sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O maior desafio de todos os tempos



Alguém está à espera de um resultado que não seja a vitória do super-Barcelona na partida desta noite? Dificilmente. A equipa de Pep Guardiola é a melhor da actualidade, provavelmente a melhor de sempre, e chega a esta Supertaça Europeia ainda mais confiante depois da vitória sobre o Real Madrid do super-José Mourinho. Posto isto, o FC Porto vai ter esta noite o jogo mais fácil da temporada; perder será normal, ganhar terá contornos de feito sobrenatural. A teoria, pelo menos da gente que conhece menos bem a mística dos campeões portugueses, até pode revelar duas equipas separadas por uma enorme distância qualitativa. Faz sentido. No entanto, na prática, todos sabemos - pelo menos os portugueses - que o FC Porto se supera em momentos como este, e que raramente perde finais: venceu sete num total de 10. Bem, não serão apenas os portugueses. Guardiola também. Na conferência de Imprensa de ontem, o supertreinador do Barcelona fartou-se de elogiar a equipa portista; jogadores, treinadores e até Pinto da Costa mereceram várias distinções. Palavras de circunstância? Não pareceu. O pingue-pongue de elogios seguiu-se depois com Vítor Pereira, que até considerou este Barcelona como a "melhor equipa" que já viu a jogar.

Esta final do Mónaco está também marcada por uma série de acontecimentos, a começar pelo facto de o FC Porto se tornar, a partir de hoje, no clube português com mais finais internacionais disputadas, ultrapassando uma vez mais o Benfica. Depois de ter deixado para trás o rival da Luz em número de títulos conquistados, os campeões nacionais preparam-se agora para somar a 11ª final numa competição internacional, contra as 10 do Benfica. Curiosamente, o Barcelona, em caso de vitória, também se transformará no rei dos títulos europeus, ultrapassando o Milan, que também contabiliza 14 (!), e Pep Guardiola tornar-se-á no treinador mais titulado da história do Barça, com 12 títulos em pouco mais de três anos. Pormenores que servem apenas para apimentar um jogo que se até se antevê... desequilibrado. Ou será que esta noite também vamos ver um super-FC Porto?


Histórias que se cruzam no Mónaco

Há muitas ligações entre o FC Porto e Barcelona, tantas que não é difícil de encontrar por cá quem goste especialmente dos dois clubes. Há uma partilha da famosa mística, de um lado a tripeira, do outro a catalã; há também uma luta contra o poder central que parece eternizar-se, por cá instalado em Lisboa, por lá na capital Madrid - são contadas histórias de "injustiças" que remontam aos tempos de Salazar e Franco. Essa rivalidade FC Porto-Benfica tem, portanto, uma cópia perfeita em Espanha com o Barcelona-Real Madrid - ou vice-versa... -, com a curiosidade de os dois participantes na final da Supertaça Europeia terem dominado o futebol nos respectivos países durante os últimos anos. Aliás, os portistas ultrapassaram no final da última temporada, com a conquista da Taça de Portugal, o número de títulos conquistados pelo rival Benfica (depois da vitória na Supertaça, com o Guimarães, a diferença aumentou, com 70 troféus para o FC Porto e 68 para o clube da Luz). Curiosamente, em Espanha contam-se as mesmas histórias; com a última vitória na Supertaça espanhola, precisamente frente ao Real Madrid, o Barcelona igualou o rival no número de títulos (73), apontando agora à final do Mónaco para ultrapassar em definitivo o clube orientado por José Mourinho. E não há nada que dê mais prazer àquela gente da Catalunha do que estar por cima do Real Madrid... No Mónaco, vão estar dois clubes próximos, amigos, e se alguma prova fosse precisa, basta recordar o clube que o FC Porto escolheu para inaugurar o Estádio do Dragão: o Barcelona, claro. E até foi nesse dia, a 16 de Novembro de 2003, que Lionel Messi se estreou, com apenas 16 anos, na primeira equipa do Barça

in "ojogo.pt"


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