Estreou-se nos seniores com 14 anos e foi o estrangeiro mais jovem de sempre a jogar, marcar e sagrar-se campeão no futebol argentino. Um ano depois, aos 19, participou activamente na temporada perfeita do FC Porto, culminando-a com um "hat-trick" na final da Taça de Portugal. Aos 20 anos, James Rodríguez pode ainda ter cara de miúdo, mas tem classe que se farta e uma maturidade acima da média.Numa suite do luxuoso hotel Yeatman, com o Porto a seus pés, o colombiano reconheceu que todos os sacrifícios que fez pela carreira, nomeadamente separar-se dos pais aos 16 anos, valeram a pena.
De onde vem o nome James?
Chamo-me James porque o meu pai também se chama assim [Wilson James Rodríguez Bedoy]. É daí que vem o nome, não há qualquer outro motivo.
Mas é um nome pouco comum na Colômbia, não é?
Pois... Poucas pessoas na Colômbia o têm. Que eu saiba, só eu e o meu pai [risos]. Nos Estados Unidos e em Inglaterra é que é normal...
Começaste muito cedo a jogar futebol...
Jogo futebol desde os três anos. Sempre gostei de tocar a bola e acho que desde os quatro anos que sou bom futebolista. Sempre brinquei com a bola. Para mim, o futebol é algo de especial.
Nasceste em Cúcuta, mas mudaste-te para Ibagué aos três meses. Porqu
ê?O meu pai também jogava futebol e, quando nasci, ele jogava no Cúcuta Deportivo. Quando tinha três ou quatro meses ele foi para um clube em Ibagué e eu fui atrás.
O teu pai era futebolista profissional? Jogava em que posição?
Sim! Jogava no meio campo, como "oito". Chegou a ser internacional Sub20 [jogou no Mundial 1985, na USSR, sendo conhecido por Wilson Rodríguez]. Nunca o vi no campo, mas dizem-me que jogava bem e tinha muito talento.
Numa entrevista, na Colômbia, dizias que os teus pais te mostraram o "caminho do bem"...
A minha mãe, que me acompanhou mais, sempre me deu muitos conselhos para que me tornasse um homem de bem e cada dia uma melhor pessoa. Aos quatro anos, foram a minha mãe e o meu padrasto que me meteram numa escola para miúdos e foi assim que a minha carreira começou. Desde os quatro anos que sabia que tinha talento e que podia chegar longe. Por isso, sempre quis jogar. Nunca pensei fazer outra coisa: foi sempre futebol, futebol.
E os maiores críticos, também são eles?
Também, mas sempre com muita tranquilidade. Acima de tudo, destacam o que faço de bom.
O primeiro grande momento da tua carreira foi em 2004, no Pony Fútbol, um torneio para menores de 14 anos em Medellín, na Colômbia. A Academia T
olimense venceu o troféu e foste o melhor marcador (nove golos) e jogador. Na final, marcaste um golo de canto directo e foste comemorar junto à câmara da televisão. Foi a primeira que te sentiste uma estrela?Sim, foi muito especial. Tinha 12 anos, era muito miúdo. Foi aí que o Envigado me viu e me convidou para jogar lá.
A Academia Tolimense era uma escola de futebol, o Envigado já competia e tinha uma equipa sénior...
Foi uma mudança muito importante. Saí de Ibagué e fui para Medellín. Estive lá até aos 16 anos. Fiz o primeiro jogo nos seniores aos 14 anos.
Tornaste-te o profissional mais jovem de sempre na Colômbia.
Não dei muita importância a isso. Sabia que podia dar muito mais, que era jovem e que tinha talento para aproveitar. Foi só mais um passo. Na carreira de futebolista, o mais difícil é manter o nível e não quebrar recordes. Sempre tive isso na minha cabeça.
(Este é um extracto de uma entrevista a James Rodríguez, que poderá ler na íntegra na mais recente edição da revista Dragões, já disponível nas bancas)
in "fcp.pt"
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