quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Helton trabalha à hora

Só casillas intervém menos do que ele
 
Há jogos em que Helton só faz uma defesa, mas Villas-Boas anda feliz da vida com os números do brasileiro. As estatísticas da Liga são curiosas: o capitão da equipa menos batida precisa, em média, de 56 minutos para ser chamado a intervir entre os postes. Só Casillas (do Real Madrid de Mourinho) faz menos defesas do que ele, precisando de uma hora inteira para evitar um golo.

Helton aproxima-se da marca do capitão dos merengues, o que é um atestado de competência à capacidade defensiva do FC Porto. Um dos segredos para os dragões sofrerem tão poucos golos (9 em 18 jogos oficiais) reside na capacidade de o coletivo manter o adversário bem longe da baliza que o brasileiro só cedeu a Beto em duas partidas (3 golos sofridos).

Para Helton sobra o chamado “trabalho invisível”: comandar os homens à sua frente, orientar posicionamentos e organizar a equipa. Villas-Boas parte de um princípio claro e que diz que as equipas que têm bola sofrem menos golos. O FC Porto faz da posse uma obsessão e gosta de marcar os ritmos tendo a bola. Acelera quando quer, repousa quando lhe convém.

No momento da perda, manda a organização coletiva e a solidariedade na pressão sobre o adversário. Os números mostram que os médios têm tido um papel de grande relevo nesta diminuição do número de intervenções de Helton. É que, na última temporada com Jesualdo Ferreira, o brasileiro fazia uma defesa a cada 32 minutos, somando muito mais intervenções do que neste arranque de campeonato.

Se quisermos comparar com Roberto e Rui Patrício, os titulares dos outros grandes, veremos que é o benfiquista quem mais vezes é chamado à ação, com defesas a cada 24,3 minutos. Os números demonstram que, também a este nível, o FC Porto é a equipa mais sólida, não sendo de desprezar o trabalho de Helton, a quem o técnico não hesitou em dar a braçadeira de capitão.

No relvado, é ele o treinador, mas os grandes intervalos sem qualquer ação entre os postes poderiam desconcentrá-lo. Helton tem reforçado o seu estado de alerta e o jogo com o Benfica serve de exemplo: quando teve de responder à única ocasião de golo das águias (David Luiz, 60’), mostrou-se à altura.

Neste momento, o brasileiro tem números que superam, por exemplo, os de Victor Valdés no Barcelona que limpou tudo em 2008/09: na caminhada para o título da equipa que dinamita estatísticas de posse de bola, o guarda-redes agiu a cada 51’.

in "record.pt"

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