segunda-feira, 16 de maio de 2011

FC Porto x Celtic: A primeira vitória portuguesa

Depois da final de Basileia (Taça dos Vencedores das Taças em 1984), da final de Viena (Taça dos Campeões Europeus em 1987), Sevilha tornava-se o terceiro capítulo da gloriosa história portista nas competições europeias.
A vitória do FC Porto sobre o Celtic em Sevilha marcou o primeiro sucesso de José Mourinho na conquista da Europa. Mas o caminho até às margens do Guadalquivir foi longo: Polonia WarszawaAustria Wien, Lens, Denizlispor, Panathinaikos e Lazio de Roma caíram aos pés dos dragões, que sofreram apenas duas derrotas na caminhada: em Lens e nas Antas contra os gregos, conseguindo depois uma reviravolta épica no Pireu, eliminando o Panathinaikos com 0-2 após prolongamento.
Pela frente, a equipa portuguesa encontrava o Celtic, campeão europeu em Lisboa em 1967 e que curiosamente chegava também à sua terceira final. 
Os escoceses tinham um plantel recheado de internacionais, mas era o sueco Larsson que captava todas as atenções da equipa, que iniciou o jogo só com dois escoceses. O FC Porto, por sua vez, começou a partida com nove portugueses - sendo um deles o naturalizado Deco -, e mais dois estrangeiros: Alenichev e Derlei.


A final na Andaluzia
Nesse 21 de Maio, dia de canícula na capital andaluza, o jogo começou a um ritmo lento. Acusando o calor e a pressão do momento as duas equipas gastaram a primeira hora a estudar-se e como tal, só aos 32 minutos é que Deco, desmarcado por Capucho, rematou à figura do escocês Douglas.
Como que despertados por este lance os escoceses lançam dois ataques rápidos que provocam os primeiros sustos a Vítor Baía. Reagiu prontamente o FC Porto e Deco esteve perto de marcar novamente, mas seria após uma grande jogada do dez portista que na recarga a um remate de Alenichev, Derlei inaugurou o marcador. 
O intervalo chegou sem dar aos escoceses possibilidade de resposta.
No segundo tempo, os escoceses ganharam um canto logo nos primeiros minutos e Larsson fez jus à fama de goleador e empatou a partida. Contudo, numa questão de cinco minutos, Deco serve Alenichev que repõem a vantagem azul e branca.
Mourinho tenta colocar alguma água na fervura pedindo aos jogadores que baixassem o ritmo, como que adivinhando o empate, que surgiu três minutos depois, novamente por Larsson e novamente por intermédio de um pontapé de canto, electrizando ainda mais o jogo.
Cientes da dificuldade em controlar a partida, ambos os treinadores tentam acalmar o ritmo de jogo, e até ao fim dos noventa minutos apenas o FC Porto, e novamente por Alenichev, teve uma oportunidade para desempatar.


Prolongamento e nervos em franja
Chegou o prolongamento e com tanto calor, as equipas ressentiram-se e refrearam os ânimos. 


Tudo podia ter continuado incerto se o guineense Baldé não recebesse o segundo amarelo. A partir desse momento o FC Porto pressentiu que estava perto da vitória e começou a empurrar o Celtic para trás. 
Ferido e acossado o Celtic aceitou as «regras do jogo» e manteve-se na expectativa até que Derlei fez o 3-2 aos 115´.
 Com cinco minutos para jogar o Celtic já não pôde reagir e José Mourinho e o FC Porto faziam história ao trazer a primeira Taça UEFA para Portugal.
A festa que começou em Sevilha alastrou à cidade invicta, noite adentro os Clérigos e a Giralda de Sevilha presenciaram uma festa até ao nascer do sol...

in "zerozero.pt"

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