domingo, 24 de julho de 2011

F.C. Porto-Peñarol, 3-0 (crónica)

Há coisas que no Dragão não mudaram: a tendência para crescer ao longo do jogo até engordar o resultado. O que é um sinal animador!


No regresso ao passado com olhar para o futuro, o F.C. Porto deixou uma certeza animadora: mantém aquele velho hábito de ir crescendo no jogo. Como fez tantas vezes nos jogos em casa da última época marcou cedo, escondeu-se atrás da bola e regressou na segunda parte a tempo de engordar o resultado.

Mudou pouco, portanto, no campeão. Um bocadinho por isso faltou aquele sentido de originalidade que costuma tornar os jogos de apresentação suculentos e auspiciosos. Não houve muito disso. O encontro com o Peñarol trouxe mais do mesmo, para além do regresso a casa: as mesmas caras e o mesmo futebol.

Os maiores aplausos foram por isso para o pouco que havia de novo: Kléber. O avançado entrou na equipa e é como se já lá andasse há anos. Mas não anda. Os adeptos não o esqueceram um instante e fartaram-se de aplaudir as boas iniciativas do brasileiro. Tiveram aliás vários motivos para aplaudir.

Kléber ameaça tornar-se na melhor notícia deste arranque portista: é lutador, esforçado e personalizado. Impõe-se na área, tem remate espontâneo e sabe sair da zona de finalização para entrar na construção de jogo. Provocou o autogolo inicial, atirou ao poste e deu muito trabalho aos duros uruguaios.

Participou enfim em praticamente tudo o que o F.C. Porto fez de melhor na primeira parte. Uma primeira parte globalmente fraca, de resto. Perante um adversário que pareceu sempre preferir estar em casa a acompanhar a final da Copa América, o F.C. Porto jogou a um ritmo baixo e sem criatividade.

Na segunda parte, aí sim, foi melhor. Também aí sim, a festa ficou mais bonita. Afinal o Peñarol é um adversário de boa memória, foi ele que participou da conquista da primeira Intercontinental, em 87 (foi também por isso que foi convidado), e nem sequer se esforçou muito para contrariar o favoritismo portista.

Mais F.C. Porto e mais... Kelvin!

Mais rápidos sobre a bola, com trocas de bolas criativas, futebol apoiado e capacidade de entrar pelas alas, o F.C. Porto cresceu bastante na segunda metade. No fundo fez tudo aquilo que se reconhece ser a imagem de marca herdada da última época, mas com maior dinâmica, alegria e intensidade.

Curiosamente Vítor Pereira mudou tudo partir da hora de jogo, mas a equipa não caiu com as alterações. Pelo meio surgiu Kelvin para animar os adeptos. O miúdo jogou pela primeira vez no Dragão, teve pouco mais de dez minutos para se mostrar, mas fê-lo em grande estilo: nó cego e assistência para Walter.

O brasileiro fez o terceiro golo e fechou as contas em quase goleada. Os adeptos saíram de sorriso nos lábios, confiantes que pouco mudou e que o futuro tem tudo para se tornar mais risonho quando chegarem os oito atletas que faltaram à apresentação. Entre eles Falcao, claro. Kleber quase o fazia esquecer e esse é o maior elogio da noite.

Ficha de jogo:

Estádio do Dragão, no Porto
Espectadores: 40 359 espectadores
Árbitro: Jorge Sousa (Porto)

F.C. PORTO: Helton (Bracalli, 64m); Sapunaru (Sereno, 76m), Rolando (Otamendi, 64m), Maicon (David, 82m) e Fucile (Addy, 76m); Souza (Kelvin, 82m), Moutinho (Belluschi, 64m) e Ruben Micael (Castro, 64m), Hulk (Atsu, 82m), Kléber (Walter, 72m) e Varela (Djalma, 64m). 
Suplentes não utilizados: Kadú.

PEÑAROL: Sebastián Sosa; Alejandro González, Carlos Valdez (Maceachen, 64m), Guillermo Rodríguez e Albin; Corujo, Freitas, Edison Torres (Amodio, 64m) e Walter López (Maxi Perez, 46m); Palacios (Guichón, 80m) e Marcelo Zalayeta (Pastorini, 64m). 
Suplentes não utilizados: Fabián Carini, Cristóforo, Jim Varela, Santiago Silva e Dário Rodriguez.

Disciplina: Cartão amarelo para Sosa (24m), Ruben Micael (61m)
GOLOS: Guillermo Rodriguez (9m p.b.), Hulk (71m, g.p.) e Walter (86m)

in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

Dragus Invictus disse...

Bom dia,

Ontem tivemos um jogo típico de apresentação, com alguns momentos de bons pormenores técnicos e jogadas bem gizadas e outras de alguma trapalhada.

O que fica é a festa que se fez no Dragão com excelente casa, e uma equipa que mantendo princípios de jogo da época passada, acrescentou outros que me agradam, como a agressividade e pressing alto, aliás foram inúmeras as vezes que com sucesso colocamos os jogadores do Peñarol em fora de jogo, fruto da defesa mais subida.
Gostei de Ruben e Moutinho no meio campo. Souza esteve melhor que nos passados desafios, mas entre ele e Castro continuo a optar pela permanência de Castro. No centro da defesa mantemos segurança bem como nas laterais.
Varela e Hulk são uns desequilibradores, e Kelvin está a demonstrar ser uma excelente alternativa a Falcao.
Walter que ontem teve momento de trapalhão poderá ser dispensado, apesar de continuar a facturar.
Vítor Pereira vai ter uma boa dor de cabeça para definir o plantel.
Ontem Castro e Kelvin mais uma vez demonstraram que tem lugar no plantel. Mas uma coisa é ter lugar, outra é ir jogando muito pouco.
Existem uns que defendem que se deve optar pelo empréstimo, e outros que defendem que a permanência ajuda este jogadores a evoluir ainda mais, pois treinam como os melhores. Pessoalmente, penso que a saírem por empréstimo tem de sair para jogar, e assim evoluir. Não pode acontecer o que se passou com Sérgio Oliveira na época passada.

A nossa equipa técnica tomará as melhores decisões tendo em conta os interesses do clube, e o futuro dos atletas, que para muitos só será muito perto do fecho das inscrições, fruto da participação de nossas atletas importantes na Copa América.

Abraço e boa semana

Paulo

pronunciadodragao.blogspot.com