Mas voltemos aos Castro e à origem desta história, que está em Francisco Castro. Na selecção portuguesa já tínhamos irmãos, pais e filhos, tio-avô e sobrinho-neto (veja a lista em baixo), mas agora conhecemos os Castro bisavô e bisneto. O primeiro com carreira feita no FC Porto - extremo-esquerdo que ajudou o clube a conquistar um campeonato de Portugal, em 1932, e depois sagrou-se campeão nacional em 1935 - e o segundo ainda a tentar fazê-la. O Castro de hoje ainda não sabe se fica no plantel de Vítor Pereira, aliás, essa decisão, segundo contou ao i fonte próxima do jogador, só deve ser conhecida a partir de hoje. Mas a expectativa é grande. A última meia temporada de empréstimo no Sporting Gijón correu tão bem a este médio (16 jogos e dois golos) que não só lhe foram reabertas as portas do FC Porto como outras lá por fora. Em Espanha ainda sonham com o seu regresso, mas outra proposta interessante chega da Grécia, do Panathinaikos de Jesualdo Ferreira.
sem remorsos Ainda assim, não há nada como ficar no clube do coração. "Sei que vou voltar, se não for neste Verão é no próximo", disse o jovem numa entrevista ao Maisfutebol, no final da época passada. OK, Castro também pensa no FC Porto. Após o regresso no ano passado, concluídos dois anos emprestado no Olhanense, iniciou as campanhas que haveriam de levar os azuis-e-brancos à conquista do campeonato, da Taça e da Liga Europa, mas depois André Villas-Boas aconselhou-o a sair, em Janeiro. Então, assinou pelo Sporting Gíjon e foi por entre os jogos realizados em Espanha que se preparou para festejar os títulos que haveriam de ser ganhos no Dragão. Ressentimentos com o clube ou com o treinador? Zero!
Castro disse compreender a dispensa, percebeu o seu lugar quando afirmou que o FC Porto tinha "o segundo melhor meio-campo da Europa, superado apenas pelo do Barcelona", mas agora pretende fazer parte dele. O sonho é alimentado com esta chamada à selecção. Não há impossíveis. Afinal, Castro foi aquele jogador que na época passada foi ao Santiago Bernabéu ajudar a sua equipa a impor a primeira derrota caseira de José Mourinho em nove anos. Foi um acontecimento de nível planetário, ao ponto de Mourinho ir ao balneário do Gijón e fazer uma vénia a toda a gente. Quando chegou à frente de Castro, deu-lhe os parabéns e elogiou-lhe a coragem de ter optado pela Liga Espanhola.
O seu bisavô, Francisco, também era conhecido pela coragem. Ia para cima dos adversários e foi um dos melhores extremos portugueses dos anos 30. Ficou na História como o sétimo futebolista do FC Porto a conseguir chegar à selecção nacional. O primeiro jogo foi em 1930, há 81 anos, numa derrota (0-1) contra Espanha e o segundo e último uma vitória sobre a Hungria (1-0 em 1933). Francisco Castro ajudou a abrir caminho para os internacionais portugueses do Norte do país e agora é a vez do bisneto, um jogador que se mostrou surpreendido com a convocatória de Paulo Bento - "não estava à espera" - mas que em Abril já desconfiava: "Acho que uma chamada à selecção A não está longe. Estou a jogar com regularidade na melhor liga do Mundo e sei que o Paulo Bento é um treinador atento."
Portugal-Luxemburgo, 21h00, RTP1
in "ionline.pt"
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