sábado, 6 de julho de 2013

Pinto da Costa: «É dificílimo um clube português ganhar a Champions»

Em entrevista ao diário espanhol Marca, o presidente dos azuis e brancos passou em revista algumas histórias e falou do perfil de José Mourinho.

O dirigente, reeleito para um novo mandato, confessou que «por várias vezes» esteve decidido a deixar a presidência, mas acaba sempre por ser convencido por quem o segue. Contudo, o presidente dos dragões frisa que não pode «estar eternamente» no clube.

Pinto da Costa considera que é «dificílimo» um clube português ganhar a Liga dos Campeões, explicando que, «quando vem um clube grande com dinheiro, o FC Porto tem que vender» e, no cenário oposto, os dragões têm que «ir com cuidado», mas deixa um aviso: «Não desistimos».

©Catarina Morais
O FC Porto é muitas vezes conotado por ser um clube que vende caro, mas o presidente azul e branco tem outra perspetiva: «Laporta disse-me isso uma vez em Zurique e eu perguntei-lhe que jogadores me tinham comprado, ao que ele respondeu o nome do Deco. Então perguntei-lhe se ele não jogou sempre e se não foram campeões, ao qual ele respondeu que sim. O Real Madrid comprou o Pepe e foi campeão. O Chelsea comprou o Ricardo Carvalho, o Paulo Ferreira e o Hilário e foram campeões. Jogadores caros são aqueles que se contratam e que não jogam.»

Relembrando a final de 1987 como o que recorda com maior sabor, o dirigente assumiu também o jogador que gostaria de ter contratado e que lhe escapou: «Roberto Carlos. Na altura ele ainda não era conhecido e tínhamos que optar entre ele e o Geraldão. O treinador acabou por escolher o Geraldão, que também podia jogar a central».

«Mourinho não foi o melhor treinador do FC Porto»

Pinto da Costa, nesta entrevista ao diário espanhol, falou também da conturbada estadia de José Mourinho em Espanha e confessou que «o Mourinho do FC Porto era diferente». Na sequência, o presidente portista explicou que, no clube do Dragão, Mourinho «foi sempre correto» com a figura do presidente.

©Catarina Morais
Numa época marcada pela divergência de Mourinho com Iker Casillas, a ponte foi feita para o caso que envolveu o técnico com Vítor Baía: «Foi difícil, porque Mourinho era o treinador e Baía uma lenda do clube e meu amigo. Apesar disso, um jogador não pode faltar ao respeito ao técnico e, como tal, suspendi-o. A situação normalizou-se depois e hoje são amigos».

Questionado sobre se José Mourinho, que em dois anos no clube venceu dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA, foi o melhor treinador que Pinto da Costa contratou, o dirigente negou: «Preferia Bobby Robson. Era um gentleman. Sabia ser amigo dos jogadores e, ao mesmo tempo, duro com eles».

©Carlos Alberto Costa
Aliás, foi com Bobby Robson que Mourinho chegou ao FC Porto pela primeira vez, em 1994, momento que Pinto da Costa também recordou, lembrando um pedido para Mourinho seguir com o britânico: «Disse-me que tinha um miúdo que o ajudava nas traduções. Eu disse que ele não precisava de tradutor porque falava bem português e só não o fazia mais por preguiça. No entanto, disse-lhe que, se ele queria trazer alguém para lhe fazer companhia, que o trouxesse».

«Nos primeiros tempos o Inácio era o adjunto e o Mourinho estava quase sempre à parte, a tirar notas. Mas, aos poucos, começou a intervir no treino e na segunda época já era adjunto, seguindo depois para Barcelona», prosseguiu Pinto da Costa.

A fechar, o presidente dos portistas explicou que o segredo do clube é todos lutarem por um objetivo comum, que é «ganhar».

in "zerozero.pt"

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