sábado, 14 de maio de 2011

F.C. Porto: Hulk e Falcao tentam repetir feito com 35 anos

Desde 1976 que a mesma equipa não tem os dois melhores marcadores do campeonato. F.C. Porto só o conseguiu uma vez, na década de 30. João Tomás é o intruso entre dragões


Bater e perseguir recordes foi um dos principais alimentos do F.C. Porto de André Villas-Boas para encarar as últimas jornadas do campeonato, depois do título ganho na Luz. Um campeonato invicto, a maior distância de sempre para o segundo lugar, o maior número de pontos conquistados...Tudo isto passou pela órbita azul e branca. Agora que a Liga se aproxima do final, cá vai mais um: desde 1976 que a mesma equipa não tem os dois melhores marcadores do campeonato. Hulk e Falcao estão perto de o conseguirem para o F.C. Porto.

Desde há muito que o título de Hulk parece inatacável. No entanto, só mais recentemente a veia goleadora de Falcao se alastrou a outros palcos que não os europeus. O avançado colombiano fez cinco golos nos últimos três jogos que fez no campeonato e saltou para o segundo lugar da lista, com 16 golos, mais um que João Tomás, do Rio Ave.

Se conseguir manter o lugar, o F.C. Porto consegue repetir algo que só por uma vez aconteceu na história do clube: ter os dois melhores marcadores do campeonato. A anterior marca aconteceu na temporada 1938/39, a primeira de Miguel Siska ao leme dos dragões. Então, Costuras, com 18 golos, e Carlos Nunes, com 15, foram os artilheiros de serviço. 

De então para cá, os dragões não mais lograram tal feito e só o Benfica o conseguiu, por cinco vezes, quase todas na década de 60. Na época 1975/76, Jordão e Nené escalaram até ao topo da montanha a par. Nunca mais nenhuma dupla o conseguiu. Sábado o cenário pode mudar. 

Tomás luta com os melhores porque é «um dos melhores»

Para que os dragões batam mais este recorde, é preciso controlar a ameaça João Tomás. O avançado do Rio Ave, em conversa com o Maisfutebol, confessa que seria sempre especial intrometer-se entre a dupla portista. Até pela qualidade dos opositores. 

«Já tem, para mim, um gostinho especial poder intrometer-me entre o Falcao, que a maioria considera o melhor ponta-de-lança do campeonato português, e o Hulk, que é considerado o melhor jogador. Só o facto de estar nesta situação já é satisfatório para mim. Claro que seria excelente ficar lá no meio, mas pelo menos estive muito tempo à frente do Falcao, o que para mim, é um registo muito bom», afirmou o avançado.

Se nenhum dos três marcar os portistas conseguem um feito com 35 anos, mas Tomás promete dar luta. Até porque, no seu horizonte, ainda está uma marca pessoal: igualar o melhor registo de sempre.

«Passam-me pela cabeça esses recordes, não digo que não. É bom lembrar que quando fiz 17 golos jogava no Benfica e o campeonato tinha 34 jornadas. Não é bem a mesma coisa. Os clubes têm dimensões diferentes. Sei que é difícil, porque o jogo que temos vai ser complicado, mas acredito que tudo é possível», confessou.

Aos 35 anos, João Tomás é, de longe, o melhor marcador português da prova, bem à frente de Varela, que fica logo atrás. Haverá algum segredo para esta produção?

«O segredo para lutar com os melhores? É porque eu sou um dos melhores. Sempre me considerei um dos melhores, pelo menos portugueses. Foi assim que geri toda a minha carreira e é assim que vou pensar até ao fim», garante. 

Dois goleadores na mesma equipa:

1975/76 (Benfica): Jordão, 30; Nené, 29
1964/65 (Benfica): Eusébio, 28; Torres, 23
1963/64 (Benfica): Eusébio, 28; Torres, 22
1962/63 (Benfica): Torres, 26; Eusébio, 23
1960/61 (Benfica): José Águas, 27; José Augusto, 24
1938/39 (F.C. Porto): Costuras, 18; Carlos Nunes, 15

in "maisfutebol.iol.pt"

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