quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Estamos agradecidos aos olheiros do Benfica"

Pinto da Costa esteve na Figueira da Foz para uma tertúlia de que O JOGO já tinha dado conta ontem, mas a iniciativa prolongou-se até ao início da madrugada. Além do que já foi citado na edição de ontem, houve outros assuntos abordados já depois do fecho dessa edição. Um deles ganhou uma força inesperada pelas notícias entretanto apuradas. O que parecia, na altura, apenas uma ironia relativamente ao rival da Luz, pode ser vista agora, afinal, como uma revelação incompleta das investidas mais recentes do FC Porto no mercado, concretamente os avanços por Alex Sandro e Danilo, ambos dados como pretendidos pelo Benfica. "Soubemos que Álvaro Pereira estava a ser negociado com o Benfica, fomos vê-lo e conseguimos contratá-lo. Falcao também não estava referenciado por nós, mas vimos que ele podia ir para o Benfica e fomos buscá-lo", disse, lembrando histórias de uma rivalidade antiga antes de reforçar a mensagem: "Temos de estar agradecidos aos olheiros do Benfica."

Ainda sobre rivalidades e a surpreendente contratação de Moutinho ao Sporting, Pinto da Costa historiou o processo. "Um dia combinei ir ter com o empresário Pini Zahavi a um hotel no Porto para tratar de uns assuntos; fui com Fernando Gomes [actual presidente da Liga] e ele estava lá com Moutinho, na altura a tratar da possível transferência para o Everton. Deparei-me com uma situação bizarra: estávamos a almoçar numa mesa com Pini Zahavi, enquanto Moutinho estava sozinho noutra. Achei aquilo ridículo e, depois de termos resolvido os nossos assuntos, perguntei se havia algum inconveniente que Moutinho se juntasse a nós. Ele disse que não e, para não haver mal-entendidos, liguei de imediato ao presidente Soares Franco a explicar-lhe a situação. Ele agradeceu a amabilidade", contou. Ainda antes disso, Pinto da Costa já tinha revelado numa entrevista que Moutinho "era um jogador à Porto", um episódio igualmente relatado pelo presidente portista antes de concluir a conversa sobre a mudança do médio. "Apesar de tudo, Moutinho continuou no Sporting, não chegou a acordo com o Everton, e nunca mais me lembrei dele. Até que um dia recebi um telefonema de Zahavi a dizer que Moutinho ia sair do Sporting e que tinha um contrato que permitia a sua libertação por uma determinada verba. Perguntei-lhe se Moutinho queria vir para o FC Porto, e ele respondeu que assinava 'na mesma hora'. Depois disso liguei ao presidente do Sporting a perguntar se era verdade... e ele confirmou." Apesar disso, Pinto da Costa revelou que acedeu a negociar as condições da transferência com José Eduardo Bettencourt. "Tive o cuidado de combinar um jantar; estavam uma advogada, o presidente do Sporting, Costinha, eu e Adelino Caldeira. Acordámos a transferência e até cedemos um jogador, Nuno André Coelho, quando não tínhamos necessidade de o fazer. Por isso não encontro motivos para o presidente do Sporting ter dito que o Moutinho era uma maçã podre." A concluir, e ainda sobre o assunto, uma revelação que serviu para explicar como foi possível contratar o capitão de um rival: "Há um ditado que diz: vão-se os anéis e ficam os dedos. Foi o caso. O Sporting estava com salários em atraso, e aquela verba foi importante para eles." Sobre o futuro de Moutinho, quando se fala de uma possível saída, é que nada.

Discurso directo

Scolari e Walter

"Scolari ligou-me há uns tempos a pedir um jogador, Walter. Queria levá-lo para o Palmeiras, mas eu disse que não, que precisávamos dele. Falámos cordialmente e sem problemas. Se ele pode vir a treinar o FC Porto? Pode, mas comigo não. Ele não tem o espírito necessário para ser treinador do FC Porto"

Partidas dolorosas

"Nunca chorei a partida de um jogador, mas houve algumas saídas que me custaram... O primeiro que me deixou uma grande pena por ter ido embora foi Fernando Couto, porque ele representava o espírito do clube. Depois, também me custou ver partir o Deco e o Lucho"

Objectivos

"Queremos ganhar o mais possível, mas temos de ser realistas. As vitórias internacionais estão muito condicionadas pelos sorteios. Com todo o respeito, vencemos a última final ao Braga, que não é um Bayern. Em 2004 jogámos a meia-final com o Corunha e a final com o Mónaco, duas equipas que estão agora na segunda divisão... Houve mérito, como é lógico, mas também é preciso alguma sorte para vencer lá fora"

Contas positivas

"Vamos apresentar contas positivas pelo quinto ano consecutivo. Ao contrário da ideia que se pretende passar, os clubes não vivem fora da lei. No ano passado, o FC Porto pagou 17 milhões de euros em impostos. Os clubes são empresas cumpridoras. Não direi todos, mas os principais são de certeza"

Godinho Lopes e Filipe Vieira

"Se lhes estendia a mão? Ainda no outro dia cumprimentei Godinho Lopes. Tenho relações pessoais e cordiais com todos os presidentes, menos com Luís Filipe Vieira. Clima de paz? Mas assim os jornais não vendiam. Como se costuma dizer, as fábricas de armas não vivem da paz, mas da guerra"

Críticas a Platini

"Muitos jogadores sul-americanos? São afirmações sem nexo. Ele censurou os jogadores estrangeiros, mas sendo francês, fez a carreira toda em Itália. É ridículo. E quando o Inter de Milão venceu a Champions sem um único jogador italiano na final, ele não disse nada. Agora criticou quando até estiveram alguns portugueses em campo"

in "ojogo.pt"

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