domingo, 1 de maio de 2011

V. Setúbal-FC Porto, 0-4 (crónica)

Sem estrelas, mas com o outro colombiano


Em dia do trabalhador, as estrelas meteram folga, mas o FC Porto continuou em festa, com mais um triunfo, que tornou-se mais fácil por um autogolo sadino. Quem dá tiros nos próprios pés está destinado a sofrer até ao fim, como parece ser o caso do Vitória: desperdiçou oportunidade de ouro para acabar com questões matemáticas de permanências na Liga. 

Em abono sadino diga-se que o adversário era o menos desejado, até porque as segundas linhas azuis e brancas fazem inveja a muita gente. Ou mesmo a toda, nesta liga. Por exemplo, James Rodriguez. O «outro» colombiano, compatriota de Guarín e Falcao, aproveita cada minuto para crescer e pelo pé esquerdo do camisola 19 embalou o FC Porto para o 16º triunfo consecutivo no campeonato. É obra...

...de Villas-Boas, que não teve problemas em dar minutos a quem menos os tinha e deu descanso aos titulares para Villarreal. Saiu com algumas certezas, mesmo que o Vitória tenha dado um jeito. O resto foi mais champanhe, com Kieszek a sagrar-se campeão português. Era o jogador que faltava no plantel.

Valdomiro faz estragos

O Vitória tinha mais em jogo que o FC Porto neste encontro. Um triunfo sobre o novo campeão nacional fazia Naval e Portimonense descer de divisão. Os sadinos podiam, assim, garantir a permanência na Liga. Mas quem dá tiros nos pés, não pode, sequer, pensar em afundar ninguém. Sem nada se passar até ao então, Valdomiro fez um autogolo que deitou por terra a estratégia sadina. Estragos irreparáveis. 

O FC Porto entrou invicto no Bonfim e apanhava-se a ganhar. Ora, para uma equipa com tantos pergaminhos bastou essa diferença para descansar sobre o resultado, até porque o adversário definia sempre mal. Os azuis e brancos deram espaço nas costas da defesa, mal aproveitados por um Vitória sempre demasiado ansioso em frente à área portista. 

O Bonfim agitou-se mais por uma decisão do árbitro do que propriamente pelo perigo causado pela equipa da casa. Ali, naquele momento de contestação, Jaílson caiu na área de Beto, com Sereno nas costas, num lance que deixou dúvidas não só em relação à alegada falta, como à posição do avançado sadino. Tudo demasiado inconclusivo.

O FC Porto estava em ritmo de passeio no Bonfim. Com excepção de James. O colombiano tinha vontade em tudo o que fazia, rematava para defesa de Diego e depois cobrava um canto para Otamendi fazer o 2-0, diferença demasiado grande para o Vitória recuperar no segundo tempo.

Um penalty para a festa total

James Rodriguez mostrava que é menos suplente que os outros, num onze de Villas-Boas com apenas três/quatro habituais titulares (Maicon e Otamendi dividem dupla com Rolando). Os mesmos voltaram do descanso e Guarín quase fazia o golo habitual. 

O colombiano do 6 na camisola atirou ao lado, mas pouco faltou para os adeptos portistas gritarem golo de novo. Antes, um corte de Ricardo Silva a evitar o golo. Prova de que o FC Porto jogava como queria no Bonfim e marcava como James oferecia: 3-0 no placard, com o colombiano a assistir Walter, que insiste em facturar quando tem tempo. 

O Bigorna pode ter tido problemas de peso, mas continua a mostrar que tem golo. Eis outra certeza para Villas-Boas gerir, com geriu a saída de Guarín, outra figura do FC Porto que também merecia descanso.


Para a festa ser festa total, faltava o aniversariante da noite celebrar. Apoiado pela bancada, e antes de ser substituído por Kieszek, Beto defendeu grande penalidade de Pitbull e ouviu os «Parabéns» dos adeptos. 

Na verdade, toda a equipa os mereceu, porque no dia de folga das estrelas, teve o brilho que os campeões devem ter sempre: mostrar serviço até final (Varela ainda fez o quarto) e não olhar para outras lutas no fundo da tabela, como a que o Vitória vai ter até final da Liga.

in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Mesmo quando e muito bem, resolvemos poupar. E hoje poupamos quase uma equipa inteira - dos que jogaram frente ao Villarreal, só jogaram de início, Álvaro, Otamendi e Guarín, mais tarde, Fernando e Varela, que jogaram 26 e 17 minutos, respectivamente, sendo que o português tinha jogado apenas na segunda-parte frente aos espanhóis...
Começamos a dominar, mas lentos, sem criar oportunidades e é verdade que tivemos a sorte de marcar, num auto-golo de Valdomiro, mas a partir daí e até ao fim do jogo, foi mais um passeio do Campeão.

Sob a batuta de um menino de 19 anos, James Rodríguez, colombiano e que não quer ficar atrás dos seus compatriotas, os muito badalados F.Guarín e R.Falcao, o conjunto de André Villas-Boas dominou, controlou marcou e com o 2-0 em cima do intervalo, o jogo ficou resolvido. Só um tipo "passado", como Ricardo Silva - nunca mais perdoou ao F.C.Porto tê-lo dispensado -, é que pode colocar reticências ao triunfo do Dragão. E meus caros, não há muito mais a dizer sobre o jogo a não ser que Walter voltou a marcar, Otamendi também, assim como Varela. Que é a 16 vitória consecutiva; que temos 80 pontos e que o mais, maior, melhor, grande clube do mundo já está a 21 pontos, até ao momento, a maior diferença da história; e que estamos a duas vitórias de fazer mais história, conseguir um campeonato sem derrotas e com apenas dois empates, igualando o feito do Benfica de Hagan, nos longínquos anos 70, do Século passado.

A naturalidade com que o F.C.Porto ganha e não só ganha, como goleia, é algo que nos faz recuar e relembrar a frase de Jesualdo: "No F.C.Porto, ganhar é como escovar os dentes".
Uma palavra final de parabéns ao Beto, que faz anos e deu uma prenda a ele próprio: defendeu um penalty - é um especialista. E para Kieszek que se estreou e assim, também é Campeão...

PS - Mais um fim-de-semana em Grande para o Dragão. Vitórias no futebol, hóquei, andebol e basquetebol.
No futebol já somos Campeões em seniores e juniores; no andebol lideramos e precisamos apenas de uma vitória, em três jogos, para sermos Campeões, Tricampeões, quero dizer; no hóquei a quatro jornadas do fim, também vamos em primeiros e podemos ser...Decacampeões; no basquetebol e nas meias-finais do play off temos a vantagem de 2-0 e estamos a apenas a uma vitória da final, onde teremos o factor casa a nosso favor.
Se isto não faz de nós um clube fantástico, não sei o que é um clube fantástico...

Abraço