A crença de Otamendi no ocaso de Hulk
Viu o cartão amarelo ao oitavo minuto de jogo, preocupando os adeptos portistas uma fase precoce do clássico. Contudo, soube manter o controlo emocional e evitou até os cortes mais arriscados que costumam redundar em momentos brilhantes ou sustos tremendos. Seguro a defender, voltou a demonstrar instinto na área contrária. Reagiu ao tento de Cardozo com uma incursão à área contrária e finalização na zona decisiva, recolocando o F.C. Porto em vantagem no marcador. Parece ter ganho, definitivamente, vantagem sobre Maicon. Partilha responsabilidades nos golos do Benfica mas demonstrou uma atitude impressionante nos minutos finais, empurrando a equipa para a frente em busca da vitória.
A táctica: os flancos e as torres
Vítor Pereira seguiu a cartilha lógica e devolveu a titularidade a Varela, face ao castigo de James. O meio-campo, sujeito a contínuas mudanças até ao clássico, recuperou a imagem de Dublin. A ordem, contudo, passava por atacar pelos flancos, com Hulk à direita e Alvaro Pereira a esticar o corredor à esquerda. Com as torres Luisão e Garay pela frente, o F.C. Porto não desistiu dos lances de bola parada e foi inteligente: um golo após livre batido para o primeiro poste e outro na sequência de canto curto, em jogada pelo chão. A defender, contudo, falta de capacidade física e coordenação no preenchimento dos espaços.
O momento: minuto 62
Defesa monumental de Helton ao minuto 62, evitando que o Benfica marcasse o segundo golo em igual número de remates enquadrados com a baliza. Partilha responsabilidades com Rolando na forma como ambos caíram por terra num simples toque de Cardozo mas, naquele segundo momento, evitou nova sensação de injustiça entre os adeptos portistas presentes no Estádio do Dragão. O F.C. Porto facilitou e, na recta final, Gaitán aproveitou para fazer o 2-2.
Outros destaques
Kléber
O menino de Estância Velha está a despertar a curiosidade da imprensa brasileira. Sem darem por ela, Kléber apareceu na convocatória de Mano Menezes para a selecção principal da canarinha. O treinador acompanhou a aparição do jovem avançado do F.C. Porto, assumindo o legado de Falcao, e quer conhecê-lo melhor. Se viu o clássico, ficou bem impressionado. Kléber cumpriu ordens e pressionou alto, provocando erros dos adversários. Ao minuto 38, à ponta-de-lança, desviou com subtileza de cabeça após livre cobrado por Guarín. Golo. Precisa de ganhar consistência mas tem potencial para se impor.
Hulk
Pinto da Costa disse, certo dia, que Hulk era insubstituível. A expressão assumiu outros contornos, mas a justificação do presidente do F.C. Porto era simples: como Hulk, não há nenhum. É um facto. Com aquela aceleração, aquela finta curta e recepção orientada, o brasileiro passa de um jogo pausado para o caos instalado na área contrária. Observem o panorama mundial e comprovem: há melhores e piores, todos diferentes. Igual, nem um. No primeiro minuto, Emerson sentiu isso mesmo. Aos onze, foi Artur a travar uma jogada de génio. Por vezes, concentra demasiado jogo do F.C. Porto nos seus pés. Não enjeita a responsabilidade e lança-se sobre os adversários: um, dois, três, quatro. Até se perder (como aconteceu no lance do golo do Benfica) ou chegar ao paraíso. Caiu a pique na segunda parte e a equipa portista ressentiu-se disso mesmo.
Guarín
Sensações mistas na análise ao desempenho do colombiano. A demonstração extrema de tranquilidade, mesmo rodeado por um cacho de adversários, irritou alguns adeptos e fez as delícias de outros. Denotando alguma falta de ritmo, esteve ainda assim nos principais momentos do F.C. Porto e serviu Kléber no lance do 1-0. Antes de sair, tentou ainda um chapéu inteligente a Artur. O brasileiro percebeu a intenção.
in "maisfutebol.iol.pt"
1 comentário:
Asneiras, num jogo que o Porto tinha obrigação de vencer e só não venceu por azelhice, com substituições mal feitas e a fora de tempo. Será como diziam muitos adeptos que com estas camisolas de risca azul ao meio nunca se ganha nada?
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