domingo, 18 de setembro de 2011

Pauleta: "Se Vítor Pereira pudesse adiantava o guarda-redes"


Fernando Gomes abriu as portas do Centro de Treinos do Olival a Pauleta para uma visita guiada ao açoriano, cuja escola tem um protocolo com o FC Porto para a detecção e formação de jovens jogadores. Ora, a visita foi o pretexto não só para um encontro entre os dois antigos goleadores, como acabou por conduzir a conversa para o inevitável: a filosofia ofensiva da equipa de Vítor Pereira. Não se podiam exigir melhores ligações entre os intervenientes, porque Pauleta foi visita regular do treinador azul e branco aquando da sua passagem pelo Santa Clara, pelo que estava perfeitamente identificado com o assunto. "Continua com a filosofia que tinha no Santa Clara, uma equipa que gostava de atacar, de ter a bola e criar muitas ocasiões de golo", recordou quem partilha das mesmas ideias, ou não tivesse ele sido ponta-de-lança.
A questão ofensiva tem estado na ordem do dia e até Vítor Pereira voltou a alimentá-la recentemente, em conferência de Imprensa, quando revelou as ideias que tinha para o número 6 que pretende na sua equipa. Mas para Pauleta isso nem chegou a ser surpresa. "Acho que se o Vítor Pereira pudesse até adiantava o guarda-redes para fazer mais golos", atirou, por entre risos. "Agrada-me muito a filosofia dos treinadores que gostam de atacar e de marcar golos. Quanto mais perto da baliza estivermos, mais perto estamos de marcar e é perfeitamente normal na filosofia dele", acrescentou. Esta pode ser uma explicação para um dos melhores arranques de sempre do FC Porto, com 12 golos à quarta jornada, mesmo sem Falcao: "Se calhar o Vítor encontrou no FC Porto qualidade para isso. Não há só um jogador a fazer golos, mas mais três ou quatro."

O futebol jovem e a mudança do chip

Durante a visita às instalações do Olival, Pauleta foi percebendo algumas das razões que têm levado o FC Porto a vencer regularmente em todos os escalões, mas para o antigo goleador português a questão da formação vai para além das condições que os jovens possam, ou não, ter à disposição: "O futebol jovem tem-me surpreendido pela grande qualidade dos seus jogadores. Mas se calhar o que falta é mudar a mentalidade e ter mais vontade de triunfar como profissionais. Se incutirmos uma mentalidade ganhadora o futebol vai crescer ainda mais."

"Kléber precisa de tempo e golos"

Este FC Porto é "mais ofensivo", na opinião de Pauleta, ainda que a equipa tenha perdido a sua referência no ataque: Falcao. O seu substituto, Kléber, soma três golos, mas tudo se resume a tempo. "Kléber vai ter algumas dificuldades, não pela sua qualidade, mas por Falcao ainda estar muito presente na cabeça dos adeptos. É uma dificuldade que todos os avançados sentem, quando chegam a um clube com uma referência como Falcao, e só o tempo, golos e uma equipa como a do FC Porto é que o pode ajudar a ultrapassar isso", apontou, sem fazer comparações: "Não se pode, senão ninguém jogava, nem fazia golos". De alternativa, Kléber passou a titular com a saída de El Tigre. "Quando cheguei a Salamanca era para ser quarta opção e quinze dias depois era titular. Ele é que tem de mostrar por que é que é a primeira opção", frisou.

"Açores nunca estiveram tão próximos"

Com a escola de futebol que pôs em marcha nos Açores, Pauleta espera um dia poder ver mais jogadores açorianos na I Divisão. O protocolo com o FC Porto foi mais um passo importante para que os valores emergentes das ilhas possam dar o salto para o futebol do continente. "Diria que nunca os Açores estiveram tão próximos do continente com este protocolo. O Pauleta é uma referência do futebol português e reconhecemos grande competência na sua escola de formação, entendemos que se trabalha bem a todos os níveis e esperamos ter um dia jogadores açorianos na equipa do FC Porto, já que temos treinadores que passaram pelos Açores", comentou Fernando Gome

in "ojogo.pt"

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