal foi emprestado para outro clube português, o Estrela Amadora, já teve passagem pela Seleção Brasileira Sub-20.
Em 2007, fazia parte da equipe campeão do Sul-Americano da categoria no Equador, porém, não chegou a ir ao Mundial, que aconteceu no mesmo ano, pois teve um problema disciplinar naquele campeonato (conduta considerada imprópria com um árbitro).
Campeão de quase tudo com o Porto, o Polvo Fernando acumula nove títulos defendendo o time do norte de Portugal. São eles: Liga Europa (1), Campeonato Português (3), Taça de Portugal (2) e Supercopa de Portugal (3).
O brasileiro, além dos títulos, possui uma habilidade pouco vista em jogadores da posição: a facilidade de aplicar o chamado rolinho (drible em que o jogador coloca o pé sobre a bola e a empurra por baixo das pernas de um rival). Fernando é considerado peça indispensável para a equipe e é cobiçado por gigantes europeus, como a Inter de Milão (ITA).
Fernando recebeu o LANCENET! em sua casa na cidade do Porto e contou um pouco de sua vida em Portugal, sonhos, Seleção e muito mais.
Confira o bate papo com o volante brasileiro:

LANCENET!: Do Vila Nova de Goiás para o tricampeonato português com o Futebol Clube do Porto. Qual é a sensação?
Fernando: Ótima. Sair de uma equipe que joga a Segunda Divisão para um clube de alto nível da Europa foi uma felicidade muito grande. Também tive a alegria de poder fazer uma grande Taça São Paulo e, depois, veio a convocação para a Seleção Sub-20 no Brasil e o título Sul-Americano.

L!: Como se sente sendo titular de um clube como o Porto?
F: No começo você é muito novo e inseguro, mas, depois de quatro anos jogando, você acostuma e é muito bom. O Porto é um grande clube. É complicado manter a titularidade, mas, graças a Deus, estou conseguindo.

L!: Polvo. De onde vem o apelido e como recebeu?
F: No começo achei estranho e não entendia muito bem. Depois fui perguntar e meus amigos diziam que era porque eu roubava muitas bolas e parecia que tinha muitas pernas. Fico feliz por este carinho que a torcida tem por mim.

L!: Como é ser desejado por grandes clubes na Europa e desconhecido no Brasil?
F: Eu saí muito cedo do Brasil e, por isso, não tive tempo de mostrar meu trabalho. Joguei apenas um ano e meio no profissional do Vila Nova e com 19 anos vim para Portugal. Foi aqui que comecei a fazer meu trabalho e ser reconhecido pela imprensa. Espero um dia ser mais conhecido no Brasil e poder jogar pela Seleção.

L!: Antes de conseguir a titularidade no Porto você teve um ano no Estrela Amadora, time português já extinto. Você acredita que este empréstimo foi importante na formação do jogador que você é hoje?
F: No começo não gostei, mas depois percebi o quanto era importante. Hoje vejo que o empréstimo foi bom para minha adaptação.

L!: E a vida na cidade do Porto, como é?
F: A cidade é belíssima, as pessoas são acolhedoras e já fiz muitos amigos. Se for para eu viver aqui depois que terminar minha carreira, com certeza ficarei. É uma vida tranquila e sou muito feliz morando no Porto.

L!: Você participou do grupo da Seleção Brasileira Sub-20 em 2007 quando o Brasil foi campeão Sul-Americano. Como foi a participação?
F: Eu fui um dos poucos jogadores que haviam sido convocados de clubes de Segunda Divisão e isso foi muito gratificante. Aquela convocação foi muito importante para minha carreira e penso que aquele momento foi um dos motivos de eu estar aqui no Porto fazendo meu trabalho hoje.

L!: E hoje chegou o momento do Fernando na Seleção principal?
F: Acho que sim. Estou há quatro anos fazendo um grande trabalho no Porto, dez titulos, entre eles a Liga Europa. Estou em uma grande fase, jogo entre os melhores e acredito que falta apenas uma oportunidade para eu mostrar que mereço estar lá.

L!: Você sente falta do reconhecimento no Brasil?
F: Sinto falta de ser um pouco mais conhecido. Meu maior sonho é um dia poder representar meu país, a minha seleção, porque vi jogadores como Ronaldo e Romário jogar, por isso espero um dia também chegar lá. Sei que vai ser difícil pelo nível dos jogadores da Seleção, mas acredito que um dia vou conseguir.

L!: A convocação é seu maior sonho como jogador?
F: Meu sonho é muito grande. Desde pequeno falei que iria chegar à Seleção e vou conseguir. Vou trabalhar muito, cada dia vou trabalhar mais. Meu sonho é esse. Ainda falta no meu currículo e vou trabalhar muito para conseguir.

L!: Sente-se no seu melhor momento no Porto?
F: Costumo dizer que é o trabalho e a liberdade que o treinador te proportciona. Eu sempre tento obedecer a forma tática do treinador e, assim, evoluir. Antigamente eu fazia um raio de ação bem reduzido e agora é muito maior.

L!: O Jesualdo Ferreira foi o seu professor?
F: Ele me ajudou muito. Jesualdo me ensinou coisas que eu vou levar para minha carreira toda. Forma de recepção, tática, posicionamento, tudo isso foi ele quem me passou. Serei grato a minha vida toda por tudo que ele me ensinou.

L!: Você também é conhecido por dar o famoso drible do rolinho. Como um volante consegue ter tanta habilidade?
F: No Vila Nova nunca joguei como volante, eu era meio ofensivo. Foi aqui (Portugal) que comecei nesta posição. No começo não estava acostumado, chegava nos treinos e eu era mais um meia do que volante e não fazia tanta marcação.

in "lancenet.br"

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