quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Villas-Boas: "Voltaremos à Champions com o título nas mãos"

Ambição, agressividade, competência, concentração e atitude foram as máximas repetidas por André Villas-Boas durante o lançamento do jogo com o Genk. O técnico pisou e repisou a ideia do "compromisso com a vitória", afastando a tentação de traçar objectivos mínimos. Preferiu apontar para um resultado que faça jus ao prestígio e à história que o clube carrega nas competições europeias.



O que consideraria um bom resultado na Bélgica?

O nosso compromisso é sempre com a vitória, como todos sabem, e isso passa por ganhar os dois jogos. Obviamente que, no campo, os historiais e o prestígio contam pouco. Contará mais a atitude, a ambição e a forma como se encara cada jogo. Mas, estamos prontos e motivados para ganhar este e também o jogo da segunda mão. Vamos entrar num play-off de extrema importância, que nos abre a fase de grupos, e será o nosso primeiro desafio nesta competição. Teremos de jogar com grande agressividade mental e física; grande concentração e organização. Qualquer tipo de facilitismo não corresponderá, por isso, ao que temos vindo a fazer.

O objectivo passa por conquistar esta competição?

Sim, um clube como o FC Porto tem de encarar todas as competições dessa forma. O mais importante agora é jogar, porque, no campo, o historial não conta. Por isso digo que não podemos pensar em mais nada senão em ganhar.

Na Liga dos Campeões definia-se como objectivo mínimo chegar aos oitavos-de-final. Na Liga Europa está definido algum objectivo mínimo?

Objectivos mínimos não interessam a ninguém, o que interessa são os objectivos principais. Como respondi anteriormente, ganhar será o objectivo que definimos para todas as competições em que estamos inseridos.

Em equipa que ganha não se mexe ou haverá alterações?

Serão tomadas as decisões técnicas adequadas...

Sente o grupo desconfortável pelo facto de jogar esta competição e não a Liga dos Campeões?

Jogamos uma competição europeia que tem um prestígio valiosíssimo e nós temos de honrá-la. Da parte dos jogadores há, isso sim, motivação e o sentimento de que no próximo ano, com o título nas mãos, estaremos outra vez na Liga dos Campeões.

Para o actual treinador do FC Porto não será mais confortável começar pela Liga Europa, por uma questão de menor pressão?

Não me parece. A pressão é total e é maior quando se acredita na competência dos jogadores, e eu acredito neles, bem como na competência das pessoas que me rodeiam no clube e na equipa técnica.

O jogador e o treinador do Genk falaram muito em motivação num jogo que vale uma vida desportiva. Nessa perspectiva, como analisa o pedido de prémio extra que os jogadores fizeram para este jogo?

É uma forma de eles se motivarem. Nós temos a nossa forma, que é estarmos presentes aqui, com o símbolo do FC Porto ao peito. As motivações dos outros interessam-nos pouco.

Não teme que, com o avançar de uma competição longa, e com jogos a meio da semana, o FC Porto veja comprometido o seu objectivo principal, que é ser campeão?

Mau era se o FC Porto não estivesse habituado a jogar cinco competições por ano. Essa é uma questão que não faz sentido, tratando-se de jogadores de topo, com empenho e entrega sempre presentes.

Pergunta O JOGO


Não receia um certo excesso de confiança do FC Porto, quando se fala em tanto favoritismo e se sugere a ideia de facilidades?

Facilitismo só se for da vossa parte e da parte de alguns emissores de opinião. Da nossa parte, essa é a única coisa que não posso permitir e os jogadores também não. Pela forma como os vejo concentrados para o jogo, de certeza que esse termo não nos serve para podermos resolver esta eliminatória.

"O prestígio não joga"


Respondendo à Imprensa belga, dispensando o tradutor e num inglês escorreito por via das suas origens britânicas, André Villas-Boas elogiou o Genk.

Qual é o maior perigo para o FC Porto? Este jogo da Liga Europa contra o Genk, ou o facto de não estarem a jogar na Liga dos Campeões?

Grandes e pequenas equipas não se diferenciam dentro de campo pelo orçamento ou pelo prestígio. Se não enfrentarmos o jogo como devemos, com uma predisposição competitiva e agressiva, amanhã estaremos fora do estádio com um resultado negativo. Se formos agressivos e respeitarmos o Genk e mostrarmos qualidade, poderemos alcançar um bom resultado.

Que impressão teve desta equipa do Genk?

Muito boa. Marcaram muitos golos, mas não só: a organização e a coordenação entre os seus sectores pareceu-me boa; o equilíbrio entre os sectores também e este tipo de organização só é possível quando pessoas organizadas lideram o clube. Aliás, a forma como o Genk vem jogando reflecte o trabalho que Vercauteren tem desenvolvido.

Viu algum jogador que lhe tivesse causado boa impressão?

Sim, os dois avançados parecem-me muito bem coordenados, as movimentações são boas e as constantes mudanças de posições entre eles também. Depois há o De Bruyne. Há ainda todos os incentivos financeiros que lhes foram dados pela direcção. Todos esse detalhes são importantes.

in "ojogo.pt"

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