sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O MENINO PRODÍGIO

Estreou-se nos seniores com 14 anos e foi o estrangeiro mais jovem de sempre a jogar, marcar e sagrar-se campeão no futebol argentino. Um ano depois, aos 19, participou activamente na temporada perfeita do FC Porto, culminando-a com um "hat-trick" na final da Taça de Portugal. Aos 20 anos, James Rodríguez pode ainda ter cara de miúdo, mas tem classe que se farta e uma maturidade acima da média.

Numa suite do luxuoso hotel Yeatman, com o Porto a seus pés, o colombiano reconheceu que todos os sacrifícios que fez pela carreira, nomeadamente separar-se dos pais aos 16 anos, valeram a pena.

De onde vem o nome James?
Chamo-me James porque o meu pai também se chama assim [Wilson James Rodríguez Bedoy]. É daí que vem o nome, não há qualquer outro motivo.

Mas é um nome pouco comum na Colômbia, não é?
Pois... Poucas pessoas na Colômbia o têm. Que eu saiba, só eu e o meu pai [risos]. Nos Estados Unidos e em Inglaterra é que é normal...

Começaste muito cedo a jogar futebol...
Jogo futebol desde os três anos. Sempre gostei de tocar a bola e acho que desde os quatro anos que sou bom futebolista. Sempre brinquei com a bola. Para mim, o futebol é algo de especial.

Nasceste em Cúcuta, mas mudaste-te para Ibagué aos três meses. Porquê?
O meu pai também jogava futebol e, quando nasci, ele jogava no Cúcuta Deportivo. Quando tinha três ou quatro meses ele foi para um clube em Ibagué e eu fui atrás.

O teu pai era futebolista profissional? Jogava em que posição?
Sim! Jogava no meio campo, como "oito". Chegou a ser internacional Sub20 [jogou no Mundial 1985, na USSR, sendo conhecido por Wilson Rodríguez]. Nunca o vi no campo, mas dizem-me que jogava bem e tinha muito talento.

Numa entrevista, na Colômbia, dizias que os teus pais te mostraram o "caminho do bem"...
A minha mãe, que me acompanhou mais, sempre me deu muitos conselhos para que me tornasse um homem de bem e cada dia uma melhor pessoa. Aos quatro anos, foram a minha mãe e o meu padrasto que me meteram numa escola para miúdos e foi assim que a minha carreira começou. Desde os quatro anos que sabia que tinha talento e que podia chegar longe. Por isso, sempre quis jogar. Nunca pensei fazer outra coisa: foi sempre futebol, futebol.

E os maiores críticos, também são eles?
Também, mas sempre com muita tranquilidade. Acima de tudo, destacam o que faço de bom.

O primeiro grande momento da tua carreira foi em 2004, no Pony Fútbol, um torneio para menores de 14 anos em Medellín, na Colômbia. A Academia Tolimense venceu o troféu e foste o melhor marcador (nove golos) e jogador. Na final, marcaste um golo de canto directo e foste comemorar junto à câmara da televisão. Foi a primeira que te sentiste uma estrela?
Sim, foi muito especial. Tinha 12 anos, era muito miúdo. Foi aí que o Envigado me viu e me convidou para jogar lá.

A Academia Tolimense era uma escola de futebol, o Envigado já competia e tinha uma equipa sénior...
Foi uma mudança muito importante. Saí de Ibagué e fui para Medellín. Estive lá até aos 16 anos. Fiz o primeiro jogo nos seniores aos 14 anos.

Tornaste-te o profissional mais jovem de sempre na Colômbia.
Não dei muita importância a isso. Sabia que podia dar muito mais, que era jovem e que tinha talento para aproveitar. Foi só mais um passo. Na carreira de futebolista, o mais difícil é manter o nível e não quebrar recordes. Sempre tive isso na minha cabeça.

(Este é um extracto de uma entrevista a James Rodríguez, que poderá ler na íntegra na mais recente edição da revista Dragões, já disponível nas bancas)



in "fcp.pt"

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