sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sinal amarelo é para acelerar

André Villas-Boas tinha prometido que o FC Porto não mudaria de cara, nem de filosofia, nem de disposição. Mais: apesar do risco de exclusão de João Moutinho, tinha prometido fazer alinhar no El Madrigal um onze capaz de garantir o apuramento para a final da Liga Europa, em Dublin. E foi exactamente isso que fez: escolheu um onze capaz de aguentar uma entrada fulgurante do Villarreal no jogo, de lhe dar a volta, de resistir às perdas de Rodríguez e de Fernando e de garantir a presença em Dublin.

Sem nada a perder, com um milagre para ganhar, o Villarreal entrou no jogo com tudo. Com três avançados fixos na frente, mas com liberdade de movimentos para poderem baralhar as marcações, mais três médios no apoio aos balanços ofensivos e ainda com dois laterais com liberdade para subir na exploração das alas. Isso tudo, mais o apoio incondicional do El Madrigal, quase cheio de gente e a abarrotar de esperança. E a verdade é que durante muito tempo, o Villarreal foi uma equipa quase asfixiante, multiplicando as linhas de passe nas costas dos defesas portistas e criando oportunidades sucessivas para inaugurar o marcador que mais uma noite brilhante de Helton foi mantendo imutável.

O FC Porto tardava em acertar as marcações, falhava os tempos de abordagem aos lances e deixava o Villarreal crescer, acusando uma desconcentração pouco habitual na equipa de André Villas-Boas.

Ainda assim, percebia-se que todo aquele balanceamento ofensivo do Villarreal criava espaços na defesa que o contra-ataque do FC Porto só não conseguia explorar porque os espanhóis eram mais assertivos na abordagem dos lances.
Sentia-se que os espanhóis podiam marcar a qualquer momento e que o resto do jogo dependeria da reacção das duas equipas a esse momento. E o FC Porto reagiu bem.

O golo de Cani, que também tinha marcado no Dragão, despertou a equipa de Villas-Boas para a evidência de que era possível o Villarreal marcar mais. Cerraram-se os dentes e as fileiras, acertaram-se as marcações e os tempos de entrada e o jogo começou a mudar de cara. Um par de recuperações no meio-campo ofensivo resultou noutras tantas ameaças e aos 40', num contra-ataque que finalmente aproveitou os desequilíbrios do Villarreal na defesa, Hulk calou o El Madrigal com um golo feliz que deixou a questão meio resolvida. A solução final sairia dos pés de Falcao, logo a seguir ao intervalo, num golo cem por cento colombiano que colocou o FC Porto em vantagem no jogo e selou, definitivamente a passagem para a final da Liga Europa.

O Villarreal não desistiu do jogo e o El Madrigal não desistiu da sua equipa, carregando-a em ombros até ao último apito do árbitro Gianluca Rocchi e ajudando-a a sair da Liga Europa com uma vitória que lhe faz justiça, mas não belisca o mérito do FC Porto na eliminatória. Próxima paragem, Dublin.

in "ojogo.pt"

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