Dez jogos, seis vitórias, dois empates e duas derrotas: lembre-se das diferenças entre 2003 e 2011
É dia de festa e o FC Porto não sorri. Se o fizesse, estaria a mentir – mesmo em dia de aniversário (o 118º). A derrota em São Petersburgo (1-3 com Zenit) aliada aos empates com Feirense (0-0 em Aveiro) e Benfica (2-2 no Dragão) arruinam o Parabéns a Você. Ninguém sopra as velas nem recebe prendas. É o castigo pela série de três jogos consecutivos sem uma única alegria.
Aproxima-se a Académica, domingo em Coimbra, num teste a cargo de Pedro Emanuel, capitão do FCP entre 2007 e 2009 e agora treinador dos estudantes. A última vez que os portistas estão quatro jogos sem vitória remonta a 2004. No banco, a treinar, um tal Víctor. Que não Pereira, e sim Fernández. Na era do técnico espanhol, o FCP começa com a conquista da Supertaça portuguesa (1-0 ao Benfica), igual ao FCP de Vítor Pereira (2-1 ao Vitória G.), mas vai abaixo em Outubro/Novembro (1-2 em Guimarães, 2-2 com Nacional na Madeira, 0-0 com PSG no Dragão) e só recupera com o Sporting (3-0 em casa).
Ao 1-3 com o Zenit, a estrutura azul e branca ainda tem de conviver com a lesão do avançado brasileiro Kléber (33 minutos) e a expulsão do lateral uruguaio Fucile (45’). É muito acontecimento para um jogo só. E é uma crise? Calma, é cedo para falar disso. Senão, recue no tempo e lembre-se do que estamos a escrever. Em 2003-04, o FCP campeão nacional e detentor da Taça de Portugal, Supertaça nacional e Liga Europa também arranca assim, como o desta época. E é o FCP de José Mourinho, aquele que se sagra campeão europeu. Ora nem tanto ao mar (crise, isto é uma crise) nem tanto à terra (queres que ainda vamos ganhar a Champions-2012?). Não, nada disso. São apenas números. Neste caso, Mourinho igual a Vítor Pereira.
Nos primeiros dez jogos de 2003-04, seis vitórias, dois empates (na Reboleira e em Belgrado), duas derrotas (com Milan, no Monaco, e Madrid de Queiroz em casa) e 17-9 em golos.
Nos primeiros dez jogos de 2011-12, seis vitória, dois empates (os tais com Feirense e Benfica), duas derrotas (Barcelona e Zenit) e 20-12 em golos.
Empate total. Até na diferença de golos marcados e sofridos! E agora, a surpresa: quem é o 11.º adversário nas duas épocas? Isso mesmo, é a A-ca-dé-mi-ca. Na altura de Mourinho, a 5 de Outubro de 2003, o FCP apresenta uma defesa liderada por Pedro Emanuel e ganha 4-1, apesar de ter sofrido o primeiro golo do jogo, por Dário. No domingo, 2 de Outubro de 2011, o líder FCP (14 pontos) joga à cautela com Pedro Emanuel, o treinador-revelação da nossa liga, com o quinto lugar da Académica (12). E agora... Coimbra tem mais encanto para quem?
in "ionline.pt"
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